
A Toei Animation, responsável por algumas das maiores franquias de anime da história, acaba de divulgar uma estratégia de 10 anos que promete transformar radicalmente a indústria. Com Dragon Ball e One Piece como principais trunfos, o estúdio japonês apresentou um plano detalhado que inclui investimentos massivos, expansão geográfica e o desenvolvimento de tecnologias de próxima geração. A ambição é clara, tornar-se o maior estúdio de produção de anime a nível mundial.
Os fãs de Dragon Ball aguardavam ansiosamente por novidades sobre o futuro da série ao longo de 2025, especialmente com os anúncios previstos para janeiro de 2026 e os rumores sobre um novo filme de Dragon Ball Super. No entanto, a Toei Animation decidiu antecipar-se e revelar informações que vão muito além de uma única série, traçando o caminho para toda a sua operação nos próximos anos.
O estúdio comprometeu-se a investir aproximadamente 70 mil milhões de ienes ao longo dos próximos cinco anos exclusivamente no desenvolvimento de produções. Este montante astronómico reflete a seriedade com que a Toei encara a crescente procura internacional por anime. Nos anos 2020, o anime deixou de ser um nicho para se tornar mainstream, com filmes como Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba The Movie – Infinity Castle e Chainsaw Man – The Movie: Reze Arc a bater recordes nas bilheteiras mundiais.

Dragon Ball e One Piece como bandeiras globais
A estratégia da Toei passa por continuar a expandir as suas propriedades intelectuais mais valiosas nos mercados internacionais. Dragon Ball e One Piece, que já são fenómenos com décadas de história, serão promovidos de forma ainda mais agressiva globalmente. O objetivo é consolidar estas franquias não apenas como sucessos no Japão, mas como pilares do entretenimento mundial, competindo diretamente com as maiores produções de Hollywood.
Para suportar este crescimento ambicioso, a Toei planeia criar entre dois a três novos estúdios por toda a Ásia nos próximos cinco anos. Estes estúdios servirão como apoio à produção japonesa, aumentando significativamente a capacidade de trabalho. Simultaneamente, o estúdio Oizumi, no Japão, verá centenas de posições importantes serem preenchidas, com a contratação de novos talentos e o reforço das equipas existentes.
Um dos aspetos mais inovadores do plano envolve o desenvolvimento de tecnologias de próxima geração. A Toei pretende explorar realidade virtual, realidade aumentada e realidade estendida (VR, AR, XR), bem como jogos, motion capture e inteligência artificial. O objetivo é oferecer experiências visuais que vão além da animação tradicional, criando formas completamente novas de os fãs interagirem com as suas séries favoritas.
A ambição não se limita às franquias já estabelecidas. A Toei pretende criar 25 novas propriedades intelectuais na América do Norte, China e Europa. Para esta missão específica, o estúdio está a investir 20 mil milhões de ienes nos próximos cinco anos. A ideia é diversificar o portefólio e garantir que a Toei não depende apenas dos seus sucessos históricos, mas continua a inovar e a criar novos fenómenos culturais.
Para além das regiões tradicionalmente fortes para o anime, a Toei tem planos de entrar de forma séria nos mercados da América Central e do Sul, Ásia (para além do Japão e China), Médio Oriente, Índia e África. Estes territórios representam milhões de potenciais fãs que até agora não tiveram acesso facilitado às produções do estúdio. A estratégia passa por adaptar a distribuição e o marketing a estas regiões específicas.

Valorização dos artistas e eficiência de produção
O plano também contempla uma mudança na forma como o estúdio trata os seus criadores. A Toei pretende colocar o estúdio Oizumi e os seus artistas no centro das atenções, promovendo-os de forma mais agressiva e aumentando a eficiência dos seus processos de trabalho. Esta abordagem responde a críticas antigas sobre as condições de trabalho na indústria do anime e procura atrair e reter os melhores talentos.
Para fechar o círculo, a Toei está a investir mais 19 mil milhões de ienes em logística, comércio eletrónico, instalações e eventos globais. Esta vertente do plano reconhece que não basta produzir conteúdo de qualidade; é necessário garantir que esse conteúdo chega aos fãs de forma eficiente e que existem experiências presenciais que fortalecem a ligação emocional com as marcas.








