Steven Hale, de 37 anos, foi condenado a 57 meses de prisão por um tribunal federal de Memphis após roubar centenas de DVDs e Blu-rays de filmes ainda não lançados, incluindo Spider-Man: No Way Home. O ex-funcionário de uma empresa de fabrico e distribuição de discos no Tennessee trabalhava na companhia entre 2021 e 2022 quando cometeu os crimes.
A juíza-chefe Sheryl H. Lipman aplicou a sentença máxima recomendada pelo governo americano, sendo que a maior parte do tempo de prisão se deve a uma acusação não relacionada de posse ilegal de arma de fogo. Para os crimes de violação de direitos de autor, aos quais Hale se declarou culpado, o tribunal determinou uma pena de 21 meses a cumprir em simultâneo.
O caso ganhou notoriedade quando cópias piratas de Spider-Man: No Way Home começaram a circular em sites de pirataria semanas antes do lançamento oficial em março de 2022. Estas leaks de filmes de alto perfil são raras, e a fonte permaneceu desconhecida até este ano, quando o Departamento de Justiça americano identificou Hale como o responsável.
Durante as buscas à sua residência em março de 2022, as autoridades encontraram centenas de discos de pré-lançamento ainda na sua posse, bem como uma arma de fogo num carro registado em seu nome. Para Hale, que tinha antecedentes criminais, a posse da arma constituiu um crime federal separado que resultou na pena mais pesada.
Além de Spider-Man: No Way Home, Hale distribuiu cópias de outros grandes sucessos cinematográficos, incluindo Jungle Cruise, Venom: Let There Be Carnage, Eternals, The King’s Man, Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings, Resident Evil: Welcome to Raccoon City, Marry Me, Sing 2 e The Matrix Resurrections.
A acusação ligou diretamente o roubo dos discos às cópias que posteriormente apareceram em sites de pirataria. No documento de recomendação de sentença, os procuradores afirmaram que pelo menos o filme Spider-Man: No Way Home foi “copiado e distribuído dezenas de milhões de vezes pela internet através de sites piratas, causando dezenas de milhões de dólares em prejuízos ao detentor dos direitos de autor”.
O filme foi um dos últimos lançamentos online do notório grupo de pirataria EVO, desmantelado pelas autoridades portuguesas no final de 2022, resultando em várias detenções. Não há indicações de que Hale tenha tido contacto direto com o grupo, mas o timing dos eventos sugere uma ligação entre os discos roubados e as cópias que circularam online.
Hale beneficiou de algumas concessões do tribunal após se declarar culpado em maio. A juíza recomendou que cumpra a pena numa instalação próxima de Memphis para estar perto da família e permitiu que permaneça em liberdade condicional até se apresentar voluntariamente na prisão numa data posterior.