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    O que estamos a ver – 26 de Junho de 2022

    De uma forma resumida falamos um pouco sobre o que vimos e deixamos o convite para em baixo nos comentários dizerem o que viram e jogaram na última semana.

    Bruno Reis

    Kyoukai Senki (24)

    Após estreitarem laços e formularem resoluções a “New Alliance Japan” parte para enfrentar e libertar o Japão das forças do governo norte-americano. Como seria de esperar o foco deste episódio foram as inúmeras cenas de ação mecha que destacaram cada uma das AIMAMs e o duelo entre Kenbu e Ghost. Pelo caminho ainda tivemos espaço para um vislumbre do que German engendra nos bastidores. São episódios assim que faziam falta em Kyoukai Senki. Compreendo que colocar humanidade nas personagens seja importante, mas perder quase um cour a desenvolver esse efeito pareceu-me inusitado e até contraproducente na obra, visto que esse não é o foco aqui.

    Dragon Quest: The Adventure of Dai (83)

    O meme “no one dies in X series” adequa-se perfeitamente na grande aventura do rapaz aventureiro. Se estiveram atentos a este espaço saberão que vos referi que o Hyunckel não iria morrer, porque sejamos sinceros, nenhum heroi morre nesta série -sendo que nem sequer usam um Kazing para esse efeito. Devido a este apontamento, o dramatismo quando algum herói é derrotado e “morre” não tem nexo, pois sabemos que garantidamente vão voltar à vida. Sinto que apenas “mataram” o Hyunckel para colocarem o Hym no grupo dos heróis um registo que julgo que poderia ser escrito e executado de uma forma mais orgânica. Outro elemento que é extremamente negativo nesta última parte é o “arrastar da série”. Sentimos que já poderia até ter terminado, e mesmo frente ao último “Boss” o Dai, o Gome-chan e a Leona ainda vão ter de conquistar outro mini boss que felizmente espero que contenha elementos de destaque para a narrativa. Interessante neste episódio foi a pseudo confissão amorosa da Leona, quando o Dai reconhece Leona como uma aliada digna desse nome, enquanto esta observa o seu crescimento. Dai há muito deixou de ser um rapaz inocente sedento por novas aventuras.

    Quando os teus pais te apanham a assistires a um Hentai

    Rising of the Shield Hero : Season 2 (12)

    Neste último bloco de personagens da primeira parte da segunda temporada descobrimos imensos paralelismos entre Naofumi e Raphtalia, que tornou uma das heroínas cardinais, e Kyo que recebeu um maior destaque quando demonstrou ser um espelho inverso do heroi do escudo. Realmente este arranque de segunda temporada foi muito menos qualitativo do que a série anterior. A intriga deu lugar a uma história muito pobre, a ação cedeu espaço a um CGI tenebroso em muitos momentos, as novas personagens não chegaram sequer perto das que conhecíamos. Esperemos que em outubro a segunda parte corrija estes problemas, mas com a enxurrada que se avizinha, Naofumi e as suas companheiros devem ficar complemente afundados no meio de tantos regressos.

    SPY x FAMILY (12)

    O último episódio do primeiro cour referenciou ainda mais a fórmula “sitcom”e que a derradeira missão dos Forgers, não é essencialmente a STRIX, mas sim como devem atuar na sociedade. Num paralelo social ao nosso, as vizinhas do apartamento desconfiam que a família mais famosa desta temporada passa por momentos difíceis. Como não podia deixar de ser Loid faz uma tempestade num copo de água e decide levar a sua família ao oceanário do parque das nações para demonstrar que continuam a ser uma família unida. Como não fosse bastante, o nosso espião terá uma nova missão no local, enquanto tenta sobreviver às investidas de vizinhas sedentas por polémicas.

    SPY x FAMILY demonstrou com mestria que é possível coexistirem diversos géneros sem que a sua base perca identidade. Aliás, iria mais longe e indicaria que essa é a maior riqueza desta vibrante série. Outro paralelo muito interessante que encontrei é que a Anya parece criar uma dinâmica de Inspector Gadget com a sua sobrinha, porque já não é a primeira vez que Anya replica o efeito Sophie (Penny) e também ajuda um familiar numa missao de espionagem sem que este se aperceba. No entanto, não pude deixar de sentir que o recap faria muito mais sentido na já saudosa segunda parte que vai estrear durante o diluvio de outono.

    Helder Archer

    Spriggan (2022)

    Vi todos os 6 episódios de 45 minutos da adaptação para série anime do mangá Spriggan (Striker) de Hiroshi Takashige.

    E ainda bem que o fiz, super agradado com o resultado final, foi uma boa representação do que de melhor se fazia nos anos 90 em termos de anime (ação, drama, violência). Aqui e acolá, lá transpirou um CG menos bem conseguido mas nada de grave, o anime está bem animado e a história é interessante, sendo que no final é deixada a porta aberta para mais.

    Para além da animação gostei da temática do anime e das referencias a tecnologia e a religião, em certos momentos passou um vibe de Neon Genesis Evangelion ou Akira (episódio 2), muito bom. Recomendo.

    O estúdio David Production (JoJo’s Bizarre Adventure, Cells at Work!) e o diretor Hiroshi Kobayashi (diretor assistente de Rage of Bahamut Genesis, diretor de episódios de Kill la Kill) estão de parabéns.

    Spriggan – O filme (1998)

    Depois de ver a série da Netflix fui procurar o filme anime de 1998 pelo Studio 4C. É um produto do seu tempo e o filme anime é basicamente o episódio 2 da série anime do estúdio David Production. Gostei mais da versão da série anime que consegue ser mais dramática e incorporar mais elementos que nos fazem pensar.

    Diablo Immortal

    Depois de derrotar o boss final é basicamente fazer missões secundárias e desafios para ir melhorando a personagem e adquirir melhor equipamento. No nível 67 pouco mais existe para fazer a não ser explorar a parte multiplayer que não é a minha praia mas que o jogo tenta forçar ao jogador. Os produtores do jogo devem em breve introduzir novos conteudos, caso contrário por falta de novidades os jogadores vão começar a perder o interesse.

    Felipe Soares

    Obi-Wan Kenobi (06)

    O sexto, e último, episódio da mini-série original do universo Star Wars mostrou Obi-Wan Kenobi enfrentando Darth Vader para salvar Leia e todos os refugiados e a Terceira Irmã em busca de vingança de uma forma questionável.

    Como um todo, a mini-série de Obi-Wan Kenobi se mostrou o tempo todo ter um roteiro fraco e com decisões questionáveis. Isso se manteve em seu último episódio, mas desta vez a série foi além e colocou contra a parede até mesmo o próprio canon oficial. Eu achei a decisão do Mestre Jedi de enfrentar seu antigo pupilo novamente para salvar Leia e os refugiados uma decisão até entendível, o que achei questionável é a série colocar Obi-Wan superior a Anakin por um momento ao ponto dele ter a oportunidade de derrotar o atual aprendiz do Imperador e no momento crucial ele recuar. Quem assistiu o filme A New Hope sabe o destino futuro de Obi-Wan, mas acho que esta não foi a melhor forma de encerrar o embate deles. Seguindo nessa mesma linha tem a parte final da história da Terceira Irmã, que acaba tendo um final de jornada sem uma conclusão definitiva e também com uma péssima decisão de executar em ato de vingança contra alguém que não deve nenhuma noção dos motivos sobre seu atacante. Isso acaba fazendo dela uma personagem solta para ganhar alguma jornada própria no futuro, o problema será o que fazer com uma personagem que nunca apareceu em qualquer outra mídia da franquia.

    Por outro lado, achei algumas decisões de roteiro acertadas nos diálogos durante entre Obi-Wan e Anakin/Darth Vader . O roteiro deixa claro agora o pensamento de que Darth Vader matou Anakin, isso acaba fazendo com que as explicações de Obi-Wan nos filmes clássicos não fiquem mais como pontos de vista dele mas uma afirmação vinda do próprio Anakin. A série agora também coloca um sentido maior nos motivos para Leia tentar contato com Obi-Wan em A New Hope, além de dar mais força na mensagem que ela envia para ele.

    Em questões técnicas, a série se mostrou bem simples na maior parte do episódio. Mas a luta entre Obi-Wan e Anakin ganhou destaque por possuir uma boa coreografia de luta e trazer o melhor uso da Força em uma produção live-action da franquia. Novamente temos um momento a la The Force Unleashed, com direito a uso de pedras para desestabilizar o oponente e soterramento com o uso da Força.

    Star Trek: Strange New Worlds (08)

    O episódio oito da série mostrou a tripulação da USS Enterprise presos em uma realidade dentro da história de um livro infantil.

    Com uma trama fugindo completamente da ficção-científica e indo para um lado mais fantasioso, foi interessante ver a série debater de forma bastante complexa sobre aceitar a morte de alguem próximo. A série vinha mostrando o arco do oficial médico M’Benga e de sua filha, que tem uma doença sem cura, e neste episódio tivemos uma conclusão bem trabalhada e que tratou um assunto bem pesado de uma bem tocante e leve.

    Gostei que neste episódio tivemos mais uma versão de um RPG live-action do que uma fantasia total, fazendo com que os cenários ainda fossem dentro da nave Enterprise, mas com um toque de plantas por todo lado e os personagens caracterizados e interpretando os personagens do livro mostrado na introdução do episódio.

    Ms. Marvel (03)

    Neste terceiro episódio do universo Marvel vemos Kamala Khan descobrindo mais sobre a origem do bracelete e o passado de uma descendente antiga.

    Se os dois primeiros episódio de Ms. Marvel serviram para introduzir a personagem e seus aliados, neste terceiro tivemos o ponto de virada para diversas coisas. Gostei que a série bateu o martelo que a origem de seus poderes vem de sua descendência de uma parente que veio de outra dimensão, isso acaba casando com o surgimento do multiverso dentro da Marvel, abordado com mais ênfase no segundo filme do Doutor Estranho. Mas a série brilha de verdade ao abordar as coisas simples e complicadas da vida da jovem adolencente, mesclando muito bem com toda a trama cósmica. 

    Um outro ponto interessante abordado neste episódio são as diferentes visões sobre imigrantes. De um lado temos a mãe de Kamala falando sobre a solidão de chegar em um local desconhecido e encontrar refúgio com outras pessoas da cultura próxima, por outro lado temos os seres de outra dimensão querendo retornar ao seu local de origem a qualquer custo (inclusive ferindo pessoas neste processo). Isso me faz refletir que talvez muitos refugiados podem ter um sentimento de não se sentirem acolhidos em um novo local diferente da sua origem, afinal, estas pessoas (incluindo os seres de outra dimensão) foram forçadas a irem para um local completamente diferente.

    O ponto alto deste episódio foi toda a sequência do casamento do irmão de Kamala. Essa sequência começa com uma boa conversa sobre a importância da união familiar, passando para uma grande dança à la Bollywood e terminando com Bon Jovi. 

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Samuel Silva
    Samuel Silva
    26 , Junho , 2022 21:02

    Episódio mediano o último deste cour de Spy x Family, comparado com os últimos. Esta semana dou destaque ao último episódio da temporada de Kaguya-sama. Que delícia de ver, toda a temporada, e a A-1 Pictures arrasou na animação.

    Samuel Silva
    Samuel Silva
    Reply to  Bruno Reis
    28 , Junho , 2022 11:49

    Mas teve cheirinho a filler de início a fim. O final do episódio anterior, com o teaser da introdução do cão no plot ficaria melhor como fim de cour. Mas não tira qualquer tipo de mérito a um anime que tem um nível de entretenimento elevado e um Cast principal que cativa o espectador.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  Samuel Silva
    28 , Junho , 2022 12:45

    Percebo o final de temporada aqui, mas concordo com a apresentação do cão pelo menos.

    Noᥙzᥱᥒ ΨυκιησD
    Noᥙzᥱᥒ Ψυκιησ
    28 , Junho , 2022 2:41

    Achei o final de Tate no Yuusha 2S bem broxante, como toda sua temporada em si. Esperava q mudasse pra melhor na segunda parte, mas desandou dnv na reta final…

    E falando em broxar, o desse primeiro cour de Spy foi tbm. Tudo bem tem q continuação em outubro, mas se desse pelo menos um final legal terminando com aquele mistério sobre o cachorro, seria um final muito melhor, enfim!

    Spriggan ainda tenho q ver, mas quando sai todos os ep de uma vez, n tenho muita vontade de ver tanta assim durante um tempo. Acho uma péssima decisão da Netflix nisso…

    Samuel Silva
    Samuel Silva
    Reply to  Noᥙzᥱᥒ Ψυκιησ
    28 , Junho , 2022 11:50

    Concordo totalmente nos pontos de Spy x Family e Tate no yuusha.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  Samuel Silva
    28 , Junho , 2022 12:44

    No final o Tate no Yuusha foi outro Isekai, infelizmente perdeu tudo do bom da primeira temporada.

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