Um YouTuber ucraniano com mais de 6,5 milhões de subscritores foi detido no Japão depois de transmitir em direto enquanto invadia uma propriedade na zona de exclusão nuclear de Fukushima, confirmaram as autoridades policiais esta sexta-feira.
A detenção ocorreu numa área que permanece interdita desde o desastre nuclear de 2011, representando mais um episódio de comportamentos inadequados por parte de criadores de conteúdo estrangeiros no território japonês.
Além do YouTuber, outros dois ucranianos foram igualmente detidos por terem entrado numa casa desocupada na cidade de Okuma, na província de Fukushima, durante a manhã de quarta-feira, segundo informou a polícia local.
“Os agentes descobriram os suspeitos após informações fornecidas por um cidadão e detiveram-nos em flagrante delito”, explicou um porta-voz das autoridades.
Os três detidos confessaram as acusações, de acordo com a televisão TV Asahi. A emissora mostrou excertos da transmissão ao vivo do YouTube, onde se pode ver os homens a preparar chá dentro da habitação e a examinar objetos aparentemente deixados pelos antigos moradores.
Após a catástrofe de Fukushima, desencadeada por um terramoto devastador e o subsequente tsunami, 12% da província ficou interdita ao público e cerca de 165.000 pessoas abandonaram as suas casas, seja por ordens de evacuação ou voluntariamente.
A radiação que cobriu a região obrigou os residentes a deixar tudo para trás. Embora muitas zonas tenham sido posteriormente declaradas seguras, algumas áreas continuam consideradas perigosas, incluindo o local onde os ucranianos estavam a filmar.
O antigo embaixador ucraniano no Japão, Sergiy Korsunsky, publicou nas redes sociais um pedido de desculpas em nome dos seus compatriotas detidos. “Isto não devia estar a acontecer”, escreveu na plataforma X.
Este incidente surge na sequência de outras situações semelhantes, como a detenção em 2023 de um criador de conteúdo norte-americano conhecido como Johnny Somali, acusado de invasão de propriedade num estaleiro de construção.