O filme Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito (Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Infinity Castle) recebeu uma nomeação para melhor filme de animação nos Globos de Ouro de 2026, numa competição que inclui também Zootopia 2, KPop Demon Hunters, Elio, Arco e Little Amélie or the Character of Rain. A cerimónia, que será apresentada pela comediante Nikki Glaser, está marcada para 11 de janeiro de 2026 em Beverly Hills, Califórnia, e será transmitida pela CBS e Paramount+.
Esta nomeação representa mais um marco importante para o anime no circuito de prémios norte-americano. Antes de Demon Slayer, apenas alguns filmes anime conseguiram esta distinção, incluindo Mirai de Mamoru Hosoda, Suzume de Makoto Shinkai e The Boy and the Heron de Hayao Miyazaki, sendo que este último venceu efetivamente o prémio em 2024.
O filme estreou no Japão a 18 de julho de 2025. É o primeiro de uma trilogia planeada que adapta o arco final do mangá de Koyoharu Gotouge, originalmente serializado na Weekly Shonen Jump entre 2016 e 2020. A história acompanha Tanjiro Kamado, um jovem que luta contra demónios comedores de humanos enquanto tenta restaurar a humanidade da irmã, que foi transformada numa dessas criaturas. A ação decorre durante a Era Taisho no Japão (1912-1926).
Os números nas bilheteiras têm sido impressionantes. Segundo a Aniplex, o filme tornou-se no primeiro filme japonês a ultrapassar os 100 mil milhões de ienes em receitas globais, atingindo cerca de 106,4 mil milhões de ienes (aproximadamente 687 milhões de dólares) até meados de novembro. No Japão, onde permaneceu 122 dias em exibição até essa data, acumulou 37,9 mil milhões de ienes e 26 milhões de espectadores.
Este desempenho coloca Infinity Castle como o segundo filme mais lucrativo de sempre no Japão, ficando apenas atrás do anterior filme da mesma franquia, Mugen Train, que arrecadou 40,75 mil milhões de ienes em 2020 e se mantém como o filme de maior sucesso comercial na história do cinema japonês a nível doméstico.
A expansão internacional começou em agosto, e os resultados têm sido consistentemente fortes. O filme já ultrapassou os 729 milhões de dólares a nível mundial, tornando-se no quinto filme de maior receita de 2025. A estreia na China, em novembro, foi particularmente forte, gerando 52,5 milhões de dólares no primeiro fim de semana e estabelecendo recordes para aberturas IMAX de filmes japoneses naquele mercado.
A competição na categoria de melhor filme de animação dos Globos de Ouro promete ser intensa. Zootopia 2 da Disney tem sido um sucesso de crítica e bilheteira desde a sua estreia, enquanto KPop Demon Hunters da Netflix se tornou num fenómeno cultural próprio, sendo o filme mais visto de sempre na plataforma com mais de 300 milhões de visualizações. Este último recebeu ainda nomeações adicionais na categoria de conquista cinematográfica e de bilheteira, e para melhor canção original com “Golden“.
Apesar do forte desempenho comercial e do reconhecimento crítico, analistas da indústria sugerem que a vitória pode ser difícil para Demon Slayer. Historicamente, os Globos de Ouro têm favorecido produções da Disney, e Zootopia 2 surge como favorito entre muitos observadores do sector. No entanto, a nomeação por si só já é significativa, demonstrando que propriedades shonen podem competir ao mais alto nível em territórios ocidentais.
A franquia Demon Slayer tem vindo a quebrar barreiras desde que a primeira temporada do anime estreou em 2019. O mangá original vendeu mais de 220 milhões de cópias em todo o mundo, e o universo expandiu-se para videojogos e adaptações teatrais. A produção está a cargo do estúdio ufotable, conhecido pela qualidade excecional da sua animação, com Haruo Sotozaki na direção.
Esta trilogia cinematográfica que agora se inicia representa o culminar de anos de narrativa, com os membros do Demon Slayer Corps a enfrentarem batalhas finais decisivas contra Muzan Kibutsuji e os demónios de nível superior no interior do Castelo Infinito. Para os fãs que acompanharam a jornada de Tanjiro desde o início, estes filmes prometem oferecer o encerramento épico que a história merece.
