A luta contra a pirataria de mangá e anime ganhou novo fôlego em França, com o encerramento de um dos maiores sites de pirataria mangá do país. O Japscan, plataforma que disponibilizava mais de 13 mil títulos não licenciados e recebia cerca de 690 mil visitantes por mês, foi bloqueado após uma ação coordenada do Syndicat National de l’Édition (SNE).
A operação representa um marco significativo na terceira maior potência mundial do mercado de mangá, onde o consumo desta forma de arte japonesa tem crescido exponencialmente. O SNE, organização que representa os editores franceses, conseguiu o bloqueamento do site em colaboração com nove das suas empresas membros, numa demonstração de força do setor editorial.
O Japscan destacava-se pela vastidão do seu catálogo, oferecendo não apenas mangá, mas também manhwa e manhua, todos sem licenciamento. A plataforma tornou-se popular entre os fãs franceses precisamente pela disponibilização gratuita de conteúdos que, muitas vezes, não têm distribuição oficial no país.
Esta vitória surge na sequência de outro êxito recente do SNE: o bloqueamento da Z-Library, biblioteca digital pirata que oferecia milhões de livros gratuitos. A organização francesa deixou claro que estas ações fazem parte de uma estratégia mais ampla para combater a pirataria no país.
“Queremos sensibilizar os 7 milhões de leitores de mangá franceses para estas práticas ilegais“, declararam os responsáveis do SNE, sublinhando o impacto económico da pirataria no setor. A organização defende ainda que a ARCOM, regulador francês das telecomunicações, deveria ter poderes mais alargados para bloquear domínios relacionados com pirataria.
O fenómeno não se limita a França. Nos últimos meses, editoras japonesas como a Shueisha e a Shogakukan intensificaram os esforços legais contra sites piratas em todo o mundo. Plataformas como MangaDex e Nunu TV sofreram golpes significativos, numa campanha global que acompanha a crescente popularidade do mangá e anime.
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Contudo, a questão levanta dilemas complexos. Muitos fãs recorrem à pirataria devido à falta de publicações oficiais em diferentes idiomas. O caso do MangaDex ilustra esta problemática: o encerramento eliminou o acesso a traduções de títulos de nicho que provavelmente nunca receberiam versões oficiais, deixando os leitores sem alternativas legais.
Embora o SNE assegure estar a trabalhar para disponibilizar mais mangá oficialmente em França, outros países enfrentam ainda maiores limitações no acesso legal a estes conteúdos. Esta realidade alimenta um ciclo onde a procura supera a oferta oficial, perpetuando o recurso a fontes ilegais.
A indústria do mangá movimenta milhares de milhões de euros anualmente, e França consolidou-se como um mercado crucial fora do Japão. O sucesso de eventos como a Japan Expo e a proliferação de livrarias especializadas demonstram o apetite do público francês por cultura japonesa.
Para as editoras, a pirataria representa uma ameaça direta aos rendimentos dos autores e à sustentabilidade das editoras. Argumentam que o investimento em traduções, impressão e distribuição só é viável com o retorno das vendas legais, criando um ecossistema cultural saudável e diversificado.
A batalha contra a pirataria de mangá continua a intensificar-se, refletindo tanto o crescimento global deste mercado como os desafios de um mundo digital onde o acesso instantâneo se tornou expectativa. O encerramento do Japscan marca mais uma vitória das autoridades, mas a questão fundamental da disponibilidade oficial permanece por resolver.
A desculpa dos “títulos de nicho” não cola não se fosse o caso teria um site específico pra manga não localizado acredito que o pessoal não entendeu que a mentalidade em questão de e “mangas e comics” em geral e diferente no mercado japonês e europeu os direitos de autor são respeitados de verdade os autores literalmente tem o direito da obra os Americanos não tem isso multiplas empresas usam uma marca pra ganhar bilhões que foi criada por uma ou duas pessoas que não tem direito nenhum sobre a obra so royalties pequenos por algum produto específico a mentalidade e diferente e isso deve ser respeitado as pessoas gostem ou não ficar se vangloriando por ser bandido e pirateando que nem os norte americanos estão fazendo e patético.
Patético é você colocar pessoas que estão apenas traduzindo obras na mesma categoria que bandidos, isso é um absurdo, eu fico incrédulo com a capacidade do ser humano de falar merd@.