O próximo capítulo da lendária série Age of Empires está em desenvolvimento e tudo indica que trará uma mudança técnica fundamental. Segundo vários anúncios de emprego publicados no site da Microsoft, o jogo deverá utilizar o Unreal Engine, abandonando os motores gráficos que têm sido utilizados nos jogos mais recentes da franquia.
Esta seria uma alteração substancial na abordagem tecnológica da série. Age of Empires 4 foi desenvolvido com o Essence Engine, enquanto Age of Empires 3: Definitive Edition utilizou o Bang Engine. Ambos são motores especializados em jogos de estratégia em tempo real, mas agora a Microsoft parece estar a optar por uma solução mais universal e amplamente utilizada na indústria.
Os anúncios foram publicados pela Xbox Game Studios, que confirma estar a trabalhar arduamente para continuar o grande legado de Age of Empires. A World’s Edge, o estúdio responsável por Age of Empires 4 e pelas edições definitivas dos segundo e terceiro jogos, está à procura de profissionais para duas posições específicas.
Os cargos em questão são Principal Unreal Engineer e Senior Unreal Engineer. As descrições deixam claro que a empresa procura candidatos com experiência sólida em todos os aspetos do desenvolvimento de jogos com Unreal Engine e capacidade para liderar recursos externos.
A menção explícita ao Unreal Engine nestes anúncios não deixa margem para dúvidas sobre a direção tecnológica que a franquia está a tomar. Embora a Microsoft não tenha confirmado oficialmente que se trata de Age of Empires 5, a linguagem utilizada e o contexto tornam essa conclusão bastante evidente.
O Unreal Engine, desenvolvido pela Epic Games, é um dos motores gráficos mais populares e versáteis da indústria. Tem sido usado em tudo, desde jogos AAA a produções independentes, passando por aplicações de arquitetura e produção cinematográfica. A sua flexibilidade e o conjunto robusto de ferramentas tornam-na uma escolha natural para muitos estúdios.
Para um jogo de estratégia em tempo real como Age of Empires, a mudança para Unreal Engine pode trazer várias vantagens. O motor oferece capacidades gráficas avançadas, ferramentas de iluminação sofisticadas e suporte extensivo para diferentes plataformas. Isto poderia resultar num jogo visualmente mais impressionante e tecnicamente mais ambicioso.
Por outro lado, o Unreal Engine não é tradicionalmente associada a jogos de estratégia em tempo real. A maioria dos títulos RTS usam motores personalizados ou especializados, precisamente porque este género tem necessidades técnicas muito específicas, como gestão de centenas de unidades simultâneas e simulação complexa de combate.
A World’s Edge terá de adaptar o Unreal Engine para responder a estas exigências particulares do género. É aqui que a experiência dos engenheiros que estão a contratar se torna crucial. Precisam de pessoas que não só conheçam o Unreal Engine profundamente, mas que também compreendam como modificá-la para servir as necessidades únicas de um jogo de estratégia.
A série Age of Empires está prestes a completar três décadas desde o lançamento do jogo original em 1997. Ao longo destes anos, tornou-se numa das franquias de estratégia em tempo real mais respeitadas e duradouras da história dos videojogos.
Para além dos anúncios de emprego, a Microsoft não revelou quaisquer outros detalhes sobre o futuro de Age of Empires. Não há informação sobre período histórico, civilizações incluídas, mecânicas de gameplay ou data prevista de lançamento. O projeto parece estar numa fase inicial de desenvolvimento.