O anime Gachiakuta, uma das apostas mais aguardadas do verão de 2025, foi destaque na Anime Expo deste ano, onde os criadores partilharam os bastidores da produção numa entrevista. A série, que combina mangá tradicional com elementos de graffiti de forma inovadora, tem conquistado críticos e fãs pela sua estética única e narrativa envolvente.
Kei Urana, a criadora de Gachiakuta, revelou que as suas principais inspirações foram Soul Eater, Hellsing e O Senhor dos Anéis. A ligação a Soul Eater é particularmente significativa, já que Atsushi Ohkubo, autor da obra, considerou Urana como a sua “sucessora que já o ultrapassou“. A criadora trabalhou inclusive como assistente durante a serialização de Fire Force, que terminou apenas uma semana após o início de Gachiakuta.
O projeto demorou quase uma década a materializar-se. Urana explicou que a ideia original surgiu há cerca de sete ou oito anos: “Queria escrever um mangá passado num mundo cheio de lixo. Na altura não fazia ideia de como tornar esta história interessante, mas acabei por perceber que era realmente isto que queria fazer“.
A colaboração com Hideyoshi Andou, responsável pelo design de graffiti na série, nasceu de forma orgânica através de conversas online. Andou, que se inspira em bandas como Limp Bizkit, Korn e Slipknot, admitiu inicialmente ter dúvidas sobre se a combinação de mangá e graffiti funcionaria. No entanto, ambos os criadores concordaram que queriam ser os primeiros a explorar esta fusão artística única.
Naoki Amano, produtor do projeto, revelou que ficou imediatamente cativado pela originalidade visual da série quando a leu nos primeiros capítulos. “Fiquei rapidamente atraído pela singularidade dos visuais e personagens, e por como as histórias são dramáticas e emotivas“, explicou, referindo-se também à visão única do mundo coberto de lixo e graffiti.
O estúdio BONES está a cargo da adaptação, e a criadora Kei Urana envolveu-se ativamente no processo de seleção dos atores de voz, fornecendo descrições detalhadas sobre os tons e personalidades das personagens. Tinha mesmo alguns atores específicos em mente que sugeriu à equipa de produção.
A resposta positiva à adaptação surpreendeu os próprios criadores. Urana comentou que projetos únicos e invulgares raramente têm sucesso à primeira tentativa, sendo normalmente as segundas versões que conquistam o público. “Não queríamos que isso nos acontecesse. Temos trabalhado na nossa série para sermos os primeiros a fazer isto“.
O terceiro episódio de Gachiakuta estará disponível na Crunchyroll a partir de 27 de julho, prometendo continuar a surpreender os espectadores com a sua abordagem inovadora ao género shonen e a sua estética visual distintiva que mistura elementos tradicionais do mangá com a cultura urbana do graffiti.
