Com The Last of Us Part I a ser lançado dia 2 de setembro de 2022 na Playstation 5 a amada história de Joel e Ellie é colocada assim tecnologicamente pela Sony Interactive Entertainment no mesmo patamar que The Last of Us Part II, fechando este arco da franquia com as duas obras ao mesmo nível.

The Last of US foi lançado originalmente a 14 de junho de 2013 para Playstation 3 pelas mãos da Naughty Dog e foi imediatamente considerado como um dos melhores jogos de sempre. Mais tarde a sua versão remasterizada “The Last of Us Remastered” foi lançada em julho de 2014 para PlayStation 4. Já a sua continuação, The Last of Us Part II, foi lançada em junho de 2020 e não se esqueçam que está em produção uma série live-action de The Last of US com Pedro Pascal como Joel e Bella Ramsey como Ellie.

A minha experiência com The Last of US e o seu remaster é muito peculiar e única, seja pelo ângulo da câmara ou a falta de uma referência visual central, o que é certo é que nunca o consegui jogar devido a “motion sickness”, passados poucos minutos ficava extremamente nauseado e com tonturas, o que me levou a conhecer o jogo e a sua história através de vídeos de gameplays. Felizmente este The Last of Us Part I não traz consigo estes problemas e finalmente pude desfrutar confortavelmente desta grande aventura que todos devem experimentar.

A nível de história não me vou debruçar muito, já foi discutida e elogiada ao longo dos anos exaustivamente sendo que neste The Last of Us Part I encontram também “Left Behind“, o DLC que segue uma aventura de Ellie com a sua melhor amiga Riley e que não deve ser menosprezada.

Para aqueles que não conhecem a história, um breve resumo:

Em 2013, um surto de um fungo mutante Cordyceps devasta os Estados Unidos, transformando os seus hospedeiros humanos em criaturas agressivas. Nos subúrbios de Austin, Texas, Joel foge do caos com o seu irmão Tommy e a sua filha Sarah.

Vinte anos depois de um trágico incidente que abalou Joel, a civilização foi dizimada pela infeção. Os sobreviventes vivem em zonas de quarentena, comunidades independentes e em grupos nómadas. Joel trabalha como contrabandista e recebe o trabalho da sua vida, levar Ellie até um certo local, começando uma bela, trágica e emocionante aventura que não deixou os jogadores de todo o mundo indiferentes.

No Menu principal para além da opção para começarem a jogar The Last of Us têm também a opção para jogarem Left Behind (com o aviso que é recomendado que tenham terminado a história principal), as Opções e Extras.

No que diz respeito a dificuldade têm Muito Fácil, Fácil, Moderada, Difícil, Sobrevivente e ainda Realista, sendo que o permadeath vai aguçar os vossos sentidos.

O gameplay está também dividido por Capítulos para os quais podem saltar diretamente para reviverem alguns momentos e Encontros para aqueles jogadores que querem saltar logo para a ação. As Sequências Cinematográficas estão também disponíveis individualmente para verem e reverem.

Em The Last of Us Part I para além de um competente Modo Fotografia que já se tornou obrigatório neste tipo de jogos, têm “Extras“, basicamente com o progredir do jogo vão ganhando pontos que depois podem utilizar para alterar roupas, armas, e até modificadores de jogabilidade, o que acaba por dar ao jogo uma maior rejogabilidade para além de New Game+. Podem também ativar o comentário em sequências cinematográficas.

Os pontos que vão ganhando servem também no Menu Principal para desbloquear ilustrações que comparam o jogo de 2013 com esta versão de 2022, Galeria de Modelos, diferentes Modos de Renderização, um Sumário do Contrarrelógio, sim pois The Last of Us Part I teve em consideração os jogadores que gostam do mundo competitivo do Speedrun e possui vários acrescentos para tornar esta experiência melhor como mostrar no ecrã o tempo atual, o tempo recorde e o capítulo do jogo atual.

Os pontos que acumulam vão servir também para desbloquear vídeos dos bastidores do jogo e o seu podcast oficial, sendo que não estão disponíveis com legendas em português.

O que era bom ficou ainda melhor!

The Last of Us Part I é um remake de The Last of Us e as atenções definitivamente dirigem-se para a sua execução técnica e aproveitamento do poderio da Playstation 5.

Graficamente The Last of Us Part I é belo, muito belo, aliás se vos apresentar alguns screenshots do jogo e vos disser que é de The Last of Us Part II, muitos vão acreditar e foi exatamente esse sentimento que tive a jogar como se não tivessem passado muitos anos entre os dois jogos e Part I e Part II fizessem parte de uma grande epopeia visualmente continua.

Relativamente ao aspecto visual The Last of Us Part I dá ao jogador duas opções, Fidelidade ou Desempenho:

The Last of Us Part I Modo Desempenho
The Last of Us Part I Modo Desempenho
The Last of Us Part I Modo Fidelidade
The Last of Us Part I Modo Fidelidade
  • Fidelidade: Privilegia a resolução em detrimento de fotogramas (4K, 40 HZ) para uma meta de 40fps
  • Desempenho: Equilíbrio entre resolução e taxa de fotogramas (4k dinâmico ou 2k, 60hz) para uma meta de 60fps

Os efeitos visuais, os detalhes da pele e roupa dos personagens, sombras, o efeito da luz nos ambientes, as texturas dos materiais, tudo contribui para um deleite visual aprimorado que associado a mecânicas de gameplay revistas e atualizadas criam uma excelente experiência para o jogador.

Uma palavra também sobre a inclusão do Dualsense, o revolucionário comando da Playstation 5, no gameplay. Este oferece uma experiência muito mais imersiva, seja com a tenção dos gatilhos transmitindo a resistência do arco ou o atirar de objetos passando pela vibração que dá mais emoção e intensidade aos combates. No entanto, se não gostam da sua implementação The Last of Us Part I possui inúmeras opções que podem ajustar para terem a resposta que desejam do Dualsense, seja ligar ou desligar a resistência dos gatilhos, ou com um slider ajustarem o nível de vibração de um grande número de situações que encontram ao longo do jogo. Este jogo dá provavelmente ao jogador o maior nível de ajuste de características do Dualsense até à data.

Desde que The Last of Us Part I foi anunciado os produtores sempre afirmaram que era importante para eles a Acessibilidade, e posso garantir que de facto a Naughty Dog teve um cuidado especial em tornar The Last of Us Part I um jogo que tem em conta aqueles jogadores com mais dificuldades. A nível profissional este é um tema que me diz muito e gosto de ver as produtoras a terem um especial cuidado e serem inclusivas para com pessoas que possuem algum tipo de limitação.

Para além da possibilidade de Controlos Alternativos e assistências ao gameplay, temos também a Ampliação de Ajudas Visuais para aqueles que têm dificuldades visuais e precisam de um HUD diferente ou são daltónicos e alteração de parâmetros ligados à Cinetose para aqueles que se sentem incomodados com movimentos rápidos ou desfocados no ecrã (no meu caso não precisei de mexer por este remake não me provocar Motion Sickness, mas esta opção era muito bem-vinda no jogo de 2013). Podemos também ativar Assistências à Navegação, saltar quebra-cabeças bem como ativar o Leitor de Ecrã e ativar os Avisos Auditivos.

Como também temos jogadores com problemas de coordenação motora, com dificuldade em manusear um comando normal ou que precisam de uma ajuda técnica, o The Last of Us Part I tem também uma opção de Acessibilidade de Combate que modifica uma série de elementos de gameplay que tornam o jogo mais fácil, modificando desde o comportamento dos inimigos até à velocidade do jogo, com a possibilidade de o colocar em câmara lenta. The Last of Us Part I pode já receber o prémio de acessibilidade de 2022 seguindo e melhorando as pisadas de The Last of Us Part II.

A versão definitiva de The Last of Us

O posicionamento de The Last of Us Part I no mercado é algo curioso, os novos jogadores que só conheceram The Last of Us Part II vão abraça-lo como o elo que faltava e os mais veteranos vão criticá-lo por ser algo que já conhecem que levou um refresh visual para os padrões da atualidade, mas que o full price pedido é exagerado.

Se tal como eu não tiveram a oportunidade de jogar o primeiro jogo, se querem ter os dois jogos ao mesmo nível visual, ou se querem ter o que de melhor a Playstation 5 tem para oferecer, então a sua compra é obrigatória, se por outro lado, jogaram o original e o remaster, o tempo e os descontos serão os vossos amigos sendo que no final este jogo tem de entrar para a vossa biblioteca, não devem deixar de ter um dos melhores jogos de sempre agora mais belo que nunca!

Pros:

  • A experiência definitiva de The Last of Us
  • Tira proveito das capacidades do Dualsense

Cons:

  • Full Price
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