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    Souten no Ken — Ep. 1: Experimentando o Passado!

    Pelos olhos de uma pessoa que nunca antes parou para assistir os eventos que ocorrem durante o anime de Hokuto no Ken, acreditando que uma possibilidade de arriscar sobre o quão bem esse anime pode funcionar para um leigo, aqui estou eu vindo trazer comentários semanais relacionados também ao meu segundo anime escolhido na lista dos lançamentos da temporada de Abril. Normalmente, eu costumo arriscar em obras originais e obras que dão procedimento a outras que eu já venho acompanhando anteriormente, no intuito de – na primeira opção, ver até onde a indústria de animes está disposta a inovar, buscar coisas diferentes ou investir nos seus gêneros já conhecidos dispostos a contarem uma história que possa sair do “normal” daquilo que se foi estabilizado por eles, e na segunda opção, ver até onde que as continuações pegarão elementos da sua temporada anterior e expandir em cima da própria ou até mesmo manter sua qualidade. Nesse caso, Souten no Ken seria uma terceira opção que eu decidi construir e colher seus frutos que seria: escolher sequels ou prequels e analisá-las com os olhos de uma pessoa leiga que não fez parte do que veio antes e/ou contado por outras mídias. Será que essa experiência valeu a pena? Respondo no fim desse artigo, mas vamos falar um pouco sobre Souten no Ken em si.

    O Anime ele veio sob a proposta de adaptar o mangá que como já se deve ser imaginado pelos pôsteres de divulgação e trailers, trará uma história que antecede os eventos contidos no primeiro anime e obra original de Hokuto no Ken, mostrando o passado de Kenshiro e outros personagens e suas interações naquele mundo prestes a ruir ou que já está em ruínas. Uma coisa que inicialmente chamará a atenção de todos a primeira vista é a utilização estética escolhida pela equipe de desenvolvimento do anime para a sua animação: A Utilização de CG – computação gráfica. Algo que deve ser dito antes de mais nada é que seu uso do CG é algo indiscutivelmente superior ao uso que animes como Berserk (2016)/Berserk (2017) se fazem, apesar disso, ainda sim abre pontas para críticas do público em geral e principalmente aqueles que desgostam dessa estética visual. Mas antes de nos aprofundar, talvez seja válido pegarmos de maneira sequencial – obviamente sem spoilers, onde eu converso mais a respeito segundo minhas anotações e indo por partes sobre o que eu achei do anime.

    Antes de mais nada, nós temos uma introdução que serviu de maneira não somente artística mas contextual para explicar como funciona as artes que veremos mais para frentes relacionadas aos artistas marciais desse mundo e, para quem conhece o personagem Kenshiro e os “poderes” que acompanhamos na série, essa introdução ajuda a posicionar bastante o que nós temos de conhecimento sobre aquele mundo a partir do conhecimento que as pessoas possuem e, principalmente, a maneira como o anime escolheu para direcionar essa explicação que visualmente é muito bonita! Em forma de rabiscos e artes comuns da história do japão, nós temos uma brincadeira com cores e narração muito bem-feita onde será a primeira e talvez única vez que teremos algo não-CG dentro do anime, sendo isso um mérito ou desmérito, mas que constrói bem uma porta de entrada e que foi um dos elementos que eu mais gostei de cara no primeiro episódio – justamente esse procedimento antes da abertura.

    E agora podemos partir para a animação em si e como que a utilização do CG tenta tirar proveito disso para si e… de maneira nenhuma, pelo menos ainda. Nada do que vemos até então nós notamos que não poderia ter sido feito com uma animação tradicional a mão, simplesmente pelo prazer de economizar dinheiro ou por uma escolha estética do diretor e da produção, mas o importante é que diversos momentos – principalmente momentos onde muitas movimentações acontecem em tela, é perceptível a queda de framerate como sendo algo notório que eu nunca achei que notaria isso ocorrer em um anime e não somente na mídia dos videogames. A Animação ela é boa, os personagens se movimentam e se comportam como seres humanos – seres humanos de anime, na verdade, mas seres humanos – e possuem uma movimentação que não é muito plástica, eu consigo comprar esses personagens, a maneira como eles interagem entre si, os toques, como eles andam, correm, realizam seus ataques, seguram armas. Mas o problema é justamente a queda de framerate que torna a experiência visual um pouco desconfortável, porque você sente notoriamente a falta de quadros de animação ou cortes visuais sendo feitos constantemente por algum motivo – talvez falta de polimento? E eu nunca achei que diria isso fora da mídia de jogos, mas é tudo muito estranho durante cenas onde muitos personagens estão em tela ou realizando muitos movimentos simultâneos. E ligado a isso, infelizmente, está um outro quesito dessa animação que eu não consigo identificar bem se é um defeito, um ponto positivo ou se somente ‘está ali’ mas…

    O Ritmo desse anime é uma das coisas mais estranhas acima da escolha estética e visual, a animação com queda de framerate quando muitas coisas se movem em tela e principalmente algumas dublagens mas que eu admito ser mais um need-to-picking pessoal, porém a construção de cenas e o quão rápidas elas acontecem – muitas vezes tendo coisas para dizer, outras vezes elas somente estão ali para complementar o episódio para que ele consiga fechar a média dos 22~24 minutos, como por exemplo, a conversa do Kenshiro com os primeiros gangster no início do episódio que acontece um pouco lenta, apesar de ser vir a um propósito mas que acaba sendo uma coisa muito rápida e que eu não consegui muito sentir o impacto por detrás daquilo que seria o encerramento de um conflito que iria daqui a pouco tempo gerar mais outro conflito e… até onde eu deveria conseguir levar aquilo comigo a sério? Porque foi muito rápido e muto corrido. Talvez seja um resquício da época e analisar esse quesito com a mentalidade que nós temos nos dias atuais seja uma forma errônea de se olhar para isso por minha parte, mas é algo que sendo sincero com vocês – como eu sempre sou, é algo que eu não consegui tirar proveito. Eu não gostei, eu não detestei, eu não senti nada – tendo em visto que eu sinto que aquilo deveria estar comigo como algo importante para um início de trama, afinal de contas.

    DITO ISSO, eu posso passar para uma parte onde talvez aqueles que tiveram contato com a obra original do mangá podem me verificar nos comentários se é exatamente dessa forma, mas olhando sob a perspectiva de uma adaptação e algo separado, além de ver sob uma perspectiva de alguém que não possuí o contexto de Hokuto no Ken: Esse anime sabe muito bem desenvolver uma quantidade vasta de personagens com poucas palavras. Kenshiro e o que parece ser a sua namorada ou amiga com um interesse mais íntimo, nós temos o “tio” que está viajando com uma garota de um lado para o outro e que durante a entrega dessa menina, coisas ruins acabam acontecendo e ele acaba por tomar uma escolha infeliz de saber que não poderá deixar essa menina nas mãos de outras pessoas – principalmente as suas curtas interações que conseguem passar um sentimento bem confortável e íntimo do quão bom é o relacionamento desses dois com poucas palavras – através de cenas com a utilização do recurso de flashbacks instantâneos onde cenas de meio segundo aparecem na tela e que nesse caso de Souten no Ken, conseguem passar bem e servirem como uma ótima pincelada o quão ligado esses personagens estão e sob a partir de que evento eles acabaram sendo ligados, sem cuspir muita informação para o telespectador e nesse quesito, eu gostei bastante – apesar do anime, graças a sua escolha estética junta a inexperiência do estúdio por trabalhar com CG, provavelmente, nós temos expressões faciais que muitas vezes são um pouco vazias e que não correspondem muito bem na maior parte do tempo sobre que sentimento está se passando dentro dos personagens através daquela interação, ficando a cargo de nós sentirmos através das vozes dos dubladores – muito bem dirigidos e com vozes que combinam com seus personagens, o valor sentimental que o telespectador deverá carregar consigo dentro daquela interação entre os personagens. E isso culmina em uma boa direção mas com pequenos problemas que podem ser facilmente desaparecidos quando você começa a reparar um pouco mais na trilha sonora e no quão bem ela consegue se encaixar em todos os momentos escolhidos para cada música tocar. Pincelam bem o clima e contribuem para o sentimento daquele momento, algo que – por exemplo, animes como Berserk poderia se beneficiar disso em vez de apenas repetir músicas e colocá-las em momentos inapropriados. E com isso, chegou a hora…

    De dizer que, SIM: Valeu a pena essa experimentação e eu me diverti não somente assistindo ele como escrevendo esse pequeno artigo sobre minhas opiniões relacionadas ao primeiro episódio, a direção, a estética escolhida, seus personagens e foi bem satisfatório. Espero que tenham gostado desse artigo, eu gostei de fazer porque é mais uma das minhas surpresas desse ano que eu gostei de ter arriscado nas cinzas e buscado uma experiência nova. Continuem acompanhando – eu não tenho mais o que dizer aqui, estou apenas enrolando vocês… portanto, tchau, se inscreve no canal, da like no vídeo e compartilhe nas ruas redes sociais. (Caralho, eu não tenho ideia do que colocar aqui, vai isso mesmo)

    Até a Próxima!

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Cláudio Correa
    Cláudio Correa
    11 , Julho , 2019 21:14

    Vi que você se esforçou muito para sentir alguma coisa e aproveitou da qualidade que sua audição poderia avaliar para no final você ter gostado do anime. A estória é boa, mas com certeza poderiam ter entregue algo melhor no anime.

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Cláudio Correa
    12 , Julho , 2019 0:22

    Vi que você se esforçou muito para tentar ofender a opinião de outras pessoas se aproveitando da qualidade de defecação pelos dedos que você tem de ser bem capacitadas para simplesmente não dar uma “merda” sobre a opinião dos outros, por que o bom mesmo é a sua, né?

    Cláudio Correa
    Cláudio Correa
    Reply to  Weslley de Sousa
    12 , Julho , 2019 2:02

    Nem tive a essa intensão toda de supervalorizar meu gosto ou ofender a de alguém. Simplesmente no texto tive o sentimento que alguma coisa tirava os sentimentos do telespectador em relação a obra visual e aproveitou que a qualidade da obra sonora e associou a qualidade da estória para dar seu veredito. Gostei da sua resposta, é bem divertido quando pegamos o que escreveram e satirizamos com nosso sarcasmo, realmente legal, mas pelo fato de não querer ter magoado ninguém acabei meio magoado, mas deixa pra lá, deve ser um momento meio fresco da minha parte mesmo.

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Cláudio Correa
    12 , Julho , 2019 3:34

    Gostei mais dessa resposta:
    “Simplesmente no texto tive o sentimento que alguma coisa tirava os sentimentos do telespectador em relação a obra visual e aproveitou que a qualidade da obra sonora e associou a qualidade da estória para dar seu veredito.”

    Agora sim podemos conversar, porque eu gostei dessa abordagem em especifico: Meus artigos eles são extremamente pessoais, mesmo as análises. Eu não sou imparcial, eu não vendo uma figura representativa do site, mas sim a minha opinião e os meus gostos – que afinal de contas, estão aberto a críticas e a discussões argumentativas como, por exemplo, essa segunda abordagem. Você sentir que eu coloquei muito sentimento na obra me usando dos seus detalhes sonoros associando eles a qualidade da história. Se isso pareceu evidente, gostaria de me enfatizar um pouco mais:

    Eu gostei da qualidade sonora, sim, as mixagens de áudio, os sons de fundo e principalmente a trilha instrumental. Porém, é um dos quesitos da obra que eu elogio que eu senti contribuir para uma construção de clima e ambientação que foram muito do meu agrado. Juntando esse quesito do trabalho sonoro com o desenvolvimento de personagens que sob meus olhos me pareceu bom, honesto e sincero, direto e sem enrolações, ainda mais pela maneira sutil como ele desenvolve relacionamentos sem se utilizar de muitas palavras, foi uma das coisas que me chamaram atenção positivamente. Se pareceu algo muito “pessoal”, é exatamente essa a intenção, afinal de contas eu sempre vendo as minhas opiniões que no final, estão abertas a serem abordadas nos comentários com a seguinte frase: “Eu discordo, para mim … ” que foi algo parecido que você fez na sua segunda abordagem que eu gostei mais, pois nela sim eu senti uma vontade mais honesta de se conversar sobre meus gostos.

    Pedro Oliveira
    Pedro Oliveira
    11 , Julho , 2019 21:14

    Oh… rapaz, eu não ia da uma chance a esse anime, mas farei igual vc justamente por essa postagem haha

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Pedro Oliveira
    12 , Julho , 2019 0:22

    Fico agradecido.
    Vai na fé e divirta-se, cara.

    Joker
    Joker
    11 , Julho , 2019 21:14

    Eu coloquei para assistir na velocidade 1.25 igual fiz com Berserk pq fico um pouco irritado com os movimentos lentos

    Weslley de Sousa
    Weslley de Sousa
    Reply to  Joker
    12 , Julho , 2019 0:22

    Eu nem diria que são “lentos”, mas sim uma queda de frame rate porque não parece bem fluído. Parece que você está assistindo um anime baseado em Daikatana.

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