
A Valve confirmou que a Steam Machine, o novo dispositivo que promete levar jogos de PC para a sala de estar, terá um preço alinhado com o mercado de computadores e não com o das consolas tradicionais. A revelação foi feita durante um evento de apresentação do hardware, onde a empresa esclareceu que não vai seguir o modelo de negócio da Sony e Microsoft.
Segundo declarações durante o evento de apresentação, a Valve não conseguiu avançar com valores concretos devido às “condições de mercado em rápida evolução”, mas deixou uma pista importante sobre a estratégia de preços. Um porta-voz da empresa explicou que, embora espere que o dispositivo tenha um preço competitivo face a um PC, este será definido como um computador e não como uma consola subsidiada pelas vendas de jogos.
“Eles disseram-me que, embora esperem que tenha um preço muito competitivo com um PC, este será definido como um PC, em vez de uma consola com jogos a subsidiarem a compra inicial do hardware”, revelou Linus Sebastian.
Esta abordagem contrasta com a estratégia histórica das fabricantes de consolas. Tanto a PlayStation como a Xbox aumentaram os preços este ano, mas tradicionalmente têm absorvido parte dos custos de produção, compensando através das comissões sobre vendas de jogos.
A justificação da Valve para esta estratégia passa por não prejudicar as oportunidades de margem dos seus potenciais parceiros para jogos e software Steam. Além disso, a empresa reconhece que a Steam Machine é um PC completo, o que significa que não existe garantia de que, por exemplo, uma compra corporativa de 10.000 unidades resulte numa única venda de jogo.
O dispositivo foi anunciado juntamente com um novo headset de realidade virtual e um comando. A Steam Machine é apresentada como um cubo compacto de seis polegadas com “mais de seis vezes a potência da Steam Deck“, concebido para permitir que jogos de PC sejam jogados na televisão.
As especificações incluem capacidade para jogos em 4K a 60 fps com FSR, graças a uma CPU e GPU AMD de classe desktop semi-personalizadas. O sistema também tem potência suficiente para fazer streaming de jogos para outros dispositivos, incluindo a Steam Deck.
A Ampere Analysis acredita que o sucesso do dispositivo dependerá fortemente do seu ponto de preço. Katie Holt, analista da empresa, prevê que a nova versão da Steam Machine venda alguns milhões de unidades ao longo de alguns anos, atraindo tanto jogadores estabelecidos da Steam que procuram um ponto de acesso alternativo à plataforma, como consumidores indecisos sobre gastar muito num PC gaming.
“Entre estes consumidores, a adesão dependerá fortemente do preço. As especificações da Steam Machine são relativamente menos potentes comparadas com PCs gaming de topo de gama, por isso idealmente deveria ter um preço alinhado com estas expectativas”, comentou Holt.
Durante um podcast posterior ao evento, Linus Sebastian revelou um detalhe curioso: quando sugeriu à Valve que o dispositivo deveria custar cerca de 500 dólares para seguir um modelo de preço de consola, houve um silêncio desconfortável na sala. “Ninguém disse nada. Mas a energia na sala não foi ótima”, relatou o youtuber.
Analistas têm apresentado estimativas variadas. Rhys Elliott da Alinea Analytics considera que 400 dólares seria o “ponto ideal” para o modelo base com comando, enquanto a DFC Intelligence sugere que o preço possa começar nos 800 dólares e escalar até 1.000 dólares para o modelo de 2TB. Por outro lado, Moore’sLawIsDead, especialista em hardware, analisou o custo dos componentes e estima que rondem os 425 dólares, sugerindo que a Valve poderia vender o dispositivo a 599 dólares mantendo margens semelhantes às da Steam Deck.
Valve prepara o regresso do Steam Controller e anuncia dois novos dispositivos
O lançamento está previsto para o primeiro trimestre de 2026, mais especificamente na primavera, com a abertura de pré-encomendas a acontecer presumivelmente antes dessa data.









