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    Primeiras impressões do Remake de Resident Evil 4

    A CAPCOM surpreendeu tudo e todos com o anúncio do lançamento da Resident Evl 4 Chainsaw Demo para todos os sistemas durante a transmissão Capcom Spotlight na passada quinta-feira. Após completar a Demo posso mesmo passar a afirmar que já estamos muito possivelmente perante um dos candidatos a jogo do ano.

    A primeira grande diferença que vamos notar é a sua atmosfera. Ao passo que no jogo clássico iniciámos o pesadelo de Leon de dia, nesta abordagem moderna a sua viagem é indiciada de noite. Também sentimos uma linha narrativa mais gradual. Por exemplo, o célebre primeiro contato com um dos ganados, não é logo após Leon abrir a porta de uma casa, tudo é muito mais demorado em prol do mistério e do suspense.

    Numa barraca podemos assistir a textos de fanatismo, itens manchados de sangue, corpos desmembrados e inundados de sangue, gritos e algo a cozinhar que nem sabemos o que é. Leon apenas refere que tem um fedor imenso, por isso pensem no pior que conseguirem. Todos estes elementos apresentam uma escala crescente, ou seja, à medida que o agente pessoal do presidente dos Estados Unidos explora a barraca o que presencia é cada vez mais perturbador. De salientar que o jogo já numa secção muito inicial faz uso das melhores características do sétimo episódio de Resident Evil.

    Ou seja, uma barraca recheada de elementos macabros, uma pequena localização com inimigos sedentos de sangue por detrás de cada esquina e poucos meios para nós defendermos. Quem conhece este género de jogos, sabe certamente que esta é melhor definição de survival horror. Vou mesmo mais longe ao indicar que não sentia uma aventura na terceira pessoa assim desde o remake do primeiro jogo na Nintendo GameCube. Não nos interpretem mal, o segundo e o terceiro jogo são excelentes, mas o efeito de survival horror é um pouco abafado em prol da ação, principalmente no terceiro jogo.

    Vai lá vai! Até a barraca abana!!

    Com este breve vislumbre constatei que o quarto remake resgata não só o ambiente do primeiro como os melhores elementos dos seus títulos mais recentes. Mas não é só de contemporâneo que vive este quarto capítulo renovado. Leon relata logo no início do jogo que para se tornar num agente secreto do governo teve de conquistar duras provas físicas e psicológicas. Estas melhoraram exponencialmente os seus sentidos. Com base nestes, o jogador também pode enveredar por uma abordagem furtiva. Ao chegar à aldeia, Leon pode utilizar os seus binóculos para fazer uma leitura do terreno e desenvolver estratégias. Nesta secção o mais sensato é o jogador abordar por uma vertente furtiva devido ao elevado número de ameaças que vai enfrentar. Leon pode esgueirar-se pelas sombras para terminar o sofrimento dos aldeões espanhóis através do aço frio da sua faca.

    Se decidir o jogador pode enveredar pela furtividade para conquistar as investidas de uma aldeia em fúria

    Esta agora tem agora um papel muito mais importante e predominante. Além de ter uma cadência de golpes muito mais elevada, também pode ser utilizada para assassinar ganados sem se que apercebam e até permite bloquear ataques inimigos, quer se tratem de projéteis tais como machados ou ataques físicos. Porém, é preciso ter muito cuidado porque o uso da faca neste remake é finito, e se a utilizarmos para tudo e mais alguma coisa -inclusive golpear ganados caídos- esta não vai demorar muito até quebrar.

    Os ganados neste remake estão muito, mas mesmo muito mais inteligentes e agressivos. Se no jogo clássico o melhor que faziam era arrancarem uma gargalhada do jogador, aqui as suas intenções são apenas arrancar a cabeça de Leon. Felizmente as suas falas permanecem nesta aventura. Se estavam preocupados por não ouvirem o divertido aviso “Detrás de ti imbécil!” ou Empieza a rezar!” Podem ficar descansados que o vão fazer, mas a forma como falam é muito mais ameaçadora e perturbante. Não só a entoação é diferente como a sua fala é mais pausada e trocista em alguns casos. Também desta vez o espanhol é mesmo espanhol europeu e não uma variante mexicana.

    Todos estes elementos atingem uma escala muito maior, especialmente quando ao mínimo som, Leon tem de enfrentar uma mob que até desenvolve táticas em grupo. É inevitável o jogador não sentir pânico nesta secção. Não importa por onde Leon corra para fugir ou abrigar, vai ter sempre um ou mais ganados para o receber calorosamente, e com muito poucas hipóteses de defesa. Como se não fosse bastante, o jogador vai ter de enfrentar a primeira grande ameaça do jogo, o ganado munido de uma motosserra. Um efeito que achei bem interessante foi este atacar os próprios seres da sua espécie para se defender e até saciar o seu insaciável desejo por cortar carne.

    Após muito desespero, o sino toca e todos param imediatamente de atacar o Leon, porque Saddler está a chamar os seus súbditos para mais uma sessão na igreja, ou bingo nas palavras do Leon. Este último acontecimento pôs um fim a esta intensa demo.

    Embora muito breve já deu para perceber que devemos estar diante de um produto robusto que honra a sua galardoada fonte. Senti o efeito que um remake idealmente deve produzir. Ou seja, um misto entre clássico e contemporâneo com diversas otimizações quer no grafismo como na jogabilidade.

    Como desfrutei da demo no PC (Steam), posso relatar-vos que pelo menos não encontrei nenhum dos erros e memory leaks que infestaram de imediato os tópicos nos fóruns e as manchetes nas redes sociais. Todo o prólogo do pesadelo do Leon foi jogado com todas as opções gráficas elevadas ao seu potencial máximo. Ou seja, todos os elementos visuais acionados (incluindo raytracing) e no máximo em resoluções 4K a entre 108 a 120 fotogramas na seguinte configuração, processador AMD Ryzen 9 5950X; placa gráfica NVIDIA GeForce RTX 4090 MSI Suprim X; 64 GB RAM DDR4 a 3600 MHz. Como os erros relatados se tratam essencialmente de inconsistências visuais e memory leaks em placas gráficas com menos de 12GB de VRAM, tudo me leva a crer que as placas NVIDIA GeForce RTX 3080, correm o risco de envelhecer muito mal, porque só possuem 10GB de VRAM e este e outros futuros jogos podem necessitar de mais em resoluções como 2K ou 4K.

    Efeitos de raytracing são novidade em Resident Evil 4

    Para já, posso dizer-vos que esta demo me fez ficar ainda mais entusiasmado pelo produto final. Enquanto alguns elementos clássicos me fizeram sorrir por estarem presentes, adições como um grafismo muito superior repleto de um tremendo número de opções de visuais (até de física), e uma nova abordagem quer de ambiente como de jogabilidade foram verdadeiramente surpreendentes. A espera vai ser dura até o dia 24 de março.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    Ricardo Pereira
    Ricardo Pereira
    12 , Março , 2023 0:12

    Obrigado Bruno pela excelente analise…. este é um dos poucos jogos da serie que não joguei os outros todos acabei… Por isso vai ser tudo novo para mim

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