A Netflix não resistiu ao impacto. Apesar de ter aumentado a largura de banda em 30% para evitar problemas, a plataforma de streaming colapsou momentos depois de os primeiros quatro episódios da quinta temporada de Stranger Things terem ficado disponíveis.
Os problemas começaram cerca de dez minutos antes da estreia. Segundo o Downdetector, os relatos de falhas dispararam para quase 14.000 casos antes de começarem a diminuir nos minutos seguintes.
Os utilizadores afetados receberam o código de erro NSEZ-403, que indica impossibilidade de ligação entre a conta e os servidores da Netflix. As mensagens “Algo correu mal” e “Desculpe, estamos com problemas com o seu pedido” surgiram nos ecrãs de milhares de espectadores ansiosos por regressar ao Upside Down.
A Netflix recomenda aos utilizadores que encontrem este erro específico que mudem para um dispositivo diferente. Num comunicado, a empresa confirmou que “Alguns membros experienciaram brevemente um problema ao fazer streaming em dispositivos de TV, mas o serviço foi restaurado para todas as contas em cinco minutos”.
A preparação que não chegou
Horas antes da estreia, Ross Duffer, co-criador da série, tinha partilhado nas suas Instagram Stories que a “Netflix aumentou a largura de banda em 30% para evitar uma falha”.
O reforço de infraestrutura não foi suficiente. Segundo o Outage.Report, a falha durou cerca de 22 minutos. A reação nas redes sociais foi imediata e centenas de pessoas inundaram a publicação mais recente da Netflix no Instagram sobre a série criada pelos irmãos Duffer, pedindo que a aplicação fosse corrigida.
Quando o serviço foi restaurado, a conta oficial da Netflix no X retweetou um comentário de um utilizador que dizia: “STRANGER THINGS ESTÁ DE VOLTA, CALEM-SE TODOS”.
Este não é o primeiro colapso causado por Stranger Things. Em julho de 2022, a Variety reportou que a plataforma esteve indisponível por um breve período quando os dois episódios finais da quarta temporada foram lançados.
A diferença é que desta vez a Netflix tinha três anos de preparação desde o final da temporada anterior. A temporada 4 terminou na primavera de 1986, e a nova temporada, ambientada no outono de 1987, representa um salto temporal menos significativo do que muitos fãs esperavam.
O regresso ao Upside Down
A quinta e última temporada de Stranger Things chega mais de três anos após o final da temporada 4. Os novos episódios seguem o grupo de Hawkins enquanto procuram encontrar e matar o monstruoso Vecna. A cidade está sob quarentena militar enquanto Eleven se esconde das autoridades.
A série mantém-se como uma das mais vistas de todos os tempos na Netflix. Criada por Matt e Ross Duffer, o elenco principal inclui Millie Bobby Brown, Finn Wolfhard, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Noah Schnapp, Sadie Sink, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Joe Keery, Maya Hawke, Winona Ryder, David Harbour e muitos outros.
A Netflix optou por dividir esta temporada final em três volumes. Após estes primeiros quatro episódios, a plataforma vai lançar mais três no dia 25 de dezembro e o episódio final a 31 de dezembro.
O episódio final, que terá mais de duas horas de duração, também vai ser exibido nos cinemas de alguns países.
O problema técnico explicado
Especialistas apontam que o aumento de largura de banda ajuda depois das sessões estarem estabelecidas, mas não resolve problemas se os sistemas de autenticação e início de sessão se tornarem o ponto de estrangulamento quando milhões de aplicações de TV tentam ligar ao mesmo tempo.
O erro NSEZ-403 é consistente com pressão nos sistemas de ligação conta-serviço, não tanto com problemas de entrega de conteúdo. Antes dos próximos lançamentos de 25 e 31 de dezembro, a Netflix terá de focar-se no reforço dos sistemas de autenticação e validação de sessões, não apenas nas redes de distribuição de vídeo.
A falha, embora breve, demonstrou a quantidade recorde de antecipação e a enorme procura pela nova temporada, sublinhando a popularidade internacional de Stranger Things. Com os próximos lançamentos marcados para datas festivas, Natal e véspera de Ano Novo, a Netflix terá de garantir que a infraestrutura aguenta picos de tráfego ainda maiores.
