Split Fiction é o mais recente jogo dos suecos Hazelight Studios e de Josef Fares, o director sueco-libanês responsável pelos êxitos Brothers: A Tale of Two Sons, A Way Out e It Takes Two, os dois últimos com a particularidade de, tal como Split Fiction, serem jogos cooperativos multiplayer para dois jogadores. Para facilitar a experiência, assim como em It Takes Two, basta um dos jogadores comprar Split Fiction e este poderá providenciar a qualquer amigo um “Friend Pass” que os permitirá jogar juntos com apenas uma cópia do jogo.
Nesta nova aventura seguimos Mio Hudson e Zoe Foster (cujos nomes coincidem com os nomes das duas filhas de Josef Fares, Mio e Zoe), duas escritoras convidadas pela Rader Publishing a testar um aparelho de simulação experimental juntamente com outros escritores. O CEO J.D.Rader apresenta a máquina, explicando que esta permite aos seus utilizadores experienciar as suas histórias como se fossem realidade, encapsulando cada um deles numa bolha, onde permanecem em animação suspensa enquanto vivem as suas histórias. No entanto, Mio entra em pânico e tenta recuar entrando numa pequena briga com Rader, o que acaba com Mio a entrar inadvertidamente na bolha de Zoe.
Mio aparece assim numa história de fantasia imaginada por Zoe, seguida por um glitch que destrói o ambiente e as transporta para uma das histórias de ficção científica de Mio, com a dupla a explorar as histórias submetidas por ambas, acabando por perceber que o glitch se está a expandir por a máquina não estar preparada para dois utilizadores na mesma bolha e não poder ser desligada devido aos glitches.
É assim que ao longo do jogo nos são apresentados vários níveis, alternando entre a fantasia de Zoe e a ficção científica de Mio, com mecânicas de jogabilidade bastante variadas, claramente inspiradas por vários géneros de jogo. Enquanto a maior parte da jogabilidade acontece com exploração e plataformas 3D de uma forma relativamente livre, alguns níveis forçam-nos a jogar numa perspectiva lateral como um clássico 2D, ou transformam a jogabilidade num verdadeiro shooter lateral, sempre com um pouco de mecânicas puzzle que obrigam os jogadores a cooperar verdadeiramente, exigindo algum timing para os resolver. Há também pequenas “side stories” espalhadas pelos níveis principais que exploram ainda mais algumas mecânicas únicas dessas histórias.
Com estas experiências, Mio e Zoe, que começam por andar à cabeçada, sem se conseguirem entender, acabam por se abrir uma com a outra, partilhando as suas histórias de vida, criando verdadeiros laços de amizade, espelhando um pouco a experiência do jogador, que terá de cooperar com o seu amigo para passar os puzzles apresentados e chegar ao final do jogo.
Depois da receção positiva dos seus jogos anteriores, não será nenhuma surpresa que a mais recente obra de Josef Fares e os seus Hazelight Studios seja mais um jogo absolutamente extraordinário, quer pela jogabilidade variada e nostálgica, quer pelos visuais exóticos e mágicos. Uma experiência que oferece tanto de novo e fresco como de clássico e reconhecível, e melhor ainda – uma experiência que será partilhada com um amigo.
Review por Tiago Vasconcelos.