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    The Day I Become a God – Estará Jun Maeda “Saturado”?

    The Day I Become a God - Estará Jun Maeda "Saturado"?

    Artigo enviado por Eduardo Beja.

    Antes de tudo, este artigo poderá conter spoilers de The Day I Became a God (Kami-sama ni Natta Hi) e eventualmente pode estragar a vossa experiência caso queiram ver o anime em questão com uma experiência diferente.

    The Day I Become a God foi dos animes mais comentados pelos fóruns devido ao regresso do seu criador ao mundo dos animes.

    Falamos então de , criador de obras como Angel Beats, Charlotte, Clannad, Little Busters, além de ser também responsável por escrever e produzir toda as trilhas sonoras dos animes em questão, além de claro, ser conhecido como a pessoa que mais vezes fez correr lagrimas na cara dos fãs de anime nos últimos anos da indústria.

    Além de ser autor destas obras, Jun Maeda sempre foi muito requisitado para fazer as trilhas sonoras de outros animes, com colaborações habituais principalmente com a Kyoto Animation e com a P.A Works.

    O seu afastamento nos últimos anos do mercado dos animes foi derivado a um grave problema cardíaco que o levou publicamente a declarar publicamente que já se encontrava na lista de espera para receber um transplante de coração, nunca foi divulgado se a operação foi realizada ou não, mas pelo menos com o seu regresso podemos supor que pelo menos a saúde dele deve ter melhorado consideravelmente.

    Pessoalmente, sou fã de algumas obras onde Jun Maeda trabalhou (e que são as que terminei), como Angel Beats e Clannad (Principalmente Clannad) então fiquei bastante curioso para ver este seu regresso.

    The Day I Become a God tem a seguinte sinopse:

    ‘’Um dia, durante as últimas férias de verão de Yōta Narukami no ensino médio, uma jovem chamada Hina aparece de repente e auto proclama-se “o Deus Onisciente”. Hina anuncia ao completamente confuso Yōta: “O mundo terminará em 30 dias”. Yōta então testemunha os poderes de profecia divinos de Hina, ficando convencido de que os seus poderes são reais. A inocência ingénua de Hina esconde os seus poderes, e ela decide morar na casa de Yōta por algum motivo. Assim começa um verão agitado antes do fim do mundo.’’

    Pois bem, o anime tem um início que bate certo com a sinopse nos primeiros 5 episódios, são divertidos, bem dirigidos e o timing cómico é impecável.

    Após os primeiros 5 episódios a narrativa começa a disparar para todos os lados, entrando num loop de tudo o que Jun Maeda já fez e que o publico já se encontra saturado…ou será que não? Vejamos em pormenores.

    Quando começamos a passar do episódio 5 para cima, descobrimos que a Hina não é uma deusa, é uma rapariga que foi criada pelo seu avô cientista porque os seus pais a abandonaram após nascer com uma doença que impossibilitava a Hina de se movimentar e comunicar normalmente. Com isto, o seu avô dedicou a sua vida a criar um chip que lhe foi introduzido posteriormente na cabeça e que lhe devolvia os movimentos e ainda lhe dava o poder da Omnisciência. E quanto ao fim do mundo? Pois, não aconteceu.

    A trama ainda envolve um Hacker e uma organização governamental que descobre o paradeiro da Hina para mais tarde a sequestrar e remover o Chip, principalmente por ser considerado uma tecnologia cujo a humanidade não esta preparada para lidar.

    Após o desaparecimento da Hina o Yōta entre numa busca implacável para a encontrar. Pelo meio da dessa trama toda, Yōta acaba por se infiltrar num centro de reabilitação e encontra a Hina em estado quase vegetal com o objetivo de a levar para a casa.

    Bem, escusado será dizer que o Yōta consegue concretizar o seu objetivo no final.

    Embora isto tenha sido um rápido apanhado da história, deu para perceber que todos os ‘’Jun Maeda Effects’’ estão presentes em The Day I Become a God, um plot absurdo pelo meio, uma história triste e uma boa trilha sonora.

    Muitos devem ter notado a falta do ‘Romance’ nesta enumeração de ‘’Jun Maeda Effects’’, pois bem, é esse o maior calcanhar de Aquiles deste anime.

    Não sei se o Jun Maeda se sentiu obrigado de certa forma a introduzir essa temática neste anime, mas o facto é que ele introduziu…sem introduzir.

    Este paradoxo de ideias esta claramente visível no episódio 5,6 e 8. A narrativa tenta implementar um romance entre a Hina e o Yōta através de diálogos e cenas montadas propositalmente para isso, mostrando que talvez o próprio Jun Maeda estivesse recluso da sua própria imagem enquanto contador de histórias. É importante reforçar o pormenor que todos estes momentos são completamente irrelevantes para a trama principal da história, o que torna a narrativa pouco coesa em alguns momentos do anime. Além do mais, a direção do anime parece não saber que história quer contar.

    Apesar destas lacunas na narrativa, o que mais vejo de feedback negativo pelos fóruns é o fim da história, onde Yōta e a sua família ficam a cuidar da ‘nova’ Hina.

    A irritação da comunidade perante um final sem romance mostra muito do que o levou a introduzir aquela ideia de paixão inexistente entre os dois protagonistas (e ainda bem quer era só a ideia, porque estamos a falar de uma criança e um rapaz quase adulto).

    A fase final do anime gira muito em torno da questão da impotência humana perante um problema grave de saúde, e por isso, talvez Jun Maeda quisesse espelhar um pouco a usa própria impotência perante o seu delicado problema de coração, mostrando que até um Deus pode se tornar um mero mortal dependente da ajuda de terceiros quando confrontado com um problema de saúde.

    Então, Jun Maeda está ou não está ‘saturado’? Narrativamente sim, criativamente não.

    O seu maior problema é a imagem que emplacou nos últimos anos, que inconscientemente lhe corta as asas. No entanto, podemos ver que a capacidade de criar uma história prazerosa de ver e com uma mensagem boa continua a ser uma mais valia para a indústria moderna dos animes.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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    Willian Picorelli
    Willian Picorelli
    30 , Dezembro , 2020 2:51

    O pessoal comenta aqui e parece que nunca jogaram os games da Key, que, em geral, são superiores aos animes, e não digo isso querendo ser o chato que ‘as obras originais’ são melhores, mas no caso de visual novel tem um motivo óbvio: Uma visual novel da Key tem no mínimo 60 horas de gameplay, um anime adaptado com 12 episódios tem 4 HORAS! Ok que temos algumas exceções como Clannad e Kanon 2006, e por coincidência são as melhores adaptações dos games da Key, mas ainda assim as 16 horas dos 48 eps de Clannad não chegam às 50 horas de sua gameplay, onde os personagens tem TEMPO de serem construídos, onde há todo o apego dos leitores aos personagens e o ambiente ao redor. O Jun Maeda é um gênio, mas animes de suas histórias de 12/13 episódios NÃO DÁ, DEFINITIVAMENTE!

    Angel Beats! eu acho inferior à Kamisama, o povo só coloca um hype porque foi lançado em uma época que não tínhamos muitas obras do tipo, porque particularmente, comparado com os clássicos da Key, ele não foi nada triste! Little Busters! e Clannad são obras impactantes que conseguem chocar e deixar as pessoas realmente tristes, até Air conseguiu se salvar por ter – pra mim – o final mais pesado de todas as obras da Key e talvez o único final ‘triste’ até agora.

    E não falo exclusivamente das obras da Key, mas um anime de 12 episódios FECHADO não consegue cativar o público, é pouco tempo pra se apegar aos personagens, pra se envolver, é difícil uma obra com esse número de eps que se torne celebre ou clássica, ainda mais uma narrativa do JUN MAEDA que o foco principal é na construção da relação dos personagens! Rewrite é minha visual novel favorita, mas veja o anime TODO rushado, lamentável o que aconteceu, na Novel consegui sentir todos os tipos de emoções, mas no anime, eu nem me lembro bem o que senti pois mal me lembro da adaptação. Se for pra adaptar alguma história do Jun Maeda/Key pra animes de 12 eps com um estúdio mediano é melhor nem fazerem.
    Meu sonho seria ver Rewrite pela KyoAni com 48 episódios mais um filme com a rota Moon, mas é triste que isso jamais acontecerá.

    josenilson vinicius
    josenilson vinicius
    Reply to  Willian Picorelli
    31 , Dezembro , 2020 5:21

    uma correção, que provavelmente estarei errado já que estou tirando essa informação do anime, mas Rewrite só teve Meada Jun na parte sonora

    Facawar
    Facawar
    30 , Dezembro , 2020 2:52

    decepcionou mas ainda achei divertido

    toygame
    toygame
    30 , Dezembro , 2020 2:52

    povo da muito hyper as obras e acaba criando muita expectativas e isso frusta demais a imesão na serie.
    O anime foi bom e bem divertido,ficou uma otima serie

    Elivelton Silva
    Elivelton Silva
    30 , Dezembro , 2020 2:52

    Eu só queria uma adaptação de uma obra da KEY pela Kyoto Animation nos dias de hoje… Pra mim o trio Air, Kanon e Clannad é insuperável, nem Angel Beats chegou perto desse trio maravilhoso!

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    30 , Dezembro , 2020 2:52

    Não diria saturado, penso que o problema aqui são as expetativas dos fãs das suas obras.
    Os fãs depositam certas espetativas e valores no autor e se não forem correspondidos é logo bombardeado com críticas e alegações. De início notou-se uma experimentação de vários valores e géneros. Por exemplo, o meu episódio favorito da série, o episódio 4, onde a Hina, ensina o protagonista a jogar Mahjong, e este vai para o torneio. O foco aqui foi a comédia, até diria que foi bastante relacionável connosco, porque a maior parte do jogo do Uno por vezes é discutirmos regras.

    Com o passar do tempo, não sei se por pressão pelos fãs, ou critica, a série tomou o seu rumo clássico, até ao ponto de esquecer o foco do protagonista, o “final do mundo” (que é uma metáfora ao último verão da Hina) e imprimir um romance que não faz sentido, quando o Yota, o que desejava era conquistar a sua amiga de infância.

    CF
    CF
    30 , Dezembro , 2020 2:52

    Esse parei de assistir no episódio dois.

    Samuel Silva
    Samuel Silva
    30 , Dezembro , 2020 2:52

    Sinceramente gostei de The Day I Became a God, começando logo pelo combo visuais e música do opening que acho maravilhoso. Não estava à espera de tanta comédia, que durante muitos episódios fez esquecer que o drama podia tardar mas não ia falhar. A Hina versão God é simplesmente adorável e dinâmica entre ela e o Yota levaram muitos episódios “às costas”. Dentro do possível o final foi satisfatório e passou uma boa mensagem. Não fiquei indiferente a este anime e vai ser um dos que me vou recordar quando fizer o flashback de 2020.

    Junior Duarte
    Junior Duarte
    30 , Dezembro , 2020 2:52

    Minha opinião é a seguinte eu particularmente prefiro kamisama do que Charlotte por ser mais pe no chão, minha crítica e que o autor enrolou os 8 primeiros episódios demais, principalmente por ter botado muita comédia e não desenvolvendo os personagem, que por sinal entre as três obras desse autor tem os piores personagem secundários, se tivessem focado em desenvolve os personagem nos 8 primeiros ep e encaixado nos últimos 4 que por sinal gostei bastante teria sido muito melhor

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