
O Japão é conhecido pelos seus serviços peculiares, incluindo empresas que permitem alugar desde avós até irmãos fictícios. Contudo, uma nova empresa levou este conceito a um território questionável ao oferecer o aluguer de “pessoas assustadoras” para resolver disputas pessoais.
A Rental Kowaihito, fundada no mês passado, especializava-se em disponibilizar homens com aparência intimidante, cabeças rapadas, físicos avantajados e tatuagens características dos yakuza, para acompanhar clientes em situações de conflito. O serviço destinava-se a problemas como bullying no local de trabalho, vizinhos barulhentos ou questões relacionadas com infidelidade conjugal.
Segundo o website da empresa, agora encerrado, os “homens assustadores” poderiam acompanhar clientes em negociações com antigos empregadores para cobrar salários em atraso, ou ajudar mulheres a confrontar as amantes dos maridos. Mais controverso ainda, a empresa sugeria os seus serviços para lidar com bullying infantil, implicando a possibilidade de intimidar crianças.
A proposta não passou despercebida aos utilizadores japoneses das redes sociais, que rapidamente apontaram as semelhanças entre este “serviço” e as táticas tradicionais da máfia. Muitos questionaram a legalidade da operação, especialmente considerando que contratar pessoas para criar uma atmosfera ameaçadora pode constituir extorsão ou coação.
As suspeitas aumentaram quando se descobriu que o website não incluía informações básicas como o nome legal da empresa, morada da sede ou dados de contacto tradicionais, pedindo apenas contacto através de uma conta no Line. Faltavam também as licenças obrigatórias para empresas do setor de aluguer de pessoas.
Os comentários online não se fizeram esperar: “Isto é sequer legal?”, “Então… estes tipos são simplesmente yakuza…”, “E se alguém alugar pessoas assustadoras para resolver uma disputa, mas a outra parte também alugar? Há hipótese de pessoas assustadoras de lados opostos serem colegas de trabalho?”.
A polémica teve vida curta. A 31 de agosto, apenas um mês após o lançamento, a Rental Kowaihito anunciou abruptamente o encerramento do serviço “devido a várias circunstâncias”, sem indicar se se tratava de uma medida temporária.
Rent-a-Bully.