Mais...
    InícioAnimeDiretora de One Piece desmonta teoria viral e explica por que evita...

    Diretora de One Piece desmonta teoria viral e explica por que evita episódios cheios de ação

    Diretora de Dragon Ball Super e One Piece cansou-se de teoria absurda dos fãs

    one piece screenshot MBS Anime Fest 2025

    Megumi Ishitani é um dos nomes mais respeitados no universo de One Piece. Os episódios que dirige são frequentemente apontados como marcos da série, conhecidos pela profundidade emocional e visão cinematográfica que imprime em cada frame. Mas recentemente, a diretora deparou-se com uma teoria curiosa que circula entre fãs internacionais: a ideia de que ela não consegue fazer sequências de ação.

    Ao fazer aquilo a que chamou uma “pesquisa de ego”, basicamente procurar o próprio nome online para ver o que as pessoas andam a dizer, Ishitani encontrou repetidamente o mesmo comentário: “Ishitani não sabe fazer ação”. A perceção estava espalhada entre espectadores internacionais, e a diretora decidiu que era altura de esclarecer as coisas.

    Na sua conta no Twitter, Ishitani foi direta ao assunto. Sim, ela evita episódios que são “nada além de ação”, mas não por falta de capacidade técnica. A razão é bem mais complexa e prende-se com a própria natureza do trabalho de direção em anime.

    “O motivo é que, com ação, o peso de garantir qualidade desloca-se fortemente para a animação em vez da direção”, explicou Ishitani. “Além disso, torna difícil construir um gráfico de tensão”.

    É uma distinção importante que muitos fãs podem não perceber. Em episódios centrados em combates contínuos, o trabalho do animador torna-se preponderante, enquanto o papel do diretor fica mais limitado. Para alguém como Ishitani, que é conhecida por transições criativas, storyboarding forte e narrativas focadas nas personagens, este tipo de episódio acaba por não jogar com os seus pontos fortes.

    Mesmo que a qualidade da animação estivesse garantida, Ishitani admite que “a carga de trabalho seria insana”. A sua preferência passa por usar sequências de ação como um “acento” à história, em vez de as tornar o elemento central. É uma abordagem que se alinha perfeitamente com aquilo pelo qual é mais conhecida, storytelling visual e ressonância emocional que elevam o material original.

    A marca de Ishitani em One Piece é inegável, especialmente durante o arco de Wano Country. Os fãs creditam-lhe grande parte da melhoria significativa no aspeto visual e na sensação geral do anime durante este período. A sua estreia como diretora aconteceu no episódio 957, mas foi com o episódio 982 que verdadeiramente deixou a sua marca, além de ter trabalhado também no storyboard da 25.ª sequência de abertura da série.

    O episódio 1015 merece destaque especial. Este episódio, que adaptou o icónico capítulo 1000 do mangá, é amplamente considerado um dos melhores de todo o arco de Wano.

    Mais recentemente, Ishitani dirigiu o especial aclamado pela crítica One Piece Fan Letter, antes de regressar à série principal para fornecer storyboards para o episódio 1072, que mostrou as novas habilidades de Luffy.

    Os fãs respondem com provas

    Depois de Ishitani ter partilhado a sua perspetiva, muitos fãs apressaram-se a citar exemplos que contradizem completamente a teoria de que ela não consegue fazer ação. O argumento mais forte? O seu trabalho no final de Dragon Ball Super.

    O episódio que fechou a série, mostrando Goku e Frieza a unirem-se para derrotar Jiren, superou todas as expectativas com sequências de combate fluidas e dinâmicas. Foi uma demonstração clara de que, quando escolhe trabalhar em episódios centrados em ação, Ishitani tem mais do que capacidade técnica para entregar algo excecional.

    A diferença, como ela própria explicou, não está na capacidade mas na escolha consciente de onde aplicar o seu talento e energia.

    One Piece abandona tradição de 26 anos e transforma a indústria do anime para sempre

    Enquanto esta discussão acontece, o anime de One Piece prepara-se para uma mudança significativa. A série está atualmente a transmitir o arco de Egghead Island, previsto para terminar em dezembro de 2025.

    A partir daí, vem uma pausa de três meses antes do regresso com o muito aguardado arco de Elbaf em 2026. Mas não será um regresso normal. O formato de produção vai sofrer uma alteração major, priorizando qualidade sobre o tradicional calendário de transmissão contínua.

    A partir do arco de Elbaf, espera-se que o anime transmita no máximo 26 episódios por ano. É uma mudança de paradigma que pode ter impacto direto no tipo de trabalho que diretores como Ishitani poderão desenvolver. Com mais tempo para cada episódio, talvez haja espaço para equilibrar melhor aquilo que ela faz de melhor, narrativa emocional e visual, com as inevitáveis sequências de ação que um shonen como One Piece exige.

    O esclarecimento de Ishitani serve como lembrete de que os criadores por trás dos nossos animes favoritos têm preferências, especializações e limitações práticas que influenciam o seu trabalho. Não se trata de não saber fazer algo, mas de escolher conscientemente onde aplicar tempo e energia para maximizar o impacto.

    Para alguém que já provou repetidamente que consegue criar episódios memoráveis, seja em One Piece, Dragon Ball Super ou outros projetos, a ideia de que “não sabe fazer ação” sempre foi absurda. O que Ishitani fez foi simplesmente explicar a lógica por trás das suas escolhas criativas, algo que os fãs mais atentos já tinham percebido ao analisar o seu trabalho.

    SourceCBR
    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

    Artigos Relacionados

    Subscreve
    Notify of
    guest

    0 Comentários
    Mais Antigo
    Mais Recente
    Inline Feedbacks
    View all comments
    - Publicidade -

    Notícias

    Populares