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    Mahou Shoujo Ore — Ep. 2: De novo… Que anime é esse?

    Alguma coisa deve ter acontecido para que as esferas se alinhassem e eu fosse capaz de me atrair por um anime como Mahou Shoujo Ore. Ou quem sabe, olhando para trás e vendo meus gostos peculiares – tais quais inserir School Days no meu TOP 5 de Melhores Animes que eu já assisti na vida (Apesar de eu me recusar a dar uma nota boa para ele), mostram que na verdade todos eles possuem uma semelhança em comum, principalmente quando passamos a analisar profundamente o que faz uma boa “comédia” na minha perspectiva. E quando olhamos isso mais a fundo com coisas como Gintama e Nichijou, talvez possamos compreender os elementos que me fizeram ter um pequeno amor pelas loucuras que Mahou Shoujo Ore está tentando fazer até o seu atual momento.

    Muitos animes estarão ao meu encargo para os comentários semanais, compartilhando com vocês as minhas opiniões pessoais sobre o que eu estou achando em torno deles e, felizmente, eu estou feliz de ter começado com um que se desprendesse muitas coisas que o seu gênero normalmente não permitiria.

    Assim como prometido, retornamos quase que literalmente após o encerramento do artigo anterior onde eu estaria a comentar o primeiro episódio desse anime que me pegou desprevenido pela comédia que ele tenta executar em seus episódios e na sua história, porém dessa vez a sua linha seguiu-se um pouco diferente – apesar de ter mantido o mesmo nível do seu anterior. Apesar disso, nada que possa ter contribuído para eu ter desgostado do anime ou até mesmo da minha empolgação de ver a obra. Muito pelo contrário, a animação continuou em seu nível de igual tamanho ao do episódio anterior, dessa vez eu não consigo de lembrar de reutilização de animações anteriores, um episódio inteiramente liso mantendo os elogios que eu realizei no artigo anterior sobre a sua construção de ritmo e o quão bem espalhadas estão as piadas do que são os seus momentos tradicionais de Mahou Shoujo que logo em seguida serão desconstruídos ou estão sendo construídos para no futuro a desconstrução ocorrer de maneira a criar um impacto maior ou uma piada mais delongada. A Direção do anime também não está nada mal, bem simples e conseguindo trabalhar bem seus custos e transformando a experiência em algo divertido de se acompanhar.

    Dessa vez não tivemos músicas, o que foi uma surpresa, mas tivemos um aprimoramento no quesito de contar algo a mais sobre aqueles personagens, suas conexões – mesmo que através da piada e do “ridículo” no sentido de mostrar situações extremas, brincando com as convenções do seu gênero para construir o absurdo e fazer um comentário em cima daquilo, ao mesmo tempo que se utiliza disso ao seu favor para construir também desenvolvimento de personagens por mais simples que eles sejam. Afinal de contas, desde o seu início, ele está descompromissado de tentar coisas muito mirabolantes e podemos ver nas construções dos desafios que a nossa protagonista passou nesse episódio e o quão “não ligamos para isso” eles possuem uma cara.

    Esse episódio começou dando continuidade ao que ocorreu no final do primeiro, mostrando a revelação já esperada de que a transformação da nossa protagonista em seu estado de Garota Mágica nada mais é do que virar um garoto porque… na realidade homens são mais bem-sucedido no campo de batalha do que mulheres, o que é um comentário machista para caralho mas vindo do Japão é o que eu posso esperar e devo ficar sentado acreditando que é uma coisa engraçada de se ver, né? Afinal faz parte da cultura deles a mulher ser uma completa inútil que você deve ficar resgatando a todo o tempo e o homem é o grande “faz tudo”. DITO ISSO: Eu estou me interessando sobre o quão a sério ele está levando – mesmo através das piadas, o relacionamento dos personagens e as correlações desses sentimentos serem metodicamente quererem dizer algo sobre homossexualidade, talvez? Ou sobre o fato de que questões de gênero não possuem fronteiras em relacionamentos e os papéis podem ser invertidos ou que sequer deveriam possuir papéis estabelecidos. A Partir daqui entramos em uma ÁREA PESADA DE SPOILERS, POR ISSO, NÃO LEIA ISSO DAQUI SE VOCÊ NÃO VIU O EPISÓDIO… E sério, vê isso porque é o segundo episódio ainda, cara. É só o segundo.

    O Anime tem mostrado que ele quer constantemente conversar sobre um tema que seria questões de gênero em determinados pontos do que nós temos como preestabelecido do Mahou Shoujo. Nós temos a figura do personagem que é o objetivo e obsessão da nossa personagem devido o quão atraída por ele, sendo ao mesmo tempo agora a figura que está algumas vezes em perigo, tendo a cargo dela – que deverá se transformar em uma Garota Mágica com aspectos masculinos para ir ao resgate do seu amado que ao ser salvo, recebe uma grande admiração por aquela figura masculina que o salvou. Ao fim do episódio, nós temos a revelação – que talvez não seja interligada ao fato do amor paixão mas sim o amor carinho e respeito mútuo, mas só descobriremos nos próximos episódios, que é o da personagem Sakuyo Mikage onde, na sua transformação como uma garota mágica ela precisaria revelar qual seria a figura que ela amava para que a partir dos seus sentimentos amorosos ela possa ser capaz de despertar os seus poderes e eles acabam sendo gerados quando ela diz amar Saki Uno, a protagonista. Duas garotas, agora dois rapazes. Eu estou tentado a continuar acompanhando esse anime para ver até onde – através da comédia, sim – ele estará disposto a levar essas mudanças e brincadeiras com posições de gênero dentro das convenções do gênero de Mahou Shoujo para os animes.

    Uma outra coisa que deve ser dita e que provavelmente eu darei mais crédito aos seus dois primeiros episódios além do que eles merecem e do que a equipe está visionando, é sobre a quebra de expectativas dentro das suas próprias expectativas. Ele é um anime que é bem previsível no que ele quer fazer e que nós conseguimos sentir quais serão os próximos acontecimentos de longe, desde quais serão as pessoas que estarão presentes nas próximas batalhas, qual será a progressão que esses personagens possuirão, suas interações, os seus arquétipos e a partir disso saber como eles agirão. Mas ainda sim, ele consegue brincar bastante com isso dado o quão sério ele parece levar, dentro das suas piadas, a questão da inversão de papéis dos personagens e sobre a posição deles como “pares” dentro do gênero de Mahou Shoujo. Um tempo maior deverá ser dado para que essa parte da análise possa ser levado mais a fundo, mas é um ponto que eu gostaria de levantar no sentido de que: Mesmo quando nós sabemos exatamente o que estará para acontecer no próximo quadro, nós ainda sim conseguimos sentir o sentimento da surpresa.

    E isso não torna ele cansativo, ao menos se você estiver aberto para essa experiência. Porque é extremamente normal você buscar apenas por animes que possuem algo a dizer e com isso carregam uma narrativa mais enxuta, mesmo dentro das suas próprias complexidades a serem oferecidas ao telespectador. No entanto, sua visão muda quando você está aberto a receber novos pontos de vista de como se abordar uma mensagem e de como se passar ela, por mais que a mensagem seja no final literalmente: “Pirulito é Top, compra um aê e enfia na boca”. E me baseando nisso, eu sinto que Mahou Shoujo Ore – que inclusive eles mencionam o nome do anime como sendo o nome de heroína da nossa personagem, achei excelente – ele se desprende de qualquer coisa profunda que ele possa fazer, ao menos por enquanto – quem sabe as inversões de gênero não seja a profundidade que ele queira dar se usando das piadas como uma ponte? – ele está apenas buscando entreter o público com as brincadeiras que ele se utiliza do gênero saturado das garotas mágicas. E por enquanto, tem me agradado bastante.

    Mais uma vez sem nota.
    Mais uma vez sem imagem.

    E dessa vez, não tem textozinho de encerramento não porque eu estou sem criatividade, então vamos fazer o seguinte? Comenta o que você achou desse anime, o que você está achando dessas análises e principalmente sobre o que você acha de eu perder tempo da minha vida com isso em vez de continuar com as minhas análises relacionadas a Drakengard e Nier Automata. Aguardo vocês nos próximos artigos.

    Até a Próxima!

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Charles
    Charles
    11 , Julho , 2019 21:14

    Como eu passei o anime (por enquanto), tá sendo bem útil pra mim as suas análises. Vamos ver, se o humor compensar o clima entre personagens do mesmo sexo, que geralmente me matam de tédio quando é o foco, eu posso dar uma chance.

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Charles
    12 , Julho , 2019 0:22

    Te matam de tédio porque geralmente são mal feitos ou por que você é homofóbico e está prestes a ser quicado?

    (Notou a hipérbole? Repara muito não, é uma crítica a um certo site aí)

    Charles
    Charles
    Reply to  Weslley de Sousa
    12 , Julho , 2019 0:22

    Não, não é por preconceito não. Animes yuri e yaoi não são sobre homossexualismo, na maioria das vezes é só pra mostrar personagens do mesmo sexo se pegando, pra quem gosta de ver personagens do mesmo sexo se pegando. Além de que, eu tenho que me identificar com alguém do casal ou gostar do personagem em animes de romance, se não eu não me importo com o que eles fazem.

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Charles
    12 , Julho , 2019 2:03

    É o meu exato problema com animes de mesmo gênero: É insuportável acompanhar duas personas vazias de significado, razão, motivação e carisma se relacionarem uma com a outra.

    “Eu vim aqui para ver pessoas se pegando só? Eu posso abrir uma fanfic ou uma fanart e eu vou ter o mesmo resultado.” Porque uma coisa que eu comentei na Intoxi na sessão de comentários com outras pessoas é: Eu não quero um motivo para ele ser gay, eu quero um motivo para ele estar se relacionando com aquela pessoa. E além disso: Relacionamentos nunca são “bonitinhos”, eles são “recompensadores” porque pessoas são “cinzas” e relacionamentos são duas pessoas sacrificando coisas do seu cotidiano para que o equilíbrio entre eles sejam mantidos – fora os sentimentos, a atração, a vontade de estar próximo daquela pessoa.

    E cara: Nenhum anime para mim até hoje conseguiu fazer isso bem. Desenvolver personagens como PESSOAS, sabe.

    Charles
    Charles
    Reply to  Weslley de Sousa
    12 , Julho , 2019 3:34

    Fora que já reparou que nesses animes, geralmente só existem personagens de um sexo? Se são garotas, não tem homens, geralmente nem o pai de ninguém. E de homens costuma ser o mesmo. Eles são gays por serem, ou só por que não convivem com ninguém do sexo oposto? Gays não podem conviver com pessoas de ambos os sexos? Acho muito forçado, por isso são gêneros de animes que eu não consigo ter interesse :v

    Joker
    Joker
    11 , Julho , 2019 21:14

    De longe um dos animes mais divertido e bizarro que ja vi

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Joker
    12 , Julho , 2019 0:22

    Ele tem potencial para entrar minha lista de animes fazendo um tipo de humor que eu gosto mais do que o geral.

    Shiba
    Shiba
    11 , Julho , 2019 21:14

    A cena dos tentáculos foi bizarra kkk. Mas esse segundo ep foi mais engraçado que o primeiro na minha opinião.

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Shiba
    12 , Julho , 2019 0:22

    Aquela criatura é bizarra,
    Quando revelou a aparência eu me segurei para não dar risada.

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