Glen Schofield, veterano programador conhecido pelo seu trabalho em franquias como Dead Space, Call of Duty e The Callisto Protocol, declarou-se publicamente “100% a favor” do uso de inteligência artificial no desenvolvimento de videojogos.
Numa entrevista recente, o experiente criadores de videojogos defendeu que a IA é uma ferramenta inevitável e que os profissionais da área devem adaptar-se à sua presença, em vez de a combaterem. “A IA está aqui, trabalhem simplesmente com ela”, afirmou Schofield, revelando que já utiliza ativamente estas tecnologias nos seus projetos.
O criador reconhece que, embora a IA possa produzir arte conceptual e cinemáticas impressionantes, a tecnologia ainda precisa de amadurecer antes de se tornar verdadeiramente útil como motor de jogo. “Algum dia, dentro de 10 anos, cinco anos, estará aqui. Mas vai ser um motor? Neste momento, são apenas um monte de coisas que sugam informação… para onde? Terá de se estabelecer um pouco antes de a usarmos realmente”, explicou.
Para responder às preocupações sobre perda de empregos nas indústrias criativas, Schofield recorreu a exemplos do passado, comparando o atual receio em torno da IA à introdução do Photoshop nos departamentos artísticos.
“Lembro-me de quando o Photoshop estava a aparecer. Qualquer pessoa que fizesse aerografia ou algo do género ficou sem trabalho, certo? Porque os computadores iam tornar tudo mais rápido”, recordou Schofield, acrescentando que, na realidade, “tudo ficou apenas mais complicado”.
O mesmo padrão repetiu-se com a captura de movimento, que inicialmente se pensava que eliminaria postos de trabalho na animação. Hoje, os departamentos de animação podem ter 30 pessoas, mostrando como a tecnologia frequentemente expande em vez de reduzir as oportunidades profissionais.
Os dados mais recentes do inquérito da Game Developers Conference revelam uma indústria em transição. Embora 52% dos programadores trabalhem em empresas que utilizam ferramentas de IA generativa, o interesse parece estar a diminuir.
Apenas 9% dos inquiridos disseram que as suas empresas estavam interessadas em ferramentas de IA generativa, uma descida face aos 15% do ano anterior. Por outro lado, 27% afirmaram que as suas empresas não têm qualquer interesse em utilizá-las, um aumento de 9 pontos percentuais em relação a 2024.
Para Schofield, que presenciou múltiplas revoluções tecnológicas ao longo da sua carreira de décadas, a situação atual não é diferente das transformações anteriores.