A antecipação era enorme, os trailers criavam cada vez mais hype, será que este pela Bandai Namco Entertainment está à altura do épico anime que nos acompanhou ao longo da nossa vida e com o qual crescemos? Em baixo encontram a nossa resposta.

Na Bandai Namco Entertainment encontrou um parceiro ideal para criar um jogo de Dragon Ball verdadeiramente Super. Com muita experiência em criar cenas dinâmicas e recorrendo ao poderoso Unreal Engine 4 a  conseguiu criar um jogo de luta que literalmente parece ser um anime interativo.

é um anime interativo

O cuidado e investigação gastos neste jogo são notórios, os estilos de luta de cada personagem e respetivos golpes foram meticulosamente recriados e a maneira como os golpes são desferidos é verdadeiramente harmoniosa e nada forçada. A Bandai Namco Entertainment nunca escondeu o seu desejo de aproximar o mais possível à icónica série anime e a produtora Tomoko Hiroki conseguiu isso mesmo com a utilização de um motor 3D que segundo ela foi aprimorado para nos dar uns belos gráficos 2.5D.

Na componente gráfica  não desilude e em lutas facilmente obtemos sequências de ataque, troca de golpes e contra-ataque que fariam corar muitos dos animes shonen da atualidade.

Em o sistema de combate é focado em lutas de 3 Vs 3 e inclui também alguma estratégia na seleção e gestão dos nossos lutadores, principalmente no modo história. É um jogo extremamente acessível e um excelente título para aqueles que se estão a aventurar pela primeira vez neste género de jogos, os controlos são simples não recorrendo a uma miríade de estranhos movimentos e combinações para além de que a transição entre personagens não é assim tão brusca, significando que ao trocarem de personagem não vão ser subitamente confrontados com um estilo completamente novo de executar os ataques. Claro que se quiserem ser bem-sucedidos e estar entre os melhores terão sempre uma curva de aprendizagem para conhecerem a fundo os pequenos pormenores de cada personagem e cada uma das suas fraquezas e trunfos, no entanto, os jogadores mais casuais e principiantes não terão qualquer dificuldade em se adaptar ao estilo de luta e mudar de personagem não é uma dor de cabeça.

consegue a proeza de agradar não só a profissionais como a principiantes e é um claro piscar de olho da Bandai Namco Entertainment ao mundo dos e-sports. O jogo é suficientemente fluido, interessante, belo e profundo para ser um forte candidato a estar presente em muitos torneios.

Ao entrarmos pela primeira vez em  somos confrontados com um lobby onde controlamos uma personagem chibi e nos deslocamos não só para interagir com outros jogadores como também para aceder às várias componentes do jogo. Temos o modo história, tutoriais, partidas ranked e casuais, partidas locais e claro o modo Arcada.

Em Ranked obviamente lutamos contra outros jogadores e o nosso desempenho fica guardado e é hierarquizado, já no modo Arcada vamos enfrentado gradualmente adversários mais difíceis num sistema que não é estritamente linear e dependendo do nosso desempenho no combate anterior iremos encontrar diferentes adversários, algo que visualmente nos é transmitido para podermos ir avaliando o nosso desempenho.

O Modo História e dividido em três segmentos onde vemos vertentes diferentes dos protagonistas. Um dos arcos é dedicado os saiyan e amigos, outro aos vilões e o terceiro aos androides.

O mundo está num caos, Cell e Frieza estão de volta a espalhar o caos, surgiram misteriosos clones dos nossos heróis e todos os poderosos guerreiros subitamente ficam fracos e inconsciente devido a uma estranha onda. Bulma consegue criar um dispositivo para anular os efeitos da onda, mas o jogador através do LINK System que lhe permite saltar de personagem em personagem vai controlar os poderosos guerreiros enquanto estes ainda estão a recuperar dos efeitos nocivos daquela estranha tecnologia.

Começamos por controlar Son Goku que com a ajuda de Bulma parte em busca dos amigos que também foram afetados pelo misterioso fenómeno. O jogo introduz aqui uma componente estratégica numa espécie de jogo por turnos onde somos confrontados com um número limitado de movimentos que podemos fazer no mapa levando-nos assim a tomar algumas decisões. Será que devemos rapidamente socorrer os nossos amigos para os podermos controlar mais tarde em combate? Ou será que devemos imediatamente passar a combater os nossos inimigos principais antes que estes subam mais de nível? Ou será que devemos fazer primeiro os pequenos combates para irmos subindo de nível e termos menos dificuldades contra os grandes boss? … escolhas difíceis que vão inevitavelmente cair no estilo de combate de cada um.

Vemos igualmente surgir a misteriosa Android 21, que foi criada exclusivamente por Akira Toriyama, o criador de Dragon Ball, para e é sempre agradável ver que a Bandai Namco Entertainment teve o cuidado de envolver no processo de desenvolvimento o mentor da obra original.

O modo História é relativamente longo para um jogo do género, mas poderá, no entanto, cair em alguma repetição devido à mecânica implementada. Em termos da história e sem dar grandes spoilers vemos uma mistura de alguns conceitos e a reciclagem de algumas ideias, para os fãs de Dragon Ball não será nada de muito novo mas está perfeitamente enquadrado com o mundo de Dragon Ball. Vemos também no modo história muita interação na forma de diálogos entre as personagens e tal como já é habitual na franquia alguma comédia.

A produção parece que esteve atenta as paródias na internet, especialmente pela equipa TeamFourStar e somos brindados com muito humor e momentos hilariantes. Alguma vez imaginaram Cell a conhecer o Majin Buu, ou Yamcha confrontar Napa? Aqui poderão realizar esse desejo e sem recorrer as 7 bolas de cristal.

Um fighter que consegue apelar tanto ao mercado casual como competitivo

Em termos técnicos , consegue também surpreender, pela primeira vez temos um fighter que consegue apelar tanto ao mercado casual como competitivo. Na sua essência este é um Team Fighter Game, semelhante a série Marvel Vs. Capcom, em teoria mas na prática é muito diferente. Podemos trocar de personagem a qualquer altura do combate mantendo pressionado o Botão L1 para a segunda personagem da nossa equipa como R2 para a Terceira, podemos ainda premir o mesmo para ativar um Assist Move na forma de Special Moves. Por exemplo o Krilin atira um feijão mágico, ou Gotenks aparece com as farturas intergalácticas (Galactic Donuts).

Tenham bem presente que tanto o Assist como o Change, colocam a nossa personagem num estado de Cooldown e só podemos chamar a correspondente quando esse efeito termina. Naturalmente se for eliminada também perdemos estas possibilidades. Goku, Vegeta bem todo o roster dispõem de auto-combos. Como o premir continuamente quer do botão quadrado, como do botão triângulo, somos imediatamente mergulhados nos frenéticos combates que tanto caracterizaram esta série.

Todas as personagens também dispõem de um sistema de voo que com o simples premir do botão R2 do nosso Dual Shock 4 permite uma rápida perseguição e pressão constante no nosso oponente emulando na perfeição os combates supersónicos da série. Já os ataques de Ki, como o eterno Kamehameha ou simples projeteis de energia não ficaram de fora, enquanto o botão X dispara uma simples bola de energia, com uma execução muito simples do nosso comando conjuntamente com este botão, surgem no ecrã não só como o já referenciado Kamehameha ou Masenko entre muitos outros. No entanto a mesma execução com três barras de energia e com o premir do nosso botão R1, disparam os Super Special attacks que além de serem um regalo para os olhos, são altamente destrutivos! Golpes como o Meteor Attack, Final Flash, Death ball, Gostas do meu hálito (a versão portuguesa do disparo de Ki pela boca de Napa) e até o muito divertido Super Buu Buu Volley Ball, do traquinas Gotenks (Gotrunks) explodem no nosso ecrã, tal e qual como lembramos da série animada, cheias de referências e até pequenos quirks, como se o Piccolo (Coracãozinho de Satã) fizesse parte da nossa equipa, aparece para fazer o Toss para o Spike de Gotenks, e depois da execução deste ataque ouvimos o mesmo a dizer: “Era mesmo necessária a minha ajuda?” Ou durante o Brother Kamehameha de Adult Gohan, Goku aparecer junto dos seus filhos ajudando no ataque, caso não saibam é como Gohan e Goten eliminaram Broly pela segunda vez.

Piccolo

Também consoante a formação e desfecho do nosso combate assistimos a espetaculares sequências excelentemente animadas tais como Goku a atirar a Genki Dama a Kid Buu, Trunks cortar Freezer aos bocados, entre tantas outras não vou dizer mais para não estragar-vos a surpresa. Estes são os Dramatic Finishes, já os Destructive Finishes, assistimos a um raio de energia a ser disparado do planeta ou a nossa personagem colidir com um vulcão. Devido a estas, as arenas são destruíveis e dinâmicas, se por exemplo usarmos um Super Special Attack, nas mesmas podemos destruir e ficar a combater numa Namek pronta a explodir (bem mais do que cinco minutos) ou com o Heavy Attack na forma de um pontapé o nosso adversário viaja até a uma cidade do outro lado do mapa. O Grab cuko deste jogo, cujo nome é Dragon Rush, tem uma forma bem diferente é muito bem implementada. Premindo o R1 avançamos para o nosso adversário diferimos golpes a velocidade da luz e continuamos a perseguição do nosso oponente nos ares que pode ser seguida com um combo. Para finalizar temos o efeito Sparkling, o qual a nossa personagem envolta numa aura vermelha fica mais rápida, os seus golpes normais transformam-se em EX Moves e recupera energia continuamente na sua barra e o próprio Dragão Sagrado Shenron aparecer e realizar um desejo virando o combate complemente do avesso. Isto porque durante em lutas contra o mal e forças brutais consoante a nossa prestação e do nosso inimigo (chega de referências a nossa bem amada versão portuguesa), desde disferir combos ou Super Special Moves, podemos encontrar as 7 Bolas de Cristal espalhadas pelo cenário invocar Shenron e até pedir a imortalidade. É aqui que termina o seu apelo ao mercado casual.

Além de cada personagem possuir auto-combos nas mãos de um especialista e enveredar para combos manuais permitirá não só um maior controlo sobre a mesma como também maior dano e maior continuidade ao combo. Também técnicas avançadas como o Recovering, Vanishing, Advacing Guard, a transformação em Golden Freezer, ou até um maior conhecimento de todas as personagens permite uma aproximação mais competitiva. Por exemplo um jogador veterano saberá que o Shield de Cell tem um alcance limitado e não existe razão para defender ou atirar-se de cabeça se estiver numa zona segura, pode até contra-atacar com um Final Flash. Também cada personagem tem várias características que adequam-se a diversas zonas e tipos de lutador. Majin Buu é um mid zoner, Goku e Vegeta, all around, Kid Buu um close/pressure fighter, Cell close, ou Napa um lutador poderoso mas lento. Contudo no melhor pano cai a nódoa e o sistema de carece de alguns males. Para começar o scalling é horrível, basicamente scalling é um conceito que consoante a duração do combo ser continua os golpes disferidos terão menos impacto e consequentemente menos desgaste no nosso adversário. Por vezes reparei que a continuidade de um combo acabando num Super Special move, não valia a pena gastar as três barras de energia porque o dano era mínimo. Também o auto-combo ou o voo embora sejam gratificantes causalizou-se demasiado e causam efeitos desnecessários como por exemplo utilizar Special moves sem o nosso consentimento provocando aberturas sem nexo.

Trunks

Motor de jogo sólido, dinâmico e muito bem conseguido

Para o melhor e o pior apresenta um motor de jogo sólido, dinâmico e muito bem conseguido. O sistema de auto-combos consegue agradar a gregos e saiyanos, os movimentos não têm inputs complicados, aliás é algo que defendo porque um fighter competitivo não deve ser complicado nos seus inputs mas sim reger-se pelos seus jogos mentais, memorização e capacidade de reação. A Arc Systems realmente conseguiu algo grandioso aqui, fazendo jus a lendária reputação e legado de Dragon Ball, um feito que já não víamos desde Dragon Ball Z Budokai 3, conseguindo não só acrescentar frescura como dimensão num fighter desenvolvido com base num licença.  

Melhor jogo de Dragon Ball de sempre!!!

é absolutamente recomendado, sem dúvida o melhor jogo de Dragon Ball de sempre e fará as delicias de qualquer fã. Quer sejam amantes de jogos de luta, novatos nestas andanças, gostam só do anime, tem um pouco de tudo para todos e facilmente terão pela frente muitas horas de diversão.

Review feita em colaboração com Bruno Reis.

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Mario
Mario
11 , Julho , 2019 21:25

A simplicidade de comandos do jogo chega a ser entediante, e a pouco quantidade de golpes tb.

LegacyZ
LegacyZ
11 , Julho , 2019 21:25

Melhor jogo de DragonBall para mim continua a ser Dragonballl Z Budokai Tenkaichi 2 e 3(PS2),BT2 tendo a melhor historia e BT3 sendo o melhor overall.

toygame lan
toygame lan
11 , Julho , 2019 21:25

quem ajudou a fazer esse jogo foi o pessoal de Tekken,o modo historia é bem desncessário e repetitivo.
O foco do jogo é as competições online,mas ele tem que melhorar os servidores para isso.

João LA
João LA
Reply to  toygame lan
12 , Julho , 2019 2:14

Competitive fighting games raramente teem uma historia muito boa