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    Crunchyroll acaba com streaming gratuito a 31 de Dezembro

    Crunchyroll a 31 de dezembro: "Feliz Ano Novo! Agora paga ou sai"

    Os utilizadores da Crunchyroll que ainda viam anime gratuitamente com publicidade receberam uma mensagem direta da plataforma: “O streaming com anúncios termina a 31 de dezembro de 2025. Atualize agora para garantir uma experiência 100% livre de anúncios e sem interrupções”. A partir de 1 de janeiro de 2026, quem quiser ver conteúdo na maior plataforma de streaming de anime do mundo terá de pagar uma subscrição.

    A notícia espalhou-se rapidamente nas redes sociais. O anúncio marca o fim definitivo de uma era em que era possível acompanhar anime legalmente sem pagar, ainda que com interrupções publicitárias.

    Esta decisão não surge do nada. A Crunchyroll tem vindo sistematicamente a reduzir as opções gratuitas desde que a Sony completou a aquisição da plataforma em agosto de 2021, por 1,175 mil milhões de dólares. Em março de 2022, a empresa anunciou que os novos episódios de simulcast deixariam de estar disponíveis gratuitamente uma semana após a estreia, passando a ser exclusivos para assinantes desde o primeiro dia.

    Até agora, a plataforma mantinha uma biblioteca selecionada de títulos disponíveis gratuitamente com publicidade. Entre os anime que vão desaparecer do acesso gratuito estão nomes bem conhecidos como Cowboy Bebop, Chainsaw Man, Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba, My Dress-Up Darling, My Hero Academia, One Piece, Soul Eater, Spy×Family, Blue Lock, Bocchi the Rock!, Code Geass: Lelouch of the Rebellion, Vinland Saga e Tokyo Ghoul, entre dezenas de outros títulos.

    A lista completa inclui ainda Beast Tamer, Bungo Stray Dogs, Campfire Cooking in Another World with My Absurd Skill, Don’t Toy with Me Miss Nagatoro, Golden Kamuy, Horimiya, Kaguya-sama: Love is War, Lycoris Recoil, Mobile Suit Gundam: The Witch From Mercury, Ranking of Kings, Blood Blockade Battlefront, Blue Exorcist, Deadman Wonderland, Hell’s Paradise, Hellsing, Higurashi: When They Cry – GOU, Is This a Zombie?, Junji Ito Collection, The Case Study of Vanitas e Zombie Land Saga.

    Para quem decide manter o acesso, a Crunchyroll oferece três planos de subscrição. Todos os planos garantem acesso completo à biblioteca sem publicidade, sendo que os mais caros acrescentam funcionalidades como visualização em múltiplos dispositivos e downloads offline.

    A mudança acontece num momento em que a Crunchyroll conta com 17 milhões de assinantes pagos, tendo atingido este número em maio de 2025. A empresa tem como objetivo interno chegar aos 25 milhões de assinantes, um alvo considerado ambicioso por analistas da indústria. Esta estratégia de forçar utilizadores gratuitos a converter-se em assinantes pagos parece fazer parte desse plano de crescimento.

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    O timing também não é coincidência. A decisão surge numa altura em que a plataforma enfrenta outras controvérsias, nomeadamente acusações de uso de inteligência artificial nas legendas de algumas séries. Em julho de 2025, a Crunchyroll viu-se envolvida numa polémica depois de utilizadores detetarem que as legendas em alemão e inglês de Necronomico and the Cosmic Horror Show aparentavam ter sido geradas por IA. A empresa acabou por admitir que um fornecedor externo tinha usado IA, apesar do presidente Rahul Purini ter anteriormente negado o uso desta tecnologia nas traduções.

    A remoção do One Piece do catálogo gratuito no ano passado foi outro golpe significativo. A série, uma das mais populares de sempre e responsável por introduzir milhões de pessoas ao anime, passou a estar totalmente bloqueada para utilizadores não pagantes.

    A reação da comunidade tem sido maioritariamente negativa. Nas redes sociais, muitos fãs expressam frustração com o facto de a Crunchyroll estar sistematicamente a eliminar todas as alternativas gratuitas. Alguns temem que este movimento empurre espectadores mais jovens e com orçamentos limitados de volta à pirataria, revertendo anos de progresso na legalização do consumo de anime.

    Há também preocupações de que a plataforma possa eventualmente introduzir publicidade nos planos pagos mais baratos, seguindo estratégias semelhantes da Amazon Prime Video e Hulu. Por enquanto, todos os planos de subscrição mantêm-se sem anúncios.

    A Crunchyroll não emitiu um comunicado oficial sobre o fim do serviço gratuito. Para quem ainda procura alternativas gratuitas, a plataforma mantém alguns episódios disponíveis no seu canal oficial do YouTube, embora seja uma seleção muito reduzida comparada com o que vai desaparecer. Existe também um canal FAST (Free Ad-supported Streaming TV) 24 horas disponível em plataformas como Samsung TV Plus, Amazon Freevee, LG Channels, Roku Channel e VIZIO WatchFree+.

    A empresa também expandiu recentemente a sua presença em outras plataformas. Em janeiro, lançou mais de 40 anime no YouTube Primetime Channels nos Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha e Austrália. Em outubro, disponibilizou uma aplicação para smart TVs Samsung de 2017 a 2025, e em novembro começou a oferecer uma seleção de anime como entretenimento de bordo em voos da Delta Airlines.

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    A Crunchyroll é atualmente uma joint venture operada de forma independente entre a Sony Pictures Entertainment dos Estados Unidos e a Aniplex do Japão, ambas subsidiárias do Sony Group com sede em Tóquio. A plataforma disponibiliza mais de 1.000 séries anime e mais de 200 dramas asiáticos em 18 línguas, embora o número de títulos varie por país devido a restrições de licenciamento.

    Com a data limite a aproximar-se rapidamente, os utilizadores gratuitos têm menos de um mês para decidir se convertem para um plano pago ou se procuram outras formas de continuar a ver anime. A indústria de streaming tem vindo a consolidar-se cada vez mais, com gigantes como a Netflix a adquirir conteúdo da Warner Bros. e a HBO Max, tornando os serviços especializados como a Crunchyroll ainda mais valiosos para quem quer acompanhar os lançamentos mais recentes diretamente do Japão.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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