
A ressurreição de Battlefield está a superar todas as expectativas. Apenas um mês após o lançamento, Battlefield 6 já terá ultrapassado a marca dos 10 milhões de cópias vendidas. Os números representam uma recuperação notável para uma série que parecia em declínio terminal depois do desastre de Battlefield 2042.
A EA tinha confirmado oficialmente que o jogo ultrapassou os 7 milhões de cópias vendidas nas primeiras semanas, um marco significativo que demonstrou que a série encontrou forma de reconquistar jogadores desiludidos. As vendas continuaram fortes desde então, impulsionadas por boca-a-boca positivo e críticas favoráveis que contrastam drasticamente com a receção do predecessor.
No entanto, apesar destes números estratosféricos, Rhys Elliott da Alinea Analytics mantém-se cético sobre as hipóteses de Battlefield 6 destronar Call of Duty: Black Ops 7 quando 2025 chegar ao fim. “Esse momentum sozinho não será suficiente para derrubar a dominância geral de mercado de Call of Duty – este ano, pelo menos”.
A razão para este ceticismo prende-se com uma realidade histórica do mercado, Call of Duty sempre teve presença muito mais forte em consolas do que Battlefield. Enquanto os dados públicos de plataformas como Steam mostram Battlefield 6 a parecer imparável no PC, Black Ops 7 está posicionado para ser um êxito ainda maior na PlayStation e Xbox.
Esta diferença de performance entre plataformas pode parecer um pormenor, mas é crucial. O mercado de consolas representa uma fatia substancial das vendas de jogos, e historicamente tem sido território onde a série da Activision reina praticamente sem contestação. Mesmo com Battlefield a ter o seu melhor arranque em anos, essa vantagem estrutural de Call of Duty pode ser decisiva.
Black Ops 7 chega às lojas a 14 de novembro, apenas uma semana, e será o teste definitivo para estas previsões. O jogo enfrenta alguns desafios únicos este ano, será o segundo título Black Ops lançado em anos consecutivos, o que pode diluir algum do entusiasmo habitual. Lançar duas entregas da mesma sub-série em sequência é arriscado e pode causar fadiga junto dos jogadores.
Existe ainda o fator crítico a considerar. Embora as vendas de Call of Duty sejam historicamente imunes a avaliações mais baixas, há sempre a possibilidade de que em 2025, com um concorrente forte como Battlefield 6 no mercado, as críticas possam ter mais peso do que o normal. Se Black Ops 7 decepcionar criticamente, poderá abrir uma janela de oportunidade para Battlefield.
O contexto torna esta batalha particularmente interessante. Battlefield 2042 foi um fracasso tão retumbante que muitos questionaram se a série tinha futuro. Problemas técnicos graves, decisões de design controversas e falta de conteúdo no lançamento afastaram jogadores em massa. A recuperação com Battlefield 6 não era garantida, exigia que a EA admitisse erros e reconstruísse a confiança dos fãs.
Do lado da Activision, a estratégia de lançar Black Ops consecutivos também levanta questões. Black Ops 6 saiu há menos de um ano, e agora chega já uma sequela. Para uma série que tradicionalmente alterna entre diferentes sub-franquias (Modern Warfare, Black Ops, outros), esta abordagem é invulgar e pode testar a paciência até dos fãs mais dedicados.
Os números do Steam mostram Battlefield 6 com performance excecional, mantendo picos de jogadores simultâneos que rivalizam com os maiores títulos da plataforma. Esta força no PC é indiscutível e representa uma conquista real para a EA. Mas o PC, apesar do seu crescimento, ainda não tem o peso comercial das consolas no mercado de shooters mainstream.








