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    Entrevista a Rodrigo Rossi

    Entrevista a Rodrigo Rossi

    Ainda a semana passada falamos dele e da sua participação na versão brasileira da primeira abertura (Pegasus Fantasy ver. Ômega) da série Os : Ômega. Falamos claro de .

    Estivemos à conversa sobre a sua participação em Dragon Ball Kai bem como a experiência de participar na franchise . Não percam em baixo a entrevista.

     

    Olá Rodrigo, para quem ainda não o conhece pedia para se apresentar? Como começou a sua carreira musical.

    Olá, meus amigos! Meu nome é Rodrigo Rossi, eu sou músico e atualmente mais conhecido pelas trilhas sonoras brasileiras dos animes Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya): The Lost Canvas, Dragon Ball Kai e atualmente estou trabalhando no novo título Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya): Ômega. Eu iniciei meus estudos aos doze anos de idade e me interessei por técnica vocal após ser escolhido aleatoriamente para ser vocalista de uma banda de amigos na escola. Comecei a me envolver profissionalmente com a música no final da adolescência, quando passei a custear meus estudos na universidade com o dinheiro que ganhava tocando por aí. De lá pra cá gravei alguns álbuns, incluindo meu primeiro disco solo chamado “Come Full Circle”, de 2008. É um prazer imenso conhece-los!

     

    Como foi trabalhar em Dragon Ball Kai? Como foi escolhido para esse trabalho?

    Na época em que tudo aconteceu o trabalho com Lost Canvas havia acabado de sair e os representantes da TOEI Animation se aproximaram para falar sobre o novo projeto que chegava ao Brasil, e era Dragon Ball Kai. Combinamos de produzir algumas demos para avaliação e eles acabaram publicando esse material sem que eu soubesse, para testar a reação do público. Graças a Deus deu tudo certo e cerca de um ano depois nós produzimos as faixas definitivas para esta série. Foi muito bom poder passar a tocar as músicas de Dragon Ball ao vivo a partir disso, algumas das minhas preferidas vieram com esse material. É uma série muito querida pelos fãs Brasileiros (e acho que aí em Portugal também)!

     

    E Cavaleiros do Zodíaco: The Lost Canvas, como foi essa experiência?

    Foi muito especial para mim. Além de marcar um primeiro passo nesse novo rumo da minha carreira, Cavaleiros do Zodíaco é uma série que marcou minha vida como nenhuma outra. Foi meu primeiro contato com dilemas morais e noções sobre amizade, determinação e perseverança e eu carrego isso comigo até hoje. Poder interpretar esse tipo de mensagem e transmiti-la à nova geração de espectadores é um privilégio. Na época o que aconteceu foi a publicação de uma notícia desmentindo uma suposta exibição do material da dublagem brasileira no Japão, afirmando que o processo ainda não havia começado. Nós nos aproximamos dos responsáveis pela série e após apresentar algum material e negociarmos um pouco, conseguimos fechar um acordo para a produção. É uma pena que a série tenha sido interrompida. “Laços de Flor” é ainda hoje uma das minhas músicas favoritas entre as que eu tive a sorte de produzir. Espero que o estúdio japonês retome a série em breve!

     

    Como é o processo de tradução e interpretação de um tema anime?

    Geralmente o primeiro passo é se inteirar da série que virá, assistir com cuidado a todo o material disponível para que eu saiba sobre o que estou falando e não corra o risco de escrever nenhuma bobagem. Como geralmente experimentamos certa defasagem em relação à exibição no Japão, eu disponho de algum tempo pra fazer isso. Em seguida eu submeto a(s) música(s) ao núcleo de tradução – atualmente os professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) especializados na língua Japonesa, do curso de Letras. Eles me enviam a tradução literal da letra daquela determinada música, assim como as devidas observações em relação à expressões específicas e significados semânticos, conotações, etc. A partir desta tradução eu posso começar a trabalhar na minha adaptação. Frequentemente no passado eu busquei traduções pela internet e, quando possível, outras versões localizadas, mas atualmente tenho como regra me manter longe disso tudo, por motivos óbvios. À medida em que vou terminando meus primeiros rascunhos vou obtendo o feedback de pessoas próximas a mim, seja a minha mulher – como leiga – ou o produtor da faixa ou até alguns amigos que me auxiliam com isso, até chegar à versão final da letra. Depois é só nos trancarmos no estúdio por alguns dias até deixar todas as vozes prontas. Eu tenho muita sorte por contar sempre com profissionais do mais alto gabarito para me auxiliar neste processo todo. O crédito é todo deles!

     

    É fã de anime? Quais são os seus favoritos?

    Sim, sou muito fã! Meus favoritos sempre foram Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco, mas antigamente havia um canal de TV no Brasil onde esses animes eram exibidos e que chegou a exibir alguns outros, como Yu Yu Hakusho, Shurato, Samurai Warriors, Fatal Fury, etc. Dos mais recentes eu adorei Death Note, Gantz (que é um dos animes mais perturbadores que eu já vi) e recentemente estou viciado em One Piece (já fazendo meu dever de casa). Assisti também às duas versões de Full Metal Alchemist e achei incrível, e já tenho Bleach na fila dos DVDs. Akira também sempre foi um dos grandes favoritos de todos os tempos. Existem muitos outros.

     

    O que acha das adaptações das canções japonesas dos animes?

    Acho que precisam ser bem feitas para que se tornem grandes hinos, e no Brasil já experimentamos excelentes adaptações e outras menos afortunadas. Nessa hora, ser fã de animes ajuda a escrever algo que não vai ser infantil demais, independente de se tratar de uma animação. Esse foi um erro recorrente por aqui. Eu acredito que é possível escrever as adaptações de maneira a abranger o público mais novo que irá consumir aquela série, mas sem excluir ou “ofender” o público mais adulto. É um cuidado essencial, especialmente se considerarmos o acesso fácil que se têm ao original em japonês hoje em dia. O público se tornou mais exigente e os profissionais precisam acompanhar essa evolução.

     

    Uma questão que nos foi colocada no facebook. Como se sente ao saber que um monte de miudos (e graúdos) lhe reconhece a voz e o trabalho, mas se passarem por si na rua não  o reconhecem?

    Em se falando de dublagem é sempre muito comum. Às vezes nos eventos de anime em que participo as pessoas só me reconhecem após o show. Antes disso eu circulo livremente por onde quiser. Acho que essa questão de ser reconhecido funciona para massagear o ego de certos artistas e eu acredito ter isso muito bem resolvido. Reconhecimento pelo trabalho é sempre bem vindo para qualquer artista, mas não pode ser uma finalidade em si. Por isso acho que faz parte do trabalho se colocar à disposição do público para atende-los sempre que requisitado, e eu faço questão de atender a todos quando tenho a chance, mas entendendo que por vezes eles criam uma ilusão a respeito de um determinado artista que pode estar longe da realidade devido à distância que eles têm de nós. Acho que o maior problema (ou a maioria deles) começa a partir do momento em que o artista começa a acreditar nessa ilusão e se esquece das suas limitações, das melhorias que precisa realizar, etc. Então procuro ter isso sempre em mente, independente de ser reconhecido ou não.  

     

    Planos para o futuro?

    Por enquanto estamos trabalhando na nova série ÔMEGA e seu lançamento aqui no Brasil. O foco no momento é esse e na execução de algumas idéias malucas que tive a chance de empregar nessa execução (como conseguir escalar mais três cantores da série para o segundo tema). Já sei de alguns outros projetos que vêm para o Brasil e estou tentando adiantar algum dever de casa e elaborar mais algumas idéias malucas que, com sorte, conseguirei executar novamente. Em paralelo comecei a pré-produção de um novo disco solo e estamos todos muito animados com isso por aqui. Por enquanto é o que temos pela frente! E vamos ver até onde isso irá nos levar!

     

    Muito obrigado pela colaboração. Alguma consideração final?

    Muitíssimo obrigado pelo espaço e pela atenção! Fico muito feliz em saber que do outro lado do oceano existem pessoas que compartilham de nossa paixão por animes! Um grande abraço ao público português, muito obrigado pelo carinho e não deixem de curtir a nossa página do facebook (www.facebook.com/rodrigorossioficial), nos seguir no twitter (www.twitter.com/rodrigorossivoz) e todos os outros canais de comunicação através do www.rodrigo-rossi.com ok? Elevem seus cosmos, expandam seus Kis e nos vemos no Reino de Atena!!

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 50 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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