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    Samurai X – A Origem | Análise

    Trailer completo de Rurouni Kenshin: The Beginning

    Lançado nos cinemas japoneses em junho deste ano e no catálogo mundial da Netflix em 30 de julho, o filme Samurai X – A Origem (Rurouni Kenshin: The Beginning) fecha a história baseada na obra criada pelo mangaka Nobuhiro Watsuki e que teve seu primeiro filme lançado nos cinemas do Japão em agosto de 2012.

    Este filme possui direção de Keishi Ōtomo, produção de Hiroyoshi Koiwai e Satoshi Fukushima, roteiros de Keishi Ōtomo, musica de Naoki Satō, fotografia de Takuro Ishizaka, edição de Tsuyoshi Imai e distribuição pela Warner Bros. Pictures dentro do Japão e pela Netflix no restante do mundo.

    O longa tem em seu elenco Takeru Satoh como Himura Kenshin, Kasumi Arimura como Yukishiro Tomoe, Issey Takahashi como Katsura Kogorō, Yōsuke Eguchi como Saitō Hajime, Nijirō Murakami como Okita Sōji, Kazuki Kitamura como Tatsumi, Masanobu Ando como Takasugi Shinsaku, Towa Araki como Yukishiro Enishi, Shima Ōnishi como Iizuka, Takahiro Fujimoto como Kondō Isami, Sōkō Wada como Hijikata Toshizō, Mansaku Ikeuchi como Katagai, Mayu Hotta como Ikumatsu, Makiko Watanabe como a landlady, Wataru Ichinose como Sumita, Kinari Hirano como Nakajō, Eita Okuno como Murakami, Eiki Narita como Yatsume Mumyōi e Masataka Kubota como Akira Kiyosato.

    Samurai X – A Origem (Rurouni Kenshin: The Beginning) mostra como tudo começou e revela o mistério da por trás da cicatriz no rosto de Kenshin.

    Adaptar a história do arco que mostra a origem de Kenshin como retalhador e de como ele adquiriu suas cicatrizes em formato de X era um desafio bem interessante para a produção deste filme. Este arco é bastante querido dos fãs do manga e também de quem assistiu ao OVA Rurōni Kenshin -Meiji Kenkaku Rōman Tan- Tsuioku-hen (Rurouni Kenshin: Trust & Betrayal). Como filme, o live-action consegue cumprir sua meta em trazer uma adaptação que vai mais para o lado do OVA do que do manga, o longa é muito mais sombrio, adulto, violento e completamente melancólico. O lado sombrio e melancólico fica muito visível em cores mais simples na ambientação dos cenários e na falta de trilha em diversos momentos ou com músicas orquestradas em tom mais lento. A violência é vista logo na primeira cena do longa, onde Kenshin arranca a orelha de um inimigo com uma mordida, e se mantém ao longo do filme em diversos momentos.

    O filme consegue funcionar muito bem em mostrar a história do passado de Kenshin para quem já assistiu aos filmes anteriores e se desenvolve colocando a história do protagonista em diversos eventos históricos reais do Japão. As figuras históricas (como Katsura Kogorō) e as organizações da época em que se passa o filme (como o Shinsengumi) não movimentam muito a história de Kenshin, mas acabam servindo como diversos contrapontos para o debate sobre o que seria a felicidade. Esse debate ocorre principalmente no embate de ideias entre Kenshin e Tomoe, mas outros personagens também dão opiniões sobre o assunto, e é interessante o contraponto dado por cada personagem. Kenshin vai para o lado em que os fins justificam os meios, afinal ele afirma em diversos momentos que agir como retalhador era o único meio para trazer paz para outras pessoas, enquanto ele mesmo não conhecia o que era a felicidade de verdade. Tomoe vai para um lado em que a felicidade é conquistada através de atos familiares. Os outros personagens abordam mais uma defesa de como seus ideais irão trazer a felicidade, os rebeldes como Katsura defendem que a queda do Shogunato é o único caminho, enquanto que os perseguidores de Kenshin defendem que o ideal da população é se sacrificar pelo Shogun.A partir desta luta de ideais, e através de diversos eventos trágicos envolvendo Kenshin e Tomoe, que vemos no final o retalhador moldando um ideal que mescla um pouco de cada conhecimento que ele vem a adquirir no decorrer de sua jornada é que se tornaram um estilo de vida que ele ira passar a seguir em seu futuro como andarilho. 

    Apesar do longa funcionar individualmente e ainda deixar ganchos na história para os quatro filmes anteriores, este filme acaba apresentando alguns personagens que possuem importância histórica no Japão, que geram cenas legais, mas que acabam não fazendo a história rodar devidamente. Um outro problema dentro do roteiro do filme é o real antagonista do longa ser apresentado apenas no terceiro ato, algo que funciona para quem conhece o manga e o OVA mas que pode gerar confusão em quem conhece a obra apenas pelos filmes.

    Diferente dos filmes anteriores, este longa possui um ritmo mais lento na maior parte de sua história. Em questões técnicas o longa possui uma qualidade incrível, com uma edição bem dinâmica mesmo com o ritmo mais lento. As cenas de lutas desse filme são muito menos espalhafatosas em comparação com os anteriores, porém elas possuem uma coreografia mais trabalhada e que lembram bastante os filmes de Samurai mais antigos. A trilha sonora se utiliza de temas originais mais melancólicos, mas também é utilizada a falta de trilha uma de uma forma incrível. Um tema conhecido dentro da série é utilizado em um momento de virada dentro do filme e isso funciona muito bem dentro do contexto da história do longa.

    No geral, Samurai X – A Origem (Rurouni Kenshin: The Beginning) funciona como adaptação do arco que mostra o passado de Kenshin. Mostrando uma história mais sombria e melancólica, o filme consegue trazer para a tela uma história que debate o que é a felicidade é qual ideal é o melhor para uma nação. Por outro lado o longa coloca figuras históricas em situações que são visualmente legais, mas que acabam não fazendo a história principal rodar. Já em questões técnicas o filme possui uma grande qualidade. Mesmo tendo um ritmo mais lento, o filme possui lutas muito bem coreografias bem produzidas e lembrando as lutas de longas Samurai mais antigos.

    Felipe Soares
    Felipe Soares
    Um fã de animes, cinema, games, séries e com um gosto musical incomum. Membro brasileiro do OtakuPT e formado em Processos Fotográficos.

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