Um grupo de hackers curdos assumiu a responsabilidade por uma série de ciberataques contra grandes estúdios japoneses de anime, incluindo a Toei Animation (responsável por One Piece), a Production I.G (Kaiju No. 8) e a David Production (JoJo’s Bizarre Adventure).
A informação foi revelada pela equipa de monitorização OSINT (Open-Source Intelligence) da NTT Security Japan, que publicou um relatório de 13 páginas no passado dia 7 de agosto, documentando as alegações feitas pelos piratas informáticos nas redes sociais.
Segundo as mensagens partilhadas no Twitter e Telegram entre 4 e 5 de agosto, o grupo justifica os ataques DDoS (Distributed Denial of Service) com várias acusações contra o Japão. Os hackers alegam discriminação anti-curda por parte do povo e governo japoneses, afirmando que o país asiático “segue ordens da Turquia para expulsar curdos” e que empresas japonesas produzem “anime anti-curdo que queima publicamente bandeiras curdas”.
Um ataque DDoS (Distributed Denial of Service), ou Ataque de Negação de Serviço Distribuído, é uma tentativa maliciosa de tornar um serviço online inacessível. Isso é feito inundando o alvo com tráfego de múltiplas fontes, sobrecarregando-o e impedindo que utilizadores legítimos de acederem ao serviço.
“Derrubámos o site da Toei Animation pela nossa equipa, um estúdio japonês que produz Dragon Ball, One Piece, etc.”, escreveu uma das contas associadas ao grupo. Noutra mensagem, mais agressiva, pode ler-se: “Japoneses fascistas e estúpidos, parem de difamar os curdos com as vossas séries anime”.
O relatório da NTT Security indica que estes ataques não são isolados, tendo começado em 2023. Os piratas informáticos têm como alvo não apenas estúdios de anime, mas também outras empresas japonesas, numa campanha que classificam como resposta ao que consideram ser racismo institucional.
Motivações políticas por trás dos ataques
“O governo japonês tem agido contra os curdos no Japão há vários anos e mostra o seu racismo exigindo que os curdos sejam expulsos do país porque a Turquia o ordenou e o Japão é o cão da Turquia”, lê-se numa das mensagens partilhadas no Telegram.
Não está claro se a hostilidade se dirige especificamente aos estúdios mencionados ou se estes são apenas alvos de destaque na indústria do entretenimento japonês.
A NTT Security revelou ainda que o grupo se aliou a hacktivistas pró-russos e tem levado a cabo ataques frequentes contra a Turquia, Irão, Arménia e países vizinhos, sugerindo uma campanha mais ampla de ciberativismo político.
A lista de empresas alegadamente atacadas inclui várias organizações japonesas para além dos estúdios de anime, demonstrando o alcance da operação.
Este incidente junta-se a outros ciberataques recentes contra a indústria anime e mangá, incluindo o ataque à Kadokawa e o hack do MyAnimeList. A crescente digitalização da indústria do entretenimento japonês tem tornado estas empresas alvos mais visíveis para grupos de hackers com motivações diversas.
A NTT Security, que faz parte do Grupo NTT (uma das maiores empresas de telecomunicações do mundo), disponibilizou o relatório completo com todas as alegações documentadas para consulta pública.
Esses aí são doentes isso sim, assim como a bolha woke ideológica de esquerda