
A Bloomberg revelou que a Netflix e a Sony Pictures Animation fecharam acordo para uma sequela de KPop Demon Hunters, com os diretores Maggie Kang e Chris Appelhans confirmados para regressar ao projeto. A má notícia? O filme só deverá chegar aos ecrãs em 2029.
O intervalo de quatro anos entre filmes vai certamente frustrar quem esperava ver uma continuação mais cedo. Mas faz sentido quando se considera que o primeiro filme esteve anos em desenvolvimento antes de finalmente estrear na Netflix este verão. Produções de animação desta escala, especialmente quando precisam de corresponder ou superar a qualidade do original, exigem tempo significativo.
KPop Demon Hunters tornou-se num dos maiores sucessos da Netflix em 2025. Depois de estrear no verão, o filme não só dominou as listas de mais vistos durante semanas como se tornou no filme original mais visto de sempre na plataforma, um feito alcançado em tempo recorde. A banda sonora do musical também conquistou as tabelas musicais reais, não apenas as de streaming.
Maggie Kang já tinha deixado pistas sobre uma possível sequela numa entrevista à BBC no início do ano, onde também descartou qualquer plano para versão live-action. A realizadora mencionou que há definitivamente mais para explorar com estas personagens e este mundo, mas sublinhou que qualquer continuação teria de merecer existir: “Será uma história que merece ser uma sequela, e será algo que queremos ver”.
O que torna esta história particularmente interessante é o contexto do primeiro filme. A Sony Pictures Animation nunca apostou realmente nele, acabando por despachá-lo discretamente para a Netflix sem grande fanfarra. Ninguém esperava que se tornasse no fenómeno que é hoje. Agora, tanto a Sony como a Netflix estão a fazer tudo para transformar isto numa franquia completa.
Nos meses desde a estreia, KPop Demon Hunters já colaborou com Fortnite, gerou merchandising extenso incluindo fatos de Halloween, produtos alimentares e muito mais. A banda sonora tem hipóteses reais de sucesso na época de prémios, algo raro para filmes de animação originais de streaming. Com um segundo filme confirmado, é de esperar uma explosão ainda maior de produtos e parcerias nos próximos anos.
A questão que fica é se quatro anos é tempo demais. Franquias de animação bem-sucedidas normalmente mantêm intervalos mais curtos entre filmes para capitalizar no momento. Frozen demorou seis anos entre o primeiro e segundo filme, e embora o segundo tenha tido sucesso, perdeu algum do ímpeto cultural do original. Por outro lado, filmes da Pixar frequentemente têm intervalos longos e mantêm qualidade.
O facto de Kang e Appelhans regressarem é positivo. Continuidade criativa é crucial, especialmente quando o estilo visual e musical do primeiro filme foram tão distintos e bem recebidos. Trocar de equipa criativa poderia resultar numa sequela que parece diferente demais do que os fãs adoraram inicialmente.
Para a Netflix, isto representa uma mudança na estratégia de conteúdo animado. Durante anos, a plataforma foi criticada por cancelar séries de animação populares e não investir o suficiente no género. KPop Demon Hunters prova que quando acertam, acertam em grande. Comprometer-se com uma sequela tão cedo, e dar-lhe o tempo de desenvolvimento necessário, mostra que aprenderam a lição.







