O Japão baixou esta segunda-feira o status legal do COVID-19 para a mesma categoria da gripe sazonal e relaxou assim bastante as suas medidas de saúde relacionadas, marcando uma grande mudança na sua abordagem após três anos a lidar com o coronavírus.
A reclassificação do COVID-19 para Classe 5 significa que as decisões sobre medidas de prevenção anti-coronavírus agora cabem a indivíduos e empresas. Mas os especialistas ainda estão a pedir ao governo que garanta que as instituições médicas possam responder adequadamente a outro potencial aumento futuro no número de infeções.
O governo removeu a maioria das suas diretrizes, como períodos de quarentena de sete dias para pessoas com teste positivo para a doença e cinco dias para quem teve contacto próximo com uma pessoa infetada.
Os residentes no Japão passaram também a ter de pagar por atendimento ambulatorial e hospitalização relacionados ao coronavírus, embora haja subsídios disponíveis para tratamentos caros. Os doentes com COVID-19 também receberão tratamento médico em hospitais comuns, em vez de instalações designadas.
A doença foi categorizada em 2020 como uma ameaça especial à saúde pública equivalente ou mais rigorosa que a Classe 2, que abrange doenças infecciosas como tuberculose e Síndrome respiratória aguda grave, ou SARS.
Com a reclassificação, o governo também vai deixar de poder legalmente recomendar o internamento para doentes com coronavírus ou declarar estado de emergência, sob o qual os governadores poderiam solicitar a redução do horário de funcionamento de empresas e aplicar multas para aqueles que não o fizessem.
O governo do Japão disse que cerca de 8.300 instituições médicas, compostas por 90% dos hospitais em todo o país e algumas clínicas, terão capacidade para até 58.000 pacientes internados com COVID-19 até o final de setembro, com cerca de 44.000 instituições a aceitar doentes em regime ambulatório, contra as 42.000 do mês passado.
O Japão já suspendeu o uso obrigatório de máscaras no dia 13 de março, deixando a decisão a cada pessoa.
