
A Kodansha anunciou esta terça-feira a criação da Kodansha Studios em Hollywood, marcando uma aposta estratégica no mercado de adaptações cinematográficas e televisivas. A nova empresa conta com a realizadora chinesa Chloé Zhao, vencedora de um Óscar por Nomadland, como diretora criativa, e com o produtor Nicolas Gonda como presidente e diretor de operações.
Esta é a primeira empresa da editora japonesa sediada em Hollywood, criada especificamente para produzir e promover adaptações live-action de mangá e romances japoneses para audiências globais. Durante a conferência de imprensa de apresentação, Yoshinobu Noma, presidente e CEO da Kodansha, explicou que a editora está atualmente focada na expansão internacional. A criação deste estúdio permitirá à empresa envolver-se diretamente na produção e estabelecer parcerias com artistas, produtores e estúdios a nível mundial.
Chloé Zhao traz para o projeto um currículo impressionante. O seu filme de 2020, Nomadland, conquistou três Óscares na 93.ª edição dos Academy Awards em 2021: Melhor Filme, Melhor Realizadora e Melhor Atriz para Frances McDormand. Anteriormente, Zhao escreveu e realizou The Rider, que ganhou o Art Cinema Award no Festival de Cannes em 2017. Na conferência desta terça-feira, a realizadora revelou a sua profunda ligação ao mangá e anime, recordando como na infância se inspirou para criar as suas próprias obras influenciadas por mangá.
Nicolas Gonda traz igualmente experiência substancial para a Kodansha Studios. O produtor trabalhou em vários filmes, incluindo The Tree of Life, que foi nomeado para os Óscares. Mais recentemente, Gonda produziu Hamnet, também realizado por Zhao, com estreia marcada nos Estados Unidos para 26 de novembro. Ambos estão ainda envolvidos na nova série de Buffy the Vampire Slayer. Zhao e Gonda mantêm a sua própria produtora, Book of Shadows, que continuará a operar de forma independente da Kodansha Studios.
O catálogo da Kodansha inclui alguns dos títulos mais populares da indústria do mangá. Attack on Titan, Akira, Blue Lock, Cells at Work!, Tokyo Revengers, Initial D e That Time I Got Reincarnated as a Slime são apenas alguns exemplos do vasto leque de propriedades intelectuais que poderão ganhar vida em formato live-action através do novo estúdio.
A iniciativa surge num momento em que as adaptações de mangá e anime continuam a ganhar terreno no mercado ocidental, com sucessos recentes como One Piece da Netflix a demonstrar o potencial comercial destas propriedades quando bem adaptadas para audiências globais.








