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    Sabiam que as Tartarugas Ninja já estiveram em Portugal na cidade de Lisboa?

    Hoje como sabem celebra-se o dia de Portugal. O mesmo tem como finalidade a homenagem ao grande poeta Luís Vaz de Camões -autor de “Os Lusíadas“, a maior obra épica de Portugal- que faleceu no dia 10 de junho de 1580. Neste dia tão especial o OtakuPT, voltou a 1992, mas especificamente à tartarugomania, uma pandemia que infetou as crianças em todos os cantos do mundo, onde ao invés da atual, as únicas máscaras que usávamos eram fitas azuis, vermelhas, laranjas ou roxas nos olhos, cotovelos e joelhos, um enorme desejo de possuir as suas figuras, colecionar os seus cromos, assistir as suas aventuras na RTP 1 aos fins de semana, e devorar as suas aventuras em banda-desenhada nas edições, TELE BD. Muitos desconhecem -eu inicialmente- que uma das suas já paragens já foi Portugal.

    “Ring of Fire”, escrito por Michael Edens, foi exibido como um dos 13 episódios especiais da temporada “Vacations in Europe”. Tal como o nome indica colocava as personagens da série de 1987 em localizações espalhadas pelo nosso velho continente. A mesma foi transmitida na RTP 1 em 1992, e nos Estados Unidos e no outono de 1993 na CBS. Perante os eventos e situações, julgo que a podemos situar entre a sexta e sétimas temporadas da série animada. Visto que os tarta-heróis não combatiam o crime num céu noturno tingido de tons vermelhos, os seus olhares não eram ameaçadores, e as situações eram na sua maioria em prol da comicidade.

    No sexto episódio desta temporada, os quatro jovens antropomórficos e o seu mestre e mentor visitavam a cidade de Lisboa, quando esta se preparava para a corrida anual de touros. Como não podia deixar de ser todos estavam ansiosos por sair, mas Donatello pedia um pouco mais de paciência aos seus irmãos, porque estava prestes a terminar uma máquina de fazer pizzas à base de azeitonas (oh wow). Naturalmente que Michelangelo, não aguentava esperar tanto tempo e decidiu ir surfar para o mar. Contudo, o seu “pai” indicou-lhe que perderia a oportunidade de participar num evento cultural único. Quem também estava de olhares postos no mar e nas outras localizações da “menina e moça” eram Shredder e Krang, que acabavam de criar um raio de calor cujo fim seria derreter as cidades do mundo, contudo para o terminarem precisavam de um tipo especial de areia que apenas se encontrava na cidade (duplo wow) e Krang não tardou a enviar, Shredder, Rocksteady, Bebop e um bando de Rock Soldiers para a recolher.

    Quem também estava na cidade era a April O’ Neil que junto de Vernon e Irma, fazia uma reportagem sobre um novo hotel que estava a ser construído em Lisboa. Como o membro, mas festivo das tartarugas se encontrava por perto a surfar -num banco de jardim- chegou a tempo de salvar a sua amiga dos vilões enquanto roubavam um camião perto do local das obras. Felizmente, Shredder perdeu a chave da Catedral de Lisboa, ou seja, ficou impossibilitado de usar a máquina de calor porque se encontrava montada no local. No próximo encontro contra as tartarugas, Shredder roubou veículos no desfile para entrar na arena onde não perdeu a oportunidade para soltar um touro -Raphael a fazer de toureiro- e escapar dos nossos heróis.

    April e Irma descobrem nos bastidores que Shredder usou a torre do sino da Catedral para tecer um plano sinistro, infelizmente antes que pudessem avisar os seus amigos foram capturadas. As duas foram colocadas numas lentes de calor que as incineravam com o nascer do sol. A corajosa April mesmo perante uma situação desesperante não perdeu o seu sangue-frio, e quando o sol está estava prestes a romper pediu à Irma para que juntas pudessem usar os seus corpos para transmitir uma mensagem em código Morse para as tartarugas, a indicar-lhes que estavam presas e que Shredder ia utilizar o abrasivo sol lisboeta para destruir a cidade. Assim que os seus amigos as resgataram, uma máquina emergiu do solo, e Shredder e os seus mutantes escaparam para a Dimensão X, julgando que os seus planos foram um sucesso. Isto se o Q.I de Donny não fosse tão avançado, e usasse os sinos da Igreja, um megafone, e os seus comunicadores para gerar uma frequência para destruir a máquina. Tendo salvo a cidade, Splinter indicou que já podem ir festejar juntos dos portugueses, mas as tartarugas estavam tão cansadas para tal que o seu “sensei” apenas piscou o olho para nós os espetadores porque sabíamos as razões para tal.

    O mundo recebeu a tartatugomania numa fase ainda muito verde, respeitante a efeitos de globalização e cultura, dado que a produção deste episódio apenas utilizou conceitos e elementos “funcionais” da cultura portuguesa. Tenho a ideia que leu uns livros e com base no recolhido escreveu o episódio. Isto porque além de sentir alguma aleatoriedade, as referências e situações por vezes pareceram-me desconexas -como as misteriosas areias lisboetas- fluindo em prol da comédia dos seus vários “puns”. Porque Portugal, ainda era um país muito redutor aos olhos do resto do mundo, Krang troça com o Shredder por este não saber onde se situava, Rocksteady não saber ler português quando o texto estava escrito em espanhol, publicidades na arena de touros do mais aleatório, e uma firma de construção chamada de Sofra.

    Evidentemente nem tudo foi negativo. As casas apresentaram o estilo tradicional Neomanuelino lisboeta, sítios como a Catedral da Sé ou a Fonte Sul na Praça D. Pedro IV marcaram presença, ou uma interessante e didática referência ao Oceano Atlântico pela tartaruga da fita laranja.

    “Ring of Fire”, foi muito possivelmente a primeira obra animada a vestir as cores de verde e vermelho de Portugal. Infelizmente sinto-a um pouco apagada dos olhares de muitos, um fator incrível considerando que as Tartarugas Ninja continuam a ser muito populares e avistamos gradualmente uma nova era de produtos e destaque, na verdade, foi devido aos jogos que estamos prestes a receber este ano que entrei em contacto com este episódio. Também não nos podemos esquecer que em 1992, não tínhamos um acesso à informação com a mesma facilidade de hoje em dia, e convenhamos era uma criança com 9 aninhos numa era sem “internet”.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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