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    Anime de dança da Madhouse sob fogo devido à qualidade da animação 3D

    Fãs comparam animação do novo anime do estúdio Madhouse a vídeos amadores de internet

    A estreia da adaptação para anime do mangá de dança hip-hop Wandance na Disney+ trouxe consigo uma onda de críticas que o estúdio Madhouse (Frieren, Sonny Boy, No Guns Life, Overlord) provavelmente não esperava. O anime, que coloca a dança no centro da narrativa, está a ser duramente criticado pela escolha de animação em 3D nas sequências de dança, com espectadores a apontarem a falta de qualidade técnica como um dos principais problemas da produção.

    A série, dirigida por Michiya Katou e baseada no mangá de Coffee, acompanha Kaboku, um estudante introvertido que descobre o mundo da dança através de Hikari Wanda, uma jovem que encontra na dança hip-hop a sua forma de expressão e liberdade. A premissa prometia muito, especialmente vindo de um estúdio com o prestígio da Madhouse, mas a execução técnica das cenas de dança tornou-se rapidamente o principal tópico de discussão.

    O episódio de estreia incluiu uma sequência de dança protagonizada por Hikari que se tornou viral pelas piores razões. A animação em CGI utilizada nessas cenas contrasta fortemente com o resto do episódio, criando uma quebra visual que muitos espectadores consideram prejudicial à experiência.

    Nas redes sociais, os comentários não têm sido favoráveis. “Imagina fazer um anime sobre dança e não investir nas cenas de dança”, escreveu um utilizador, resumindo a frustração de muitos fãs. Outro espectador foi mais direto: “Destoa completamente com a atmosfera que tentam criar”. As comparações com animações feitas em MikuMikuDance, uma ferramenta de animação 3D caseira amplamente usada por criadores amadores, multiplicaram-se online.

    Fora das sequências de dança, o anime mantém a coerência visual característica da qualidade do estúdio Madhouse. Os designs de personagens e a narrativa preservam o estilo que os fãs do estúdio reconhecem, mas essa consistência torna ainda mais evidente o contraste quando surgem as cenas em 3D. É precisamente esse choque entre dois estilos distintos que está a gerar maior desconforto entre quem acompanha a série.

    A questão que se coloca agora é se os próximos episódios trarão melhorias técnicas ou se esta abordagem se manterá ao longo da temporada. A produção de anime envolve prazos apertados e recursos limitados, e nem sempre é possível fazer ajustes significativos após o arranque de uma série. No entanto, a pressão do público pode influenciar decisões futuras, especialmente se a receção continuar maioritariamente negativa.

    Para um anime que coloca a dança como elemento central da história, a animação dessas sequências não é um detalhe secundário. É o coração da experiência visual que a série promete entregar. Quando essas cenas não correspondem às expectativas, todo o projeto fica comprometido aos olhos do público.

    O debate em torno de Wandance reflecte também uma discussão mais ampla sobre o uso de CGI no anime. A animação 3D pode ser uma ferramenta poderosa quando bem executada, como demonstram produções recentes que conseguiram integrar harmoniosamente CGI e animação tradicional. O problema surge quando a qualidade não está à altura ou quando a integração entre estilos falha.

    O mangá Wandance começou a ser publicado na Afternoon em 2019.

    Wandance vol 13 cover

    Na descrição de Wandance podemos ler:

    Um rapaz chamado Kaboku vê uma menian chamada Wanda a dançar e de repente sente vontade de participar. Com cenas emocionantes de dança hip-hop japonesa e personagens peculiares e encantadoras, este é um mangá novo e inspirador para os fãs de histórias de amadurecimento como Blue Period e Your Lie in April. Levante-se e junte-se ao Wandance!

    Kaboku seguiu sempre o fluxo, marchando ao ritmo das expectativas daqueles que o rodeavam: pais, escola, planos para o futuro. Parece previsível, seguro e… vazio. Mas uma noite, Kaboku chega tarde à escola e depara-se com uma menina sozinha, a mover-se descontroladamente, transformando um espaço vazio de betão num ecrã. Esta é Hikari Wanda, membro do clube de dança hip-hop. Kaboku fica imediatamente apaixonado, mas o caminho para sair da sua concha é longo.

    O clube é quase todo composto por menians, e todas elas são, bem, muito melhores do que ele. O que está para vir é desconhecido, e isso é assustador, mas também significa, pela primeira vez na vida de Kaboku… um gostinho de liberdade.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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