
A Microsoft está a preparar uma revolução na forma como pensamos as consolas. Segundo informações avançadas pelo Windows Central, a próxima geração da Xbox vai permitir acesso direto a lojas como Steam, Battle.net e Epic Games Store, mantendo ao mesmo tempo uma interface típica de consola. Basicamente, os jogadores vão poder escolher se querem uma experiência mais tradicional ou saltar para um ambiente completo de PC.
A ideia não surge do nada. Quem tem acompanhado as declarações de Phil Spencer e Sarah Bond já percebeu as intenções da Xbox e Microsoft. A própria ROG Xbox Ally, a portátil gaming que resultado da parceria entre Microsoft e Asus, funciona como uma espécie de protótipo do que aí vem. De facto, o relato indica que a experiência oferecida por este dispositivo é essencialmente o que podemos esperar da próxima consola.
Sarah Bond, presidente da divisão Xbox, já tinha deixado pistas claras em junho quando afirmou que as consolas de próxima geração iriam correr Windows e não estariam presas a uma única loja. A executiva falou numa plataforma gaming que acompanha os jogadores em qualquer dispositivo, sem amarras a uma store específica. Mais recentemente, descreveu o próximo hardware como uma experiência premium e de alta qualidade, referindo que já começamos a ver parte dessa visão no portátil da Asus.
Uma das mudanças mais significativas, embora algo previsível, será o fim da barreira de pagamento para jogar online. Durante anos, a subscrição Xbox Live Gold foi uma fonte importante de receitas para a Microsoft, obrigando os jogadores a pagar para aceder ao multiplayer. Esse modelo acabou integrado no Xbox Game Pass, mas se a empresa quer competir diretamente com a experiência PC, onde o multiplayer é gratuito, não faz sentido manter essa cobrança. É também um argumento de venda interessante para justificar aquilo que promete ser um preço bastante elevado.
Porque sim, tudo indica que esta consola não vai ser barata. As palavras de Bond sobre uma experiência premium e de topo de gama apontam claramente nessa direção. Já vimos os preços cada vez mais altos das Xbox Series X e S, e a portátil ROG Ally X também não é propriamente acessível. A estratégia parece passar por posicionar-se entre uma consola tradicional e um PC gaming de alta performance, provavelmente com um valor superior ao da próxima PlayStation.
A Microsoft confirmou que está em fase de desenvolvimento ativo do próximo hardware. Bond revelou recentemente que a equipa está a trabalhar em protótipos e design, sempre atenta ao feedback de jogadores e criadores. A promessa é clara: toda a biblioteca de jogos Xbox funcionará nesta nova máquina, algo que se torna ainda mais relevante considerando a vasta quantidade de títulos acumulados ao longo de várias gerações.
A integração com a Steam já tinha sido mencionada em março através de uma leak, mas agora o quadro completo começa a fazer mais sentido. A Microsoft está a construir algo híbrido, que junta o melhor de dois mundos: a simplicidade plug-and-play de uma consola com a abertura e versatilidade de um PC. Para quem sempre quis jogar títulos exclusivos do Steam sem ter de montar um computador gaming, isto pode ser a solução ideal.
A parceria com a AMD para o fornecimento de chips reforça a aposta numa arquitectura mais próxima dos PCs atuais. Bond sublinhou que a equipa está a trabalhar em estreita colaboração com a divisão Windows para garantir que este se torna a plataforma número um para gaming. É uma mudança de paradigma significativa face ao modelo fechado que caracterizou as consolas durante décadas.
Resta saber quando veremos este hardware chegar ao mercado e, talvez mais importante, quanto vai custar. As expectativas apontam para um preço superior ao da concorrência direta da Sony, mas com funcionalidades que podem justificar o investimento extra para determinado tipo de jogador. A Microsoft parece estar a apostar num nicho diferente, procurando atrair tanto os fãs de consolas como aqueles que valorizam a flexibilidade do ecossistema PC.








