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    Activision + Microsoft: a fusão que a FTC tentou travar está a resultar exatamente como previsto

    Ex-presidente da FTC acusa Microsoft de prejudicar jogadores após compra da Activision

    Xbox Cloud Gaming visual computador

    A subida abrupta dos preços do Xbox Game Pass voltou a colocar a Microsoft no centro das atenções, mas desta vez com críticas vindas de quem tentou impedir a aquisição da Activision Blizzard. Lina Khan, que liderou a Federal Trade Commission (FTC) entre 2021 e o início deste ano, usou as redes sociais para recordar que a agência já tinha alertado para as consequências desta consolidação de mercado.

    A Microsoft anunciou esta semana um aumento de 50% no escalão mais alto do Game Pass, que passa a custar 30 dólares nos Estados Unidos (26,99 euros em Portugal). A medida surge num contexto de sucessivas subidas de preço, não só no serviço de subscrição mas também nas próprias consolas Xbox, com o último ajustamento a ter sido anunciado na semana passada.

    Khan não hesitou em apontar uma contradição evidente: em março de 2023, durante os processos judiciais relacionados com a aquisição, a Microsoft garantiu em tribunal que os preços do Game Pass não aumentariam em resultado da compra da Activision Blizzard. A realidade atual contrasta fortemente com essa promessa.

    Lina Khan critica aumento de 50% no Game Pass Ultimate e despedimentos em massa, recordando avisos ignorados em 2023

    “A aquisição da Activision pela Microsoft tem sido seguida por aumentos significativos de preços e despedimentos, prejudicando tanto jogadores como programadores”, escreveu a ex-presidente da FTC. “Como temos visto em vários setores, o aumento da consolidação de mercado e o aumento de preços andam frequentemente de mãos dadas”.

    A antiga responsável foi ainda mais longe na sua crítica ao modelo de negócio das grandes tecnológicas: “Quando empresas dominantes se tornam demasiado grandes para se importarem, podem piorar as coisas para os seus clientes sem terem de se preocupar com as consequências”.

    Os números ajudam a contextualizar a decisão da Microsoft. Segundo um antigo funcionário citado pela Bloomberg, a Xbox terá abdicado de mais de 300 milhões de dólares em vendas de Call of Duty em consolas e PC no ano passado, presumivelmente ao disponibilizar os títulos através do Game Pass em vez de os vender individualmente.

    A conclusão do negócio em outubro de 2023, a maior aquisição de sempre na indústria dos videojogos, aconteceu depois de o tribunal distrital da Califórnia ter negado o pedido de injunção preliminar da FTC. A agência ainda tentou recorrer da decisão em dezembro do mesmo ano, mas o recurso foi rejeitado e o processo acabou por ser oficialmente arquivado.

    Na altura, Brad Smith, presidente da Microsoft, classificou a decisão como “uma vitória para jogadores em todo o país e para o bom senso em Washington“. Meses depois, essa vitória tem um sabor diferente para os utilizadores que veem as mensalidades disparar.

    Desde que a aquisição se concretizou, a Microsoft implementou vagas sucessivas de despedimentos que afetaram milhares de trabalhadores, incluindo equipas do setor dos videojogos. Embora a adição da Activision Blizzard tenha impulsionado significativamente os resultados financeiros da empresa, a redução de pessoal levanta questões sobre o verdadeiro impacto do negócio no ecossistema da indústria.

    As consolas Xbox também não escaparam aos ajustes de preço, numa altura em que a Microsoft procura equilibrar a equação entre manter o Game Pass atrativo e compensar os custos de disponibilizar títulos AAA de primeira linha no serviço, incluindo os sucessos da Activision como Call of Duty.

    Helder Archer
    Helder Archer
    Fundou o OtakuPT em 2007 e desde então já escreveu mais de 60 mil artigos sobre anime, mangá e videojogos.

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