Nos últimos anos, o preço dos videojogos tem seguido uma tendência preocupante, valores cada vez mais altos, sem que o conteúdo justifique esse aumento. Jogos que chegam ao mercado por 69,99 ou até 89,99 euros oferecem, na maioria das vezes, experiências curtas, inacabadas, alimentadas por microtransações ou dependentes de atualizações futuras para atingirem um estado minimamente aceitável.
Neste cenário, alguns títulos recentes mostram que há outro caminho, uma luz ao fundo do túnel. O jogo da Team Cherry, Hollow Knight: Silksong, lançado por apenas 19,50 ou 19,99 euros (para todas as plataformas, incluindo o serviço Game Pass), é um exemplo claro, um jogo ambicioso, artisticamente apelativo e repleto de conteúdo, criado por uma equipa pequena que respeita os jogadores e que se preocupa com a economia atual. Como se não bastasse, ainda disponibilizam o upgrade gratuito para a Nintendo Switch 2, quando tantos outros estúdios aproveitam cada nova geração de consolas para lucrar com o mesmo jogo vezes sem conta.
De qualquer maneira, Silksong não é um caso isolado. Anteriormente já tínhamos recebido Clair Obscur: Expedition 33 do estúdio independente francês, Sandfall Interactive, um belíssimo RPG com uma jogabilidade e uma narrativa marcante, que chegou às lojas em abril deste ano por um preço justo e proporcional ao que oferece. Dois exemplos distintos, mas que apontam na mesma direção: é possível entregar experiências memoráveis sem roubar de forma abrupta a carteira de quem joga.
Isto leva-me a deixar uma pergunta no ar: se estúdios independentes conseguem oferecer tanto a preços acessíveis, para quê que os grandes da indústria continuam a exigir valores exorbitantes por experiências que, tantas vezes, ficam aquém na criatividade e no próprio polimento, mero capitalismo? Tentar lucrar sem limites por vezes pode não correr como desejado face a valores mais competitivos que vão surgindo.
Nós jogadores, não devemos continuar a aceitar passivamente que a norma seja pagar mais por menos. Hollow Knight: Silksong e Clair Obscur: Expedition 33 devem servir como uma chamada de atenção para a maioria dos estúdios conhecidos, lembrando-lhes que a qualidade de um videojogo não é definida pelo valor do orçamento de produção, mas sim pela dedicação dos próprios produtores, que por si só já enriquece a profundidade e a intensidade da experiência proporcionada num todo.
Ótima matéria, concordo plenamente com tudo o que foi dito.
E os dois jogos mencionados mostram claramente isso. E estou certo ao afirmar que será um deles a tornar-se o Jogo do Ano, e que tal como outros gigantes anteriores (Elden Ring, Baldur’s Gate 3) que deram uma autêntica chapada de luva branca na indústria actual cada um pelos seus motivos, que o próximo, seja ele qual for, prove ao mundo a importância que o sucesso desta indústria pode ter para o Universo Gamer, a esperanca de um futuro mais promissor e justo deve ser depositada nos grupos independentes, que priorizam a qualidade, a optimização, que entendem como a cabeça de um gamer funciona e o que realmente é importante para ele.
E que apesar de tudo isso ainda oferecem um produto que vale muito mais do que aquilo que pedem por ele, sem truques, sem desrespeito pelo tempo que investimos, sem desleixos na performance, e que demonstra quando o exploramos toda a dedicação e o amor que foi investido na criação do mesmo.
Estou muito grato por ter descoberto este mundo que me deixa tão orgulhoso com todas as conquistas que contiuam a alcançar. Força Indies, força grupos AA, força amantes de videogames. Juntos vamos recuperar e tornar mais forte esta Arte que amo tanto.
Voces nem conhecem a maioria dos indies p´*rra. Bando de hiprocrita. Dezenas de jogos indies sendo lançados toda semana obvio que vão ter alguns decentes