Tales of Xillia Remastered acabou de ser lançado e o produtor geral da série, Yusuke Tomizawa, partilhou dados interessantes sobre como a base de jogadores mudou ao longo dos anos. E a revelação pode surpreender quem pensa que estas séries de JRPG continuam a ser um nicho essencialmente japonês.
Mais de 70% das pessoas que jogam títulos da série Tales of vivem agora fora do Japão. Mas ao contrário do que se poderia pensar, Tomizawa garante que isto não significa que os fãs japoneses estejam a desaparecer, é simplesmente reflexo das proporções populacionais globais e da distribuição de consolas pelo mundo.
O que realmente chamou a atenção da equipa de desenvolvimento foi outra coisa: independentemente do país ou região, as pessoas ligam-se às personagens exactamente da mesma forma. Numa conversa com a revista Famitsu antes do lançamento de Tales of Xillia Remastered, Tomizawa comentou que as reacções dos jogadores ocidentais “não diferem muito das dos jogadores japoneses, e isso é positivo”.
Esta constatação acabou por definir a filosofia de trabalho da equipa. Em vez de tentarem adaptar os jogos para agradar especificamente ao público ocidental, decidiram manter-se fiéis ao que sempre fez a série funcionar. “Não pensamos em termos do que vai funcionar lá fora”, explicou o produtor. “O foco é entregar jogos genuinamente divertidos e interessantes, de uma forma que seja verdadeira à identidade de Tales of”.
É uma abordagem que contrasta com a de muitos outros estúdios japoneses, que às vezes tentam “ocidentalizar” as suas produções na esperança de conquistar mercados maiores. Aqui, a aposta é precisamente o oposto, manter a essência japonesa porque é exactamente isso que os fãs de JRPG procuram, venham eles de onde vierem.
O que vem a seguir para a série Tales of
Com Tales of Graces f Remastered e Tales of Xillia Remastered já concluídos, Tomizawa confirmou que há mais de dois títulos remasterizados em desenvolvimento neste momento. Um deles está já perto do fim, e os anúncios oficiais não devem demorar muito.
Este projecto de remasters tem permitido à Bandai Namco lançar jogos antigos da série em várias regiões e plataformas simultaneamente, algo que a equipa valoriza bastante. Afinal, muitos destes títulos nunca chegaram a certas partes do mundo quando saíram originalmente, ou ficaram presos a consolas que já ninguém tem ligadas.
Quanto a jogos completamente novos, Tomizawa reconhece que há procura crescente, mas pede paciência. A equipa está “constantemente a pensar e a trabalhar em direcção a um novo projecto”, mas ainda vai demorar algum tempo até poderem fazer anúncios concretos.
Tales of Xillia foi originalmente a 13.ª entrada principal na franquia quando saiu para a PlayStation 3, e agora regressa remasterizado para uma geração de jogadores que pode nunca ter tocado no original. Para quem cresceu com a série, é uma oportunidade de revisitar um clássico. Para quem chega agora, é uma porta de entrada para perceber porque é que estes JRPG japoneses continuam a funcionar tão bem dentro e fora do Japão.
