
O lançamento de Call of Duty: Black Ops 7 revelou números preocupantes para a Activision. Segundo dados da GSD, que monitoriza vendas digitais e físicas em toda a Europa, o novo shooter ficou 63% abaixo das vendas de estreia de Battlefield 6 e registou uma queda superior a 50% face a Call of Duty: Black Ops 6, lançado em 2024.
Os números foram publicados pelo The Game Business e mostram uma realidade difícil para aquela que é tradicionalmente uma das maiores franquias de videojogos do mundo. Black Ops 7 enfrentou este ano uma concorrência acrescida, não só de Battlefield 6 da Electronic Arts, mas também de Arc Raiders da Nexon, que se tornou num sucesso inesperado com mais de 4 milhões de cópias vendidas.
A situação torna-se ainda mais relevante quando se considera que Black Ops 7 está incluído no serviço de subscrição Xbox Game Pass, o que significa que o número de jogadores deverá ser consideravelmente superior ao refletido apenas nas vendas. Battlefield 6, por outro lado, não está disponível em nenhum serviço de subscrição, obrigando os interessados a comprá-lo diretamente.
Segundo a Ampere Analysis, mais de 25% dos jogadores de Call of Duty em setembro acabaram por adquirir Battlefield 6 em outubro. O título da EA tem recebido críticas extremamente positivas e tornou-se num dos jogos mais jogados no Steam desde o seu lançamento.
Silêncio ensurdecedor da Activision
O que tem chamado particularmente a atenção da comunidade é a resposta discreta da Activision ao lançamento. A editora habitualmente partilha anúncios celebratórios sobre números de jogadores ou vendas logo após cada lançamento de Call of Duty. Este ano, a empresa limitou-se a afirmar que teve uma “grande resposta”, sem apresentar quaisquer números concretos ou recordes.
Esta abordagem contrasta fortemente com lançamentos anteriores. Em 2020, por exemplo, a Activision anunciou apenas dois dias após o lançamento de Black Ops Cold War que tinha estabelecido “um novo recorde como as maiores vendas digitais do primeiro dia a nível mundial na história da franquia”. A ausência de comunicações semelhantes este ano sugere que os resultados ficaram aquém das expectativas.
Preocupações sobre o futuro sob a Microsoft
A Microsoft adquiriu a franquia Call of Duty como parte da sua aquisição de 69 mil milhões de dólares da Activision Blizzard em 2023. Black Ops 6, do ano passado, foi o primeiro título da série a estar disponível no Xbox Game Pass desde o primeiro dia, e embora a Microsoft o tenha declarado o maior lançamento de Call of Duty de sempre em termos de jogadores, o jogo sofreu um declínio pós-lançamento mais acentuado que o habitual.
Black Ops 7 tem recebido pontuações médias por parte dos meios de comunicação especializados, mas as avaliações dos utilizadores têm sido esmagadoramente negativas. O jogo foi criticado pela campanha sempre-online e pelo uso controverso de inteligência artificial generativa para criar alguns assets do jogo, como confirmado pela própria Activision na Steam.
Congressista norte-americano exige regulação da IA após polémica no Black Ops 7
Apesar dos números dececionantes, Black Ops 7 continuou a liderar as tabelas de vendas europeias na semana de lançamento, tanto em unidades vendidas como em receita. Battlefield 6 ficou em quarto lugar em ambas as categorias. Anno 117: Pax Romana, da Ubisoft, estreou-se em segundo lugar com vendas cerca de 2,5 vezes superiores às do lançamento de Anno 1800 em 2019.
O mercado de shooters em primeira pessoa está claramente mais competitivo este ano, com Battlefield 6 a recuperar terreno significativo após anos de dificuldades e Arc Raiders a emergir como uma nova força no género. Para Call of Duty, uma franquia que durante anos dominou sem rivais sérios, estes resultados podem sinalizar a necessidade de repensar a estratégia de lançamentos anuais que tem seguido há mais de duas décadas.









