Destiny Rising é a recente adição mobile free-to-play ao universo Destiny da Bungie, desta feita desenvolvida pelo gigante chinês NetEase para Android e iOS. Mantém-se o sistema live service da série-mãe, assim como o mundo multiplayer co-op PVE looter-shooter com elementos RPG, com progressão de armas, equipamentos e habilidades das personagens, adicionando elementos gacha.
A acção passa-se algures no passado, bem antes do primeiro Destiny, antes da existência da Tower e dos seus Guardians, contando com alguns Lightbearers que os fãs mais atentos poderão reconhecer de nome, mencionados algures no vasto lore da série, assim como alguns mais óbvios como Ikora Rey, a futura Warlock Vanguard, que tanto poderão ser NPC’s como personagens jogáveis, pois é aqui que Rising difere dos restantes Destiny. O jogador começa como uma personagem amnésica que pode personalizar (muito ligeiramente) e que acaba por tomar o nome Wolf, mas rapidamente notamos que há uma grande limitação em termos de costumização de habilidades e é precisamente porque com as mecânicas gacha, iremos desbloquear e jogar com diferentes personagens, com diferentes conjuntos de habilidades específicas.
Se por um lado os jogadores veteranos poderão estar habituados a fazer micro-management dos seus load-outs e builds de habilidades, em Rising quase parece que isso já foi feito por nós, com cada personagem a poder utilizar apenas um conjunto pré-determinado de armas, e um conjunto pré-determinado de habilidades normalmente associado à sua Relic individual (que poderão ser melhoradas ao longo do tempo), o que acaba por dar um feel genuinamente diferente a cada personagem. No entanto, como seria de esperar, devido à natureza das mecânicas gacha, obtermos a personagem com que queremos jogar, é aleatório e poderá requerer um certo nível de sorte (ou de investimento).
Com drops em multiplicado (quer das personagens, quer dos equipamentos), poderemos então efectuar upgrades que nos permitem subir os níveis de determinadas habilidades ou mesmo desbloquear algumas novas e mais poderosas.
De resto, o feel de Rising é bastante idêntico ao do Destiny original e à grande parte dos seus elementos de gameplay, com missões de campanha, os Strikes em que jogamos em co-op com outros jogadores, e até alguns modos de PvP. É também possível jogar o jogo inteiramente com câmara em 1ª pessoa ou em 3ª pessoa, em vez de depender das armas usadas.
Apesar de ser um jogo mobile, a fidelidade gráfica e estilo visual de Destiny não se perderam, e Rising suporta controlos touchscreen, assim como gamepad e até rato e teclado, com os próprios developers a oferecer suporte de emulação Android em Windows e MacOS através da sua própria aplicação MuMuPlayer (testada por nós com grande sucesso), apesar de referirem que outras aplicações como BlueStacks também funcionam. Os controlos em gamepad têm exactamente o mesmo feeling a que os jogadores de Destiny estarão habituados.
Infelizmente, enquanto muito do conteúdo pago do jogo será estritamente cosmético, devido à natureza gacha de obtenção de personagens, e à forma como duplicados desbloqueiam e fortalecem as suas habilidades, acaba por existir uma vertente que pode ser considerada “pay-to-win”… No entanto, devido à predominância de modos de jogo co-op (ao invés de PvP) talvez não seja tão relevante assim.
Destiny Rising traz-nos assim a experiência praticamente completa da série principal para os ecrãs dos nossos telemóveis, com alguma inovação à mistura, e sem descurar os jogadores de PC (infelizmente para já, os jogadores de consola ficam a ver navios), no entanto, assim como na série principal, notam-se as várias tentativas de monetização de que os jogadores veteranos de Destiny também já conhecem…
Resta ver como a entrega de novo conteúdo se irá processar, mas para já, Destiny Rising é uma experiência agradável e (maioritariamente) gratuita.
Review por Tiago Vasconcelos.