O anime já provou há muito que não é apenas entretenimento leve para crianças. Ao longo das décadas, várias séries têm empurrado os limites do que é aceitável mostrar, explorando temas maduros, violência gráfica e tragédias devastadoras que ficam gravadas na memória dos espectadores.Em baixo encontram 7 animes que traumatizaram os fãs.
7Elfen Lied
Lucy representa um dos exemplos mais extremos de protagonista transformada em vilã pelas circunstâncias. Esta Diclonius sofreu toda a vida às mãos de humanos que a temiam e odiavam simplesmente por existir. A vingança que eventualmente perpetra é chocante na sua brutalidade, mas a série força o espectador a questionar quem são realmente os monstros nesta história. A personalidade alternativa de Nyu funciona como mecanismo de defesa psicológica, criando um contraste perturbador entre inocência infantil e violência extrema. Lançada no início dos anos 2000, a série permanece controversa pela quantidade de gore e pelos temas pesados que aborda sem filtros, incluindo experimentação científica desumana e bullying devastador.
6Perfect Blue
Satoshi Kon criou um thriller psicológico que continua assustadoramente relevante décadas depois. Mima é uma idol de J-Pop que decide tornar-se atriz, mas essa transição transforma-se num pesadelo quando começa a perder a noção do que é real. A existência de um site que detalha pensamentos íntimos que ela nunca partilhou, combinada com a perseguição de um fã obsessivo, desencadeia uma espiral de paranoia e alucinações. O filme expõe o lado negro da indústria do entretenimento com uma honestidade brutal, mostrando como a fama pode destruir a sanidade mental. As cenas onde Mima já não consegue distinguir entre realidade e fantasia são profundamente perturbadoras, criando uma atmosfera de tensão constante.
5Devilman Crybaby
Esta reimaginação moderna do clássico de 1972 entrega possivelmente um dos finais mais nihilistas alguma vez vistos em anime. Akira funde-se com um demónio para ganhar poder suficiente para proteger a humanidade, mas toda a premissa colapsa quando o melhor amigo Ryo se revela como Satanás. A série funciona como comentário devastador sobre como a humanidade se destrói a si própria através de preconceito, medo e violência cega. O que torna o final verdadeiramente arrepiante não é a destruição literal do mundo, mas a percepção tardia de Ryo de que matou a única pessoa que alguma vez significou algo para ele. A série não oferece redenção, esperança ou consolo, apenas a constatação de que talvez a humanidade nunca merecesse ser salva.
4Made in Abyss
O design visual fofo e infantil desta série é deliberadamente enganador. Por baixo dessa aparência inofensiva esconde-se uma das narrativas mais brutais e perturbadoras do anime recente. Riko e Reg descem ao Abismo numa jornada que se torna progressivamente mais horrível a cada nível que alcançam. A maldição que afeta quem tenta subir transforma o Abismo numa prisão da qual é praticamente impossível escapar. Crianças sofrem mutilações, morte e tortura psicológica de formas que deixam o espectador genuinamente desconfortável. A série questiona até onde pode ir a curiosidade humana e que preço estamos dispostos a pagar pelo conhecimento, mesmo quando esse preço é a inocência e a vida de crianças.
3Neon Genesis Evangelion
Hideaki Anno criou uma desconstrução brutal do género mecha que examina depressão, isolação e trauma de forma crua. Shinji e os outros pilotos são essencialmente crianças-soldado forçadas a salvar o mundo enquanto lidam com problemas psicológicos profundos que ninguém à sua volta está equipado para resolver. A série usa simbolismo religioso e filosófico denso para explorar a condição humana, mas no centro está sempre o sofrimento psicológico das personagens. Cada batalha contra os Anjos deixa cicatrizes mentais que se vão acumulando. O final infame da série divide opiniões até hoje, mas é inegável que deixou marcas permanentes em quem viu, forçando reflexão sobre solidão, identidade e o significado da conexão humana.
2Monster
Ao contrário de muitos thrillers anime, Monster ancora-se completamente na realidade, tornando-o ainda mais perturbador. Johan Liebert é um dos vilões mais memoráveis do meio, um sociopata manipulador cuja inteligência e carisma escondem uma maldade pura. O cirurgião Kenzo Tenma salvou-lhe a vida quando era criança, decisão que o assombra quando Johan se torna um serial killer responsável por dezenas de mortes. A série coloca questões filosóficas inquietantes sobre responsabilidade moral e a natureza do mal. Johan não tem poderes sobrenaturais, apenas compreensão profunda da psicologia humana que usa para destruir vidas. A perseguição de Tenma transforma-se numa jornada obsessiva onde a linha entre justiça e vingança se torna cada vez mais ténue.
1Berserk
Kentaro Miura criou uma obra que define brutalidade em anime e mangá. Guts é provavelmente uma das personagens mais castigadas da ficção, sofrendo trauma após trauma desde a infância. A Banda do Falcão representava uma espécie de família até Griffith cometer a traição definitiva durante o Eclipse, sacrificando todos os seus companheiros para ascender a demónio. A violação de Casca por Griffith enquanto força Guts a assistir permanece uma das cenas mais perturbadoras alguma vez criadas. O que torna Berserk verdadeiramente devastador é que Guts nunca obtém paz real, vagueia num ciclo interminável de violência e vingança, enquanto Griffith obtém essencialmente tudo o que sempre quis. É uma subversão completa da narrativa heroica tradicional onde o bem triunfa.