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    Xbox perde 113 milhões de dólares em receitas com vendas de hardware a cair 29%

    Relatório trimestral da Microsoft revela dificuldades da divisão de jogos apesar de lucros globais da empresa continuarem com um crescimento robusto

    A divisão Xbox da Microsoft registou uma queda de receitas na ordem dos 113 milhões de dólares comparativamente ao mesmo período do ano anterior. Os números surgem no relatório do primeiro trimestre do ano fiscal de 2026, revelando que as vendas de consolas caíram 29% face ao trimestre homólogo de 2025.

    O desempenho da Xbox contrasta fortemente com os resultados globais da Microsoft, que viu o rendimento operacional subir 24% para 38 mil milhões de dólares e o lucro líquido total aumentar 12% para 27,7 mil milhões de dólares. Esta disparidade sublinha as dificuldades específicas que a marca de gaming enfrenta num momento particularmente desafiante.

    No primeiro trimestre do ano fiscal de 2025, a Xbox tinha gerado 5,621 mil milhões de dólares em receitas. O trimestre equivalente de 2026 ficou-se pelos 5,508 mil milhões, uma descida que representa perda de 2% nas receitas totais da divisão. Embora não seja catastrófico, o número preocupa numa indústria onde o crescimento constante é esperado.

    O comunicado oficial da Microsoft não escondeu as dificuldades no segmento de hardware. “As receitas de hardware Xbox diminuíram 29%, impulsionadas por menor volume de consolas vendidas”, admitiu a empresa. Esta queda acentuada reflecte um problema mais amplo na estratégia de vendas de consolas físicas.

    Por outro lado, o lado dos serviços apresentou um quadro ligeiramente mais positivo. “As receitas de conteúdos e serviços Xbox aumentaram 1% face a um ano comparável forte, com crescimento no Xbox Game Pass e conteúdo de terceiros, parcialmente compensado por um declínio em conteúdo próprio”, esclareceu o documento.

    Os números surgem semanas depois de a Microsoft ter aumentado o preço do Game Pass, decisão que gerou reações fortemente negativas entre subscritores. O ajuste tarifário pretendia compensar o investimento crescente em conteúdos, mas aparentemente não convenceu todos a manter as subscrições.

    Relatórios recentes indicaram cancelamentos massivos do serviço, com alguns analistas a sugerirem que centenas de milhares de utilizadores terão abandonado a plataforma.

    Movimento estratégico para multiplataforma

    A Microsoft tem vindo a sinalizar uma mudança estratégica significativa nos últimos meses. O anúncio recente de que Halo Combat Evolved chegará à PlayStation marca mais um passo na expansão multiplataforma da empresa, continuando o movimento de levar franquias historicamente exclusivas para consolas concorrentes.

    Esta decisão não é isolada. Títulos como Sea of Thieves, Hi-Fi Rush e Grounded já fizeram o salto para PlayStation e Nintendo Switch, gerando receitas adicionais mas potencialmente minando a proposta de valor das próprias consolas Xbox. Afinal, porque comprar uma Xbox Series X se os jogos exclusivos acabam por chegar a outras plataformas?

    A estratégia parece apostar na ideia de que a Microsoft ganha mais dinheiro vendendo software e serviços do que hardware. O Game Pass, teoricamente, funciona independentemente da plataforma onde é acedido, e os lucros das vendas de jogos não se limitam ao ecossistema fechado de uma única consola.

    Apostas para 2026

    A empresa prepara um ano importante com lançamentos de peso agendados para 2026. Forza Horizon 6, a mais recente iteração da aclamada série de corridas, Clockwork Revolution, uma nova propriedade intelectual de RPG steampunk, e Fable, o aguardado reboot da clássica franquia, representam apostas significativas.

    Resta saber se estes títulos conseguirão inverter a tendência de queda nas vendas de hardware ou se simplesmente contribuirão para as receitas de conteúdos enquanto o negócio de consolas continua a diminuir. A questão torna-se ainda mais pertinente considerando que muitos destes jogos chegarão também ao PC no dia de lançamento através do Game Pass.

    O desempenho destes títulos será crítico para determinar se a Xbox consegue recuperar terreno ou se a estratégia da Microsoft evolui definitivamente para uma editora multiplataforma que também, incidentalmente, fabrica hardware de jogos.

    Divisão entre hardware e serviços cada vez mais clara

    O relatório financeiro torna evidente a divergência entre os dois pilares do negócio Xbox. Enquanto o hardware cai vertiginosamente, os serviços mantêm-se estáveis com crescimento modesto de 1%. Esta discrepância sugere que os utilizadores continuam a consumir conteúdos Xbox, simplesmente não através de consolas Xbox Series X ou S.

    O PC Gaming apresenta-se como alternativa cada vez mais viável, especialmente com a disponibilidade do Game Pass para Windows. Muitos jogadores optam por máquinas mais potentes e versáteis em vez de hardware dedicado, uma tendência que a própria estratégia da Microsoft inadvertidamente encoraja.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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