Tempo para um pouco de história, conheçam Luís Fróis, um missionário português que viveu 34 anos no Japão e nesse período descreveu pormenorizadamente as suas impressões sobre as tradições e cultura do Japão no século XVI através de cartas enviadas para Macau, Roma (ao Papa) e aos reis de Portugal.
Luís Fróis nasceu em Lisboa e tornou-se muito novo um escriba aprendiz do Secretariado Real. Ele deixou o seu posto em março de 1548 para ingressar na Companhia de Jesus; aceite como um noviço e mudando o seu nome para Luís. Durante os seus anos de noviço, frequentou o recém-criado Colégio de São Paulo em Goa e continuou os seus estudos em Malaca. O seu trabalho de secretariado na Índia foi reconhecido pela congregação que o encarregou de corresponder o seu progresso a Roma.
Tendo recebido a ordenação em 1561, Luís partiu para o Japão 2 anos depois ao ouvir sobre as experiências de Francisco Xavier naquele país. Ele chegou à cidade portuária de Hirado e começou a aprender a língua e os costumes dos habitantes locais num esforço para entendê-los. Em breve, ele foi capaz de obter uma compreensão viável do japonês, o que o tornou um recurso valioso para os jesuítas. Ele então acompanhou o Padre Gaspar Vilela até à capital onde residia o shogun Yoshiteru Ashikaga; com a ajuda de Sōrin Ōtomo, eles convenceram o shogun a deixá-los espalhar os seus ensinamentos pela cidade. Infelizmente, o assassinato de Yoshiteru forçou os missionários a partir. Luís continuou a trabalhar em Sakai onde passou muito tempo a traduzir textos sagrados para os seguidores japoneses.
Quando Nobunaga tomou a capital, ele deu as boas-vindas aos jesuítas em sinal de boa vontade; Luís esteve entre os que regressaram. Em 1569, ele e Nobunaga conheceram-se nas obras do Castelo de Nijō. Os dois confraternizaram-se, mas por razões subjacentes: Luís procurava preservar os interesses do seu grupo obtendo a aprovação de Nobunaga enquanto o senhor da guerra pretendia desacreditar os monges budistas Tendai por rejeitarem a sua autoridade. Uma vez, o missionário foi convidado a debater com um monge chamado Nichijō Shōnin sobre questões teológicas relacionadas com a alma humana. As suas respostas agitaram tanto o monge que ele ameaçou atacá-lo com um bastão até que Nobunaga interveio.

Embora os jesuítas fossem tolerados sob o governo de Nobunaga, eles sofreram imensamente quando Hideyoshi subiu ao poder. Luís serviu de intérprete do padre Gaspar Coelho para negociar com o regente, mas os seus esforços não levaram a lado nenhum. Ele acabou indo para Macau depois que o regime de Toyotomi proibir o Cristianismo. Mas quando Luís adoeceu mortalmente, voltou para o Japão e morreu em Nagasaki.
Como historiador, Luís é autor de duas obras notáveis que demoraram grande parte da sua vida a terminar: História do Japão e Tratado. A História do Japão consistia em numerosas cartas e relatórios que narravam as missões jesuítas de 1549 a 1593 enquanto descreviam a civilização japonesa. Luís foi encarregado por Alessandro Valignano de registar as suas actividades no interior da ilha, embora tenha recebido críticas por ser demasiado descritivo e exagerar alguns factos. No entanto, o manuscrito desta obra foi entregue à Europa logo após sua morte. Tratado, por outro lado, era um tratado que se focava nas diferenças culturais entre japoneses e europeus. O objetivo era ajudar outros missionários a compreender e a adaptar-se aos costumes únicos do Japão.
Só falta aparecer no Fate/Grand Order…