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    Sony garante direitos de Labubu e prepara próximo grande filme

    Depois do sucesso de KPop Demon Hunters, estúdio aposta nos populares bonecos chineses para criar novo universo no grande ecrã

    Labubu amazon image (1)

    A Sony Pictures acaba de garantir os direitos cinematográficos de Labubu, o fenómeno dos colecionáveis chineses que conquistou o mundo em 2024 e 2025. O estúdio, que recentemente viu KPop Demon Hunters tornar-se o filme mais visto de sempre na Netflix com 325 milhões de visualizações, espera agora replicar esse sucesso transformando os adoráveis monstros de dentes afiados numa franquia cinematográfica.

    O negócio foi fechado esta semana, mas o projeto ainda está numa fase muito inicial de desenvolvimento. Não há ainda realizador, produtores ou elenco anexados ao filme, e também não está definido se será uma produção em live-action, animação, ou uma combinação de ambas.

    A decisão sobre o formato será crucial. Os designs dos Labubu, com as suas orelhas pontiagudas, dentes serrilhados e expressões exageradas, prestam-se naturalmente à animação. A Sony tem no seu catálogo alguns dos melhores trabalhos de animação recentes, incluindo Spider-Man: Across the Spider-Verse e The Mitchells vs. The Machines, além do já mencionado KPop Demon Hunters. No entanto, não se descarta uma abordagem semelhante à de Detective Pikachu, onde criaturas CGI interagem com atores reais.

    Labubu foi criado pelo ilustrador de Hong Kong Kasing Lung em 2015, como parte de uma série de livros ilustrados intitulada The Monsters. Lung, que nasceu em Hong Kong mas cresceu nos Países Baixos, inspirou-se na mitologia nórdica e no folclore para criar este universo fantástico. As histórias seguem uma tribo de elfos monstro, sendo Labubu a personagem central, uma criatura de bom coração mas travessa, cujas boas intenções frequentemente resultam em caos.

    Inicialmente, os bonecos foram produzidos pela empresa How2Work, mas foi em 2019 que tudo mudou. A Pop Mart, gigante chinesa dos brinquedos colecionáveis, assumiu a produção e distribuição, transformando Labubu num fenómeno global. A estratégia das “blind boxes”, caixas seladas onde o comprador não sabe qual a personagem que vai receber até abrir, criou uma procura frenética entre colecionadores.

    A explosão de popularidade aconteceu em abril de 2024, quando Lisa, membro do grupo de K-pop Blackpink, foi vista com um porta-chaves Labubu pendurado na mala. A exposição nas redes sociais desencadeou uma onda de procura que rapidamente se espalhou pela Tailândia, Sudeste Asiático e, eventualmente, pelo mundo inteiro. Outros artistas como Dua Lipa, Rihanna e até Madonna juntaram-se à tendência, aumentando ainda mais a visibilidade da marca.

    Os números são impressionantes. No relatório anual de 2024 da Pop Mart, a linha The Monsters gerou 3,04 mil milhões de yuans (aproximadamente 430 milhões de dólares), representando 23,3% da receita total da empresa. Na primeira metade de 2025, esses valores dispararam para 4,81 mil milhões de yuans (cerca de 670 milhões de dólares), equivalentes a 34,7% da receita da Pop Mart no período, números superiores aos de gigantes como Hot Wheels e Barbie.

    A popularidade dos bonecos foi tanta que criou um mercado negro significativo, com bonecos raros a atingir preços de seis dígitos. A procura tornou-se tão intensa que a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos Estados Unidos emitiu um aviso no verão sobre os perigos das falsificações de Labubu, que inundaram o mercado.

    O universo de The Monsters oferece material abundante para explorar. Além de Labubu, existem outras personagens como Tycoco (o namorado esqueleto de Labubu), Mokoko (uma Labubu especial com pelo rosa pastel), Zimomo (o líder da tribo com cauda espinhosa), Spooky (uma figura fantasmagórica), Pato (um sonhador com orelhas caídas) e vários outros. Cada personagem tem a sua própria personalidade e histórias nos livros originais.

    Kasing Lung, o criador, sempre foi claro sobre a natureza das suas histórias. Em entrevistas, admitiu que The Monsters é “realmente, realmente sombrio” e “não é para crianças, mas crianças podem ler”. Esta dualidade, personagens adoráveis em histórias mais complexas, pode ser precisamente o que a Sony procura explorar, criando um filme que apele tanto a crianças como a adultos.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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