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    Hollywood identifica nova ameaça de pirataria que cresce a ritmo alarmante

    Motion Picture Association alerta para plataformas que oferecem filmes e séries gratuitamente sem qualquer tipo de registo ou subscrição

    Post Trauma pv screenshot PC computador

    A indústria cinematográfica enfrenta um novo desafio no combate à pirataria online. A Motion Picture Association (MPA), que representa os principais estúdios de Hollywood, Amazon e Netflix, acaba de revelar a sua lista anual dos mercados de pirataria mais problemáticos, e há um nome novo que está a ganhar destaque: os sites hydra.

    O termo, inspirado na mitologia grega e popularizado nos finais dos anos 2000 pelo The Pirate Bay, descreve agora uma categoria de plataformas que está a expandir-se rapidamente. Ao contrário dos serviços IPTV tradicionais, estes sites funcionam diretamente no navegador, sem necessidade de subscrições, dispositivos dedicados ou sequer registo de utilizadores.

    Entre os exemplos citados pela MPA estão HydraHD, Nunflix, Cineby, Rivestream, Watchug, Vidbox, Broflix, Flickystream, Mapple, Alienflix e Novastream. Todos oferecem acesso imediato a filmes e séries sem qualquer tipo de barreira ou paywall.

    O que torna estes sites particularmente difíceis de combater é a infraestrutura em que se apoiam. A MPA refere que a maioria depende fortemente de plataformas de Piracy-as-a-Service (PaaS), serviços de terceiros que permitem a qualquer pessoa criar o seu próprio site pirata com esforço mínimo.

    Muitos destes sites hydra recorrem a bibliotecas de vídeo centralizadas como Vidsrc para conteúdo on-demand, enquanto plataformas de streaming desportivo utilizam frequentemente Streamed.su. Esta dependência de templates padronizados e bibliotecas partilhadas torna-os fáceis de substituir quando um é encerrado, daí a analogia com a hydra mitológica, que fazia crescer duas cabeças por cada uma cortada.

    Velhos conhecidos continuam ativos

    Apesar dos sucessos recentes da MPA e da Alliance for Creativity and Entertainment (ACE), que inclui o encerramento de sites de pirataria desportiva com mais de 1,4 mil milhões de visitas anuais, muitas marcas piratas resistem.

    O grupo Myflixerz/Sflix continua a ser uma ameaça prioritária, com cerca de 622 milhões de visitas apenas em agosto. Curiosamente, o Sflix foi um dos alvos na operação contra a Fmovies em 2024, mas a marca sobreviveu através de domínios alternativos e alojamento em plataformas como MegaCloud, VidCloud e RapidCloud.

    Os tradicionais índices de torrents como The Pirate Bay e 1337x continuam mencionados, embora sejam agora alvos relativamente menores face à popularidade esmagadora dos portais de streaming.

    A MPA não se limita a apontar o dedo aos sites piratas. O documento entregue ao representante comercial dos Estados Unidos destaca o papel de intermediários que, embora não sejam fonte direta de pirataria, mantêm estes serviços operacionais.

    Os registos de domínios .CC, .IO, .TV, .RU, .SU, .SX e .TO são criticados por continuarem a fornecer serviços a sites piratas apesar de notificações repetidas. No segmento de alojamento, empresas como DDos-Guard, Private Layer, Squitter, Veesp e Virtual Systems aparecem na lista, juntamente com a recém-chegada Crypto Servers, do Belize, que segundo a MPA se especializa em clientes que procuram anonimato e resistência a pedidos de remoção.

    A Cloudflare volta a ser mencionada, não como mercado pirata estrangeiro, mas como serviço utilizado para ocultar a localização real dos sites. A empresa americana já respondeu anteriormente a estas críticas, sublinhando que colabora ativamente com entidades de confiança, incluindo a própria MPA, para partilhar informações sobre alegados sites piratas.

    Marcas como Cuevana e MagisTV, alvos repetidos de ações de fiscalização, mantêm milhões de utilizadores ativos. Ontem mesmo, a ACE anunciou ter ajudado as autoridades tailandesas a encerrar o serviço IPTV INWIPTV, mais uma baixa numa batalha que parece longe de terminar.

    O relatório da MPA será agora analisado pelo gabinete do representante comercial norte-americano, que deverá publicar uma nova versão da sua lista de mercados notórios no início do próximo ano.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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