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    Devilman Crybaby – Análise

    Finalmente chegou a minha hora de perceber o porquê de elevarem as aventuras do demónio chorão a patamares que até achava demasiado altos. Depois de acompanhar os seus 10 episódios, agora percebo esse porquê.

    Devilman é uma obra manga muito antiga, criada por Go Nagai em 1972, e que para além da série original, teve inúmeras adaptações. Embora siga um rumo bem mais adulto e perturbante a linha temporal é essencialmente a mesma. Certo dia Akira Fudo, um rapaz calmo sensível e pacato recebe a visita do seu amigo de infância Ryo. A razão da sua vinda é mais do que uma simples visita. Este afirma que os demónios vivem dentro dos humanos, e solidifica esta afirmação, quando através do Sabbath, (uma discoteca onde assistimos a um verdadeiro hino a depravação humana) fez com que o demónio dentro de Fudo manifestasse e conferindo-lhe poderes. Como permaneceu com um coração humano e capacidades sobre-humanas, Akira, torna-se no primeiro Devilman e Juntamente com Ryo, planeiam não só livrar a humanidade dos demónios como provarem a sua existência.

    De inicio a série é uma espécie de Demon of the week, já que esta dupla se dedica cada “semana” a conquistar um desses seres demoníacos. Além de fervilhar um enredo por detrás muito rico, a série toma voos bem mais altos, quando perto da sua conclusão explora as temáticas da descriminação, xenofobia, vícios, culto e religião na sociedade. Estes atingem esses patamares, devido a meticulosa caracterização de personagens. Cada evento anterior e consequente progressão, fez que o final dessas personagens fosse sentido com muito impacto e dotado de uma dimensão muito humana, demonstrando que a fraqueza emocional não é defeito, mas sim uma condicionante. Sem entrar em spoilers apenas digo-vos que fez com que os momentos finais com qualquer membro da família de Akira fossem únicos e surpreendentes, tanto que conseguiram-me transmitir emoções de desconforto, empatia e muita tristeza, algo que sem sombra de dúvidas devo congratular a realização. Não consigo também deixar de pensar que foi irónico assistir a um demónio chorar, já que rir e chorar são condicionantes do mais humano possível.

    Na sua realização também atingimos uma vertente muito própria, o seu grafismo. Toda a série é EXTREMAMENTE VIOLENTA E CARREGADA DE CONTEÚDO SEXUAL. Além de vermos boobs a toda a hora, sem pudor e contenção, mostra situações sexuais explicitas algumas do mais evidente enquanto outras muito metafóricas tais como um certo “guinchar de cama” ou uma quando Fudo pintou o teto do seu quarto de branco. A já referida violência é grotesca conferindo-lhe um grafismo muito próprio que certamente poderá afastar alguns, não só pelas suas cenas onde o sangue espalha-se por toda a parte, como pela sua arte.

    A arte de  é um pouco estranha, o seu traço é claramente oriundo da realização de Masaaki Yuasa, conhecido por produzir Ping Pong The Animation. Inicialmente o seu estilo parece muito desproporcional (as corridas são do mais hilariante) e pincelado com uma arte muito pobre até quase amadora, porém com a progressão dos episódios chego a conclusão que aquele é o seu estilo, muito metafórico e dotado de uma fotografia sublime. contudo estou ciente que possa ser um ponto divisivo. Já a sua banda sonora essa não vai dividir ninguém, mas sim conquistar. Kensuke Ushio, polvilhou a obra toda com sintetizadores, ritmos urbanos como o rap, e baterias eletrónicas, a música com elementos de synthwave agrega ao estilo contemporâneo da animação, contexto, e confere suspense aos momentos mais intensos. Ninguém será indiferente ao remix do seu tema original de 1972, tanto que ficou eternamente gravado na minha mente.

    Falando na obra de 1972, e colocando os pontos finais a minha breve analise, , faz alusões a sua obra original de uma maneira fantástica, não só através dos evidentes posters e série televisiva, como na caracterização das suas fantásticas personagens, criando um elo muito próprio entre as diversas adaptações. Realmente Devilman, serviu de pilar para criar tantos conceitos modernos como a personagem Jeddah de Darkstalkers, Devil Kazuya de Tekken e até muito rebuscada a série Devil May Cry.

    Sem dúvida  só podia encontrar o seu lar na , o seu conteúdo e grafismo jamais podiam ser transmitidos em televisão em canal aberto, e penso que este anime aja como uma porta de saída para o elevado índice moe que esta indústria vive.  foi mesmo a lufada de ar fresco que precisávamos, voltamos a sentir aquele estilo “Manga Video” ao vivermos uma aventura tão intensa, tanto que até no seu final vertemos uma lágrima.

    Artigo por Bruno Reis. Podem enviar os vossos artigos para o email admin@otakupt.com.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Andre Nery
    Andre Nery
    11 , Julho , 2019 21:12

    No geral curti o anime, mas o final não me pegou…
    Alguém pode me explicar o que seria “elevado índice moe ” ?

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Reply to  Andre Nery
    12 , Julho , 2019 0:20

    Quer dizer que tens demasiadas séries fofinhas sem grandes desenvolvimentos

    Cláudio Correa
    Cláudio Correa
    11 , Julho , 2019 21:12

    To com medo nem quero assitir,…. só as cenas de sexo…

    Ivar, The Boneless
    Ivar, The Boneless
    Reply to  Cláudio Correa
    12 , Julho , 2019 0:21

    É o famoso anime 8/80, as cenas de sexo nem me incomodaram apesar de eu odiar ecchie, gostei mt.

    A1ex Camus
    A1ex Camus
    11 , Julho , 2019 21:13

    no geral eu achei o anime bem legal.

    Kacz
    Kacz
    11 , Julho , 2019 21:13

    are wa dare da? dare da? dare da?

    Mati
    Mati
    Reply to  Kacz
    12 , Julho , 2019 0:21

    Are wa debiru! Debiruman! Debiruman!

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