O ano de 2025 está quase no fim e deixa atrás de si uma temporada de anime excecional. Houve estreias aguardadas há anos, filmes que rebentaram todos os recordes imagináveis e séries completamente inesperadas que conquistaram o público. Mas quando olhamos para o topo, para aquilo que realmente funcionou, encontramos cinco títulos incontornáveis.
5Gachiakuta
Quando o Studio Bones anunciou que ia adaptar Gachiakuta, os fãs do mangá da Kodansha ficaram em pulgas. E tinham razão para estar. Este é provavelmente o melhor shonen novo dos últimos anos, não apenas de 2025. A série estreou a 6 de julho e rapidamente mostrou que não estava para brincadeiras.
O que torna Gachiakuta tão especial é precisamente a forma como desafia tudo aquilo que esperamos de um shonen. O protagonista não é o típico miúdo otimista e barulhento. O mundo não funciona com as regras habituais do género. Há uma escuridão aqui, uma ousadia narrativa que raramente vemos. Com direção de Fumihiko Suganuma e Hiroshi Seko (o mesmo responsável pelo guião de Attack on Titan: The Final Season) na composição da série, cada episódio funciona como deve ser. Não há episódios de enchimento, não há momentos fracos. Do primeiro ao último minuto, a coisa agarra-te e não larga.
4Chainsaw Man: The Movie – Reze Arc
Passaram três anos desde a primeira temporada de Chainsaw Man e o regresso não foi através de uma segunda temporada, mas sim de um filme. Chainsaw Man: The Movie – Reze Arc adapta os eventos que seguem a temporada inicial e fá-lo de uma forma que surpreendeu até os fãs mais cépticos.
A animação está noutro patamar. As sequências de ação são brutais e perfeitamente coreografadas. Mas o que realmente eleva o filme são os momentos mais calmos entre Denji e Reze, aquelas cenas subtis que te partem o coração porque sabes onde isto vai dar. A banda sonora, com músicas de Kenshi Yonezu e Hikaru Utada, faz o trabalho pesado nas cenas emocionais. O filme arrecadou 175 milhões de dólares globalmente, números impressionantes que mostram como esta franquia cresceu.
3Demon Slayer: Infinity Castle
Já toda a gente viu Demon Slayer: Infinity Castle. Não é uma suposição, é quase um facto. O filme tornou-se no segundo filme mais lucrativo de sempre no Japão, ficando apenas atrás do filme anterior da mesma franquia. Arrecadou mais de 780 milhões de dólares em todo o mundo e bateu o recorde de maior receita num único dia no Japão com 2,03 mil milhões de ienes numa só sessão de domingo.
Os números são absurdos, mas fazem sentido quando vês o filme. A Ufotable pegou em tudo o que aprendeu ao longo dos anos com esta série e despejou tudo neste projeto. Cada frame parece uma obra de arte. Há quem argumente que isto funcionaria melhor como temporada de anime em vez de filme, e talvez tenham razão, mas isso não tira o facto de que Infinity Castle é o projeto anime mais ambicioso e caro dos últimos anos. E nota-se em cada segundo.
2My Hero Academia: temporada final
A última temporada de My Hero Academia é histórica. Não apenas por ser o final de uma saga que durou quase uma década, mas pela forma como foi executada.
A qualidade de animação manteve-se consistentemente alta ao longo de toda a temporada, algo raro em anime longos. Os fãs que acompanharam desde o início estão a testemunhar um final à altura da jornada. E para quem ainda não viu a série, este é o momento perfeito para começar, porque poucas séries shonen vão conseguir replicar a escala e o impacto que My Hero Academia teve.
1Takopi’s Original Sin
Takopi’s Original Sin é o tipo de anime que te deixa em silêncio quando acaba. Apenas seis episódios, mas cada um deles atinge como um murro no estômago. A história acompanha crianças de dez anos e aborda assassinato, suicídio, bullying e depressão de uma forma tão crua que poucos anime alguma vez se atreveram.
O protagonista é Takopi, um extraterrestre que não compreende emoções humanas e vai gradualmente aprendendo sobre elas da pior forma possível. O primeiro episódio tem 37 minutos e termina com uma das cenas mais perturbadoras da história recente do anime.
Não é fácil de ver. Não é confortável. Mas é brilhante na forma como retrata como emoções extremas afetam crianças. É o melhor anime do ano precisamente porque se atreve a ir onde outros não vão, e fá-lo com uma execução impecável que te obriga a pensar sobre o que acabaste de ver muito tempo depois de terminar.








