A Oricon, a autoridade japonesa em dados de vendas de publicações, revelou a lista oficial dos mangás mais vendidos de 2025 no Japão, e o resultado confirma o regresso triunfal de One Piece ao topo. O mangá de Eiichiro Oda vendeu 4.211.363 exemplares entre 18 de novembro de 2024 e 16 de novembro de 2025, reconquistando o posto que tinha perdido para Jujutsu Kaisen no ano anterior.
Os 10 volumes mangá mais vendidos de 2025
O ranking dos volumes individuais mais vendidos do ano é igualmente impressionante, com os quatro primeiros lugares a ultrapassarem 1,2 milhões de cópias vendidas:
- One Piece Volume 111 – 1.370.154 cópias
- Jujutsu Kaisen Volume 30 – 1.329.993 cópias
- Jujutsu Kaisen Volume 29 – 1.298.880 cópias
- One Piece Volume 112 – 1.217.769 cópias
- My Hero Academia Volume 42 – 977.955 cópias
- Spy x Family Volume 15 – 802.206 cópias
- One Piece Volume 113 – 796.155 cópias
- Spy x Family Volume 16 – 633.932 cópias
- Kingdom Volume 74 – 583.210 cópias
- The Apothecary Diaries Volume 15 – 566.342 cópias
One Piece domina com três volumes no top 10, incluindo os dois volumes que ultrapassaram a marca de 1,2 milhões de cópias. O Volume 111, lançado a 4 de março de 2025, tornou-se o volume mais vendido do ano com uma margem confortável sobre a competição.
Analisando o ranking completo das séries, One Piece lidera com 4.211.363 cópias vendidas, seguido por Jujutsu Kaisen com 3.921.875 exemplares (uma queda de 48% face ao ano anterior) e Dandadan com 3.517.870 cópias, este último registando um crescimento explosivo de 157% impulsionado pela adaptação anime.
Os 10 mangás mais vendidos de 2025
- One Piece – 4.211.363 cópias
- Jujutsu Kaisen – 3.921.875 cópias
- Dandadan – 3.517.870 cópias
- Blue Lock – 3.012.745 cópias
- Kingdom – 2.497.085 cópias
- Blue Box – 2.385.295 cópias
- Sakamoto Days – 2.344.740 cópias
- The Apothecary Diaries – 2.252.310 cópias
- My Hero Academia – 2.097.599 cópias
- The Fragrant Flower Blooms With Dignity – 2.038.691 cópias
A Weekly Shonen Jump da editora Shueisha domina completamente o ranking, com sete das dez séries mais vendidas publicadas na revista ou nas suas plataformas digitais.
Surpresas e estreantes
Embora a lista esteja repleta de gigantes do shonen, há espaços para variedade. The Apothecary Diaries e Kingdom destacam-se como títulos mais dramatizados e de ritmo lento que conseguiram penetrar num ranking tradicionalmente dominado por séries de ação. Enquanto The Apothecary Diaries oferece aos leitores uma história repleta de drama interpessoal e ameaças sombrias, Kingdom apresenta uma recontagem ficcionalizada do período dos Estados Combatentes na história chinesa.
The Fragrant Flower Blooms With Dignity é a revelação maior, saltando da 36.ª posição em 2024 diretamente para o top 10, com um crescimento impressionante de 178%. A adaptação anime lançada em julho de 2025 impulsionou as vendas de forma dramática, levando a série de 4,3 milhões de cópias em circulação em março de 2025 para 7,5 milhões em setembro do mesmo ano.
Dandadan também merece destaque pela sua escalada meteórica. A série subiu da 18.ª posição em 2024 para o terceiro lugar este ano, beneficiando enormemente da adaptação anime. Dandadan saltou de 3,2 milhões de cópias em circulação antes do anime ser lançado em 2024 para 10 milhões em março de 2025, e as vendas continuaram a crescer ao longo do ano.
Contexto histórico do domínio de One Piece
Para compreender a magnitude desta vitória, é importante olhar para a história recente do ranking. Esta é a primeira vez desde 2018 que One Piece conquista o título de mangá mais vendido do ano. Nos anos intermédios, o posto foi conquistado por Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba em 2019 e 2020, Jujutsu Kaisen em 2021, 2022 e 2024, e Blue Lock em 2023.
O regresso ao topo é ainda mais notável considerando que One Piece publicou apenas três volumes em 2025, menos do que os quatro volumes anuais habituais, devido às pausas de saúde de Oda. Mesmo com menos lançamentos, a série conseguiu superar a concorrência através da força das vendas individuais de cada volume.
No ano anterior, Jujutsu Kaisen dominou com uma vantagem de 2,4 milhões de cópias, vendendo 7,61 milhões contra os 5,25 milhões de One Piece. A inversão dramática em 2025 demonstra tanto a queda de Jujutsu Kaisen, que terminou a sua serialização em setembro de 2024, como o poder duradouro da franquia de Eiichiro Oda.
Um dos dados mais interessantes do ranking é a renovação do interesse em My Hero Academia. A série subiu para quinta posição nos volumes individuais com 977.955 cópias vendidas do Volume 42, registando vendas sólidas antes da conclusão do anime.
Spy x Family também merece menção especial, com dois volumes no top 10 de vendas individuais. Os volumes 15 e 16 de Spy x Family conseguiram conjuntamente quase 1,5 milhões de cópias, demonstrando que a série de Tatsuya Endo mantém uma base de fãs sólida e consistente mesmo sem grandes eventos promocionais este ano.
Kingdom, a saga histórica de Yasuhisa Hara, é outro caso de estudo fascinante. A série colocou quatro volumes no ranking individual (74 a 77), totalizando mais de 2 milhões de cópias apenas com estes lançamentos recentes. O Volume 74 sozinho vendeu 583.210 unidades, garantindo o nono lugar entre os volumes mais vendidos do ano. Para uma série que começou a serialização em 2006, manter este nível de vendas quase duas décadas depois é extraordinário.
Declínio geral do mercado físico
Apesar dos números impressionantes das séries individuais, os números apontam para uma realidade preocupante: o mercado físico de mangá no Japão está em declínio. Quatro milhões de cópias sendo suficientes para conquistar o primeiro lugar representa uma queda significativa comparada com anos anteriores, quando os números do primeiro lugar eram substancialmente mais altos.
Esta tendência reflete a migração crescente para plataformas digitais, onde muitos leitores agora consomem mangá através de aplicações e serviços de subscrição. Os dados da Oricon rastreiam apenas vendas físicas no Japão, o que significa que a imagem completa do consumo de mangá, incluindo vendas digitais e internacionais, seria substancialmente diferente.
