Depois de Two Point Hospital e Two Point Campus, Two Point Museum é o mais recente jogo da série de simuladores de negócios desenvolvidos pelos britânicos da Two Point Studios (com publicação pela SEGA) cujo pedigree inclui developers veteranos de clássicos como Fable, Black & White e claro, Theme Hospital, do qual obviamente Two Point Hospital é um sucessor espiritual.
Em Two Point Museum, tomamos a gerência de um museu, com a possibilidade de o decorar, aumentar a sua colecção de exposições e a ter de assegurar que tudo é mantido em bom estado e está a gerar excitação (Buzz) junto dos visitantes, o que os encoraja a fazer mais donativos ao museu. Ao mesmo tempo, é também necessário manter os visitantes contentes através de comodidades como lojas de lembranças, casas de banho e zonas de alimentação, que também poderão gerar receitas.
O staff do nosso museu está também totalmente ao nosso encargo, desde a selecção do pessoal com diferentes skills e a possibilidade de evoluir ao longo da sua carreira, aos cuidados a ter em termos de descansos e até cuidados médicos quando acontecem acidentes. É também com o staff que enviamos em expedições que o nosso museu irá adquirir novos artigos para as exposições, tendo as expedições diferentes dificuldades que são mitigadas pelo crescimento da experiência do staff e com o treino de novas habilidades. Com a repetição das expedições podemos até encontrar exposições de qualidade superior, que atraem mais visitantes e geram mais Buzz.
Aos poucos, o jogo vai adicionando pequenas mecânicas, tornando-se mais fácil de ir aprendendo aos poucos toda a minúcia de opções que temos à nossa disposição, o que torna possível jogar Two Point Museum a um ponto de autêntico micromanagement, embora tal não seja obrigatoriamente necessário. A dada altura desbloqueamos a possibilidade de abrir outros museus, com diferentes temas, partindo do nosso museu dedicado à pré-história inicial, passando por museus de vida marinha e do sobrenatural, e finalmente museus de ciência e espacial, cada um com o seu mapa de expedições dedicado para a aquisição de exposições de cada tema. É também possível criar mega museus utilizando o modo sandbox, onde temos liberdade completa.
É através da variedade de temas que Two Point Museum nos oferece algum desafio, sendo que as diferentes exposições de diferentes temas terão diferentes condições de manutenção – alguns fósseis congelados requerem ambientes frios, enquanto algumas plantas carnívoras exóticas podem precisar de temperatura e humidade. Já em questões de vida marinha, temos de nos preocupar com quais dos peixes é que podem coabitar uns com os outros também de acordo com as suas necessidade em termos de habitat e por aí além.
No entanto, e apesar de tudo, toda a experiência de jogo consegue ser bastante tranquila e relaxante, e é bastante raro darmos de frente com um problema que precise de ser tratado com reflexos rápidos (e mesmo aí é possível parar o gameplay enquanto resolvemos o problema, não estando dependentes de resolver nada em tempo real). A maior parte das situações conseguem ser evitadas com o devido planeamento, como por exemplo contratar seguranças, e estabelecer perímetros de vigilância com câmaras para evitar assaltos, e ter a certeza que mantemos mais elementos de staff do que os imediatamente necessários, porque vamos acabar por ter baixas ou elementos a precisar de descanso.
Two Point Museum é um jogo para quem gosta de uma experiência personalizada e com a possibilidade de ter tudo ao seu gosto, mas consegue manter-se simples o suficiente para aqueles que não dão tanta atenção a isso. É também uma experiência bem nostálgica para jogadores dos clássicos da série “Theme” da Bullfrog Productions, conseguindo capturar praticamente todo o feel que esses jogos proporcionam, enquanto nos oferece um jogo inteiramente moderno com a possibilidade de, tal como os seus antecessores, serem jogados e rejogados quase infinitamente.
Review por Tiago Vasconcelos.
