
A Sony confirmou aquilo que muitos já suspeitavam, Destiny 2 não está a corresponder às expectativas. Durante a apresentação de resultados do segundo trimestre, o diretor financeiro Tao Lin foi claro sobre o problema. As vendas e o envolvimento dos jogadores ficaram aquém do que a empresa projetava quando comprou a Bungie em 2022.
A companhia japonesa pagou 3,6 mil milhões de dólares pelo estúdio há três anos, apostando que a experiência da Bungie em jogos online ao vivo poderia impulsionar a estratégia da PlayStation neste segmento. Na altura, parecia uma jogada segura, Destiny era uma das franquias mais sólidas do mercado.
Agora, a Sony está a registar uma desvalorização de cerca de 204 milhões de dólares nos ativos intangíveis da Bungie. Isto não significa dinheiro perdido diretamente, mas sim que elementos como a propriedade intelectual de Destiny e a base de clientes existente valem menos do que o previsto nos modelos financeiros originais.
A estratégia de jogos como serviço da Sony trouxe sucessos notáveis. Helldivers 2 tornou-se um fenómeno de popularidade em PC, PlayStation e Xbox. Mas também gerou falhanços monumentais. Destiny, o hero shooter que custou milhões, foi retirado das lojas digitais menos de duas semanas depois do lançamento, um dos maiores desastres recentes da indústria.
Bungie vale menos para a Sony do que quando foi comprada em 2022
A situação complica-se ainda mais quando olhamos para o futuro da Bungie. O estúdio adiou Marathon, o seu próximo grande projeto focado em extraction shooters, depois de se descobrir que uma porção significativa do jogo usava assets roubados. Desde junho que não há nova data de lançamento anunciada.
Há uma expansão de Destiny 2 inspirada em Star Wars, chamada Renegades, que pode trazer o apelo massivo que o estúdio procura. Mas o tempo está a esgotar-se e a pressão aumenta. Se Destiny 2 nunca recuperar totalmente o interesse dos jogadores, muito vai depender do desempenho de Marathon quando finalmente chegar ao mercado.
O comunicado da Sony não sugere arrependimento pela compra, mas deixa claro que a empresa vai exercer controlo mais apertado sobre o que acontece no estúdio. Para a Bungie, os próximos meses podem definir se consegue justificar aqueles 3,6 mil milhões de dólares ou se se tornará mais um caso de estudo sobre aquisições falhadas na indústria dos videojogos.









