Yuji Yamano, diretor de conteúdo da Netflix no Japão, partilhou durante uma mesa redonda para os media no mês passado os momentos decisivos na história do anime na plataforma de streaming. Segundo a Forbes Japan, Yamano explicou que há 10 anos a estratégia da Netflix para anime tinha como foco a expansão global.
“Depois disso, a empresa dividiu-se em equipas, e a equipa japonesa concentrou-se no anime, primeiro comprando e produzindo obras que seriam consideradas interessantes a nível doméstico. A introdução de uma estratégia de anime específica para o Japão, com foco no mercado local, foi uma grande mudança”, afirmou Yamano.
O responsável identificou então o anime específico que considera ter sido o ponto de viragem da Netflix: The Disastrous Life of Saiki K.: Reawakened. “Transmitimos em exclusivo uma nova série de uma obra popular que estava a ser exibida desde 2016, agora como trabalho original nosso. Como resultado, conseguimos alcançar um público muito mais amplo, não apenas fãs de anime, que não conseguíamos atingir antes. O autor original, Shuichi Aso, e as nossas empresas parceiras, como o estúdio de produção, ficaram muito satisfeitos, dizendo ‘ainda bem que está na Netflix’. Penso que esses foram os nossos pontos de viragem”.
No mês passado, numa outra entrevista, Yamano tinha também mencionado Baki e My Happy Marriage como pontos de viragem da Netflix. Sobre este último, afirmou: “Algo que o nosso parceiro mencionou especificamente foi My Happy Marriage. A obra original é uma light novel da KADOKAWA, mas não é um mangá shonen nem de estilo mais arrojado, por assim dizer. É de um tipo manga shoujo que foi amplamente visto globalmente e, além disso, após o lançamento, disseram-me que as vendas da versão mangá aumentaram claramente de forma significativa no estrangeiro”.
O artigo da Forbes também inclui declarações de Yamano e Kaata Sakamoto, vice-presidente de conteúdo da Netflix, sobre a abordagem à localização, tendências e produção. Sakamoto acrescentou que imagina mais casos de contratos diretos com empresas de produção e estúdios, em vez de participação em comités de produção.