A NIS America, subsidiária da Nippon Ichi Software especializada na localização e distribuição global de videojogos japoneses, atravessa um período financeiro desafiante. Os resultados do ano fiscal terminado em março de 2025 revelam uma quebra significativa na rentabilidade da empresa.
Segundo dados divulgados pela GameBiz, a editora registou uma diminuição de 59,4% no lucro operacional e uma redução ainda mais acentuada de 61,3% no lucro líquido comparativamente ao período homólogo anterior. As vendas também sofreram um declínio, embora mais moderado, de 3,2%.
A NIS America é conhecida por publicar títulos de renome no mercado ocidental, destacando-se como responsável pela distribuição das populares séries Ys e Legend of Heroes/Trails da Nihon Falcom nos Estados Unidos, Europa e outras regiões internacionais.
Durante o último ano fiscal, a empresa lançou vários títulos importantes, incluindo The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak, Reynatis, Ys X: Nordics e The Legend of Heroes: Trails Through Daybreak II. Apesar desta actividade editorial, os números financeiros não corresponderam às expectativas.
Os dados concretos do desempenho financeiro da NIS America para o período terminado em 31 de março de 2025 são os seguintes:
- Vendas: 4,116 mil milhões de ienes (descida de 3,2% face ao ano anterior)
- Lucro operacional: 208 milhões de ienes (quebra de 59,4% em relação ao período homólogo)
- Lucro líquido: 148 milhões de ienes (redução de 61,3% comparativamente ao ano fiscal anterior)
Para o próximo período, a NIS America tem no horizonte o lançamento de Disgaea 7 Complete, previsto para o outono de 2025, e The Legend of Heroes: Trails Beyond the Horizon, com chegada marcada para janeiro de 2026.
Esta quebra nos resultados financeiros reflecte os desafios enfrentados pela indústria dos videojogos, onde a competição é intensa e o sucesso comercial nem sempre acompanha a qualidade dos produtos lançados.
Na descrição de The Legend of Heroes: Trails Beyond the Horizon podemos ler:
Van Arkride e os membros da Arkride Solutions estão de volta, e desta vez o futuro de todo o continente de Zemuria está em jogo! O povo de Zemuria aguarda ansiosamente o lançamento da primeira incursão da humanidade no espaço. Um convite repentino da Marduk para cooperar num exercício de treino de alta tecnologia coloca Van, o Ashen Chevalier Rean Schwarzer e o Padre Kevin Graham em rota de colisão com os segredos que estão no centro de Zemuria.
Os seus caminhos podem divergir, mas a questão final permanece a mesma: o que está para além do limite do horizonte?
Preocupante, espero que as coisas melhorem para eles.
Existem vários denominadores a considerar que possam ter gerado estes acontecimentos.
Em primeiro lugar, o mais óbvio, The Legend of Heroes, além de possuir um título genérico (A Lenda dos Heróís) é uma longa série de jogos que possui 13 jogos anteriores que exigem, para total satisfação, jogar todos em sequência, algo extremamente dificil quer por questões de tempo ou logistica (só no PC é possivel de momento).
A comunidade de fãs não ajuda e faz pressão para inicarem a vossa viagem desde o primeiro jogo, pois só assim vão viver a experiência completa, algo que ainda nem sabemos quando vai terminar.
The Legend of Heroes: Trails through Daybreak II, é considerado pela comunidade de fãs como a ovelha negra da série, algo que como disse no ínicio da minha análise considerei como intimidante, e acredito que este registo tenha afastado muitos jogadores.
13 jogos dentro do mesmo universo podem fatigar e a considerar o histórial da NIS America, que fez o impensável em 3 anos, pode ter condicionado para tal.
A NIS America possui no seu rol de lançamentos séries com várias entregas. Além de The Legend of Heroes também tem DISGAEA e YS. O que indica que só os fãs mais dedicados continuam a consumir essas séries.
A NIHON FALCOM CORPORATION, tem mais anos nas costa que a SQUARE ENIX e em toda a sua vida dedicou lançamentos a um punhado séries específicas, o que condicionou a ser uma pequena produtora e não ter os mesmos recursos técnicos.
Por não possuir os mesmos recursos técnicos os seus jogos para muitos são rotulados como “jogos de PS3”, algo que no ocidente nao capta a atenção porque nesta parte do mundo só o fotorealistico singra. Contudo, progressivamente vão obtendo melhorias significativas, por exemplo as animações de Trails in the Sky 1st chapter estão um mimo.
Por muito que goste dos seus jogos reconheço que são de nicho, aliás no ocidente alguns jogadores a batizaram de “Niche America” devido a este elemento.
As temáticas dos seus jogos são extremamente orientais, e não tiveram a sorte de ter uma adaptação anime que gerasse vendas, interesse e destaque como Persona 4 the Animation fez em 2011. Todas as produções de anime de The Legend of Heroes foram horriveís e só são recordadas como memes. Mesmo no Japão não os jogos não atingem os mesmos registos que um Final Fantasy ou um Dragon Quest.
A publicidade da NIS America consegue ser contraproducente porque por vezes sinto que intimida o jogador mais curioso logo à partida com o seu discurso.
A NIS America não utiliza uma das suas maiores armas para promover os seus jogos, as bandas sonoras, e acreditem estamos na presença de verdadeiros hits desconhecidos por muitos.
…se tudo falhar ainda temos a GungHo Online Entertainment até encerrarmos as histórias de Zemuria, certo? Certo??