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    Análise – CrossCode (PS4)

    Quando o título da Red Radical Fish Games, CrossCode surgiu pela primeira vez através de um projeto de financiamento coletivo no Indiegogo no início de 2015, destacou-se logo de imediato pela sua imagem e conceito, algo que nos levou ao encontro de franquias que exploram futuros especializados em realidade virtual como Sword art online ou .Hack. Após a longa fase beta de desenvolvimento com acesso antecipado na plataforma Steam, vimos o jogo alcançar o estatuto pretendido e assim o estúdio em conjunto com a Deck 13 anunciar a data de lançamento para a PlayStation 4 e Nintendo Switch possibilitando a outros jogadores a oportunidade de conhecerem um dos jogos independentes mais popularizado no PC.

    No universo de Crosscode és Lea, uma jovem personagem que utiliza um avatar especial da classe Spheromancer no interior de um MMORPG fictício chamado CrossWorlds. De início tudo nos é desconhecido, sabemos simplesmente que a nossa personagem foi levada para o mundo virtual com objetivo de recuperar as suas memórias perdidas. Algumas consequências são logo percebidas quando nos deparamos com uma protagonista quase muda, resultado de um problema técnico que estará durante o jogo a ser resolvido pelo programador e amigo Sergey.

    Para conseguir perceber e encontrar as respostas para as questões que a inquietam acerca das suas memórias, Lea decide continuar a jogar o jogo de forma a não fazer o sistema identificá-la como uma invasora ou um bot e expulsá-la. Com a ajuda de vários outros jogadores de outras classes que vão estar presentes na nossa equipa e a própria MS Solar, ela opta navegar no mundo onde se encontra.

    No decorrer da história vamos percebendo a importância de todos os personagens principais deste título, todos têm personalidades distintas e é sempre agradável ouvi-los e vê-los a confraternizar entre si. Os diálogos espirituosos transmitem a existência de um quotidiano que manifesta alegria e vida além da nossa. Outro ponto positivo é o diálogo de outros NPCs, pois eles comportam-se como se fossem jogadores reais, oferecendo deste modo mais credibilidade ao mundo online do jogo. A equipa da Radical Fish além disso, conseguiu  estabelecer muito bem a presença de um mundo real fora do jogo virtual através dos diálogos, no entanto toda história é vivida em CrossWorlds.

    Durante o jogo somos levados a conhecer em forma de tutorial o sistema de combate de CrossCode. Como na maioria dos RPGs de ação, Lea possui ferramentas únicas e um sistema de evolução por níveis que a vão ajudar a explorar e a sobreviver. A nossa protagonista é uma personagem veloz com a capacidade de controlar dois tipos de armas: duas espadas e bolas de energia. Dentro deste padrão ainda podemos bloquear e utilizar a habilidade de desviar de forma a evitar dano.

    Temos ainda acesso a uma árvore de habilidades designada como Circuits. Um quadro digital que permite atribuir pontos às habilidades dos atributos que queremos melhorar, para também desbloquear novos ataques com efeitos devastadores. Este sistema de combate atrativo oferece inúmeras maneiras acessíveis de derrotarmos os inimigos que vamos encontrando. Os Boss são alguns dos encontros mais estratégicos do jogo, com cada um deles, temos de ter atenção às suas fraquezas através da observação do ambiente em que se encontram, diante isso devemos usar a agilidade da nossa protagonista e perceber os elementos que devemos utilizar para os enfraquecer e derrotar.

    Outra parte integrante de CrossCode são os puzzles sofisticados com mecânicas inspiradas em jogos como Zelda ou Terranigma, que existem no jogo em algumas masmorras que são uns autênticos quebra-cabeças. Cada Masmorra desbloqueia quatro dos elementos que Lea vai poder utilizar: Gelo, Fogo, Vendo e Choque. Esses desafios complementam as habilidades da nossa protagonista em puzzles com base em física como por exemplo, mover objetos ou definir caminhos em salas diferentes.

    Enquanto progredimos na história, o jogo oferece-nos uma variedade ampla de missões secundárias que nos vão mantendo atarefados. Estas surgem de todos os tipos de tarefas extras desde simples coletas de recursos até derrotar inimigos com algumas características singulares. Completar missões em CrossWords dá-nos pontos de experiência, créditos (a moeda do jogo) que podem ser usados para a compra de itens de cura, incluindo equipamentos, ou também recursos que podem estar destinados à troca de outros itens com os mercadores que estão alojados nas diversas cidades.

    A exploração é outro elemento importante de CrossCode e o jogo definitivamente apresenta um level design bem intuitivo. Embora seja inteiramente 2D, as cidades e a natureza têm em si estruturas incríveis que foram construídas com detalhe, garantindo liberdade aos jogadores na sua exploração. O único senão quando abordamos a mesma é a falta de informação encontrada quando acedemos ao mapa digital das áreas que exploramos. Apesar de apreciar a simplicidade, este ponto acaba por ser um entrave para aqueles jogadores que procuram algo mais objetivo.

    Na questão gráfica, CrossCode assemelha-se aos títulos de 16 bits da era da Super Nintendo, misturando ideologias de rpgs medievais clássicos com outros elementos futuristas. CrossCode foi construído de forma bonita e marcante com uma gama de cores contrastantes com própria simplicidade da arte Pixel. À sua maneira consegue transportar para o presente a nostalgia que a geração mais velha estava habituada. Este port analisado na PlayStation 4, mantém na íntegra a boa qualidade vista na versão final do PC lançada em 2018. No que toca ao ambiente sonoro, existe uma óptima OST num tom retro produzida pelo compositor Deniz Akbulut que define adequadamente a atmosfera deste jogo.

    Com uma narrativa contagiante, CrossCode certamente faz referência a clássicos de gerações precedentes que até hoje conseguem oferecer aos jogadores, uma experiência incrível dentro de universos indie como o aqui encontramos. Este RPG de ação, com inúmeras horas de jogo é uma proposta fantástica que entrega um ambiente Pixel rico em detalhe digno de ser experienciado. Se são grandes fãs e simplesmente tem saudades do tempo em que jogavam MMORPGS, esta é a altura certa para ficarem conectados neste mundo carregado de personalidade.

    CrossCode vai poder ser adquirido nas lojas digitais a 9 de Julho para PlayStation 4, Nintendo Switch e tem disponível em https://crosscode.inin.games/ a pré-venda de duas edições física, uma com steelbook e uma de colecionador rica em conteúdo.

    Ricardo M
    Ricardo M
    Interessado em videojogos com o gosto acentuado para JRPG, está presente na equipa do OtakuPT desde 2013 com o propósito de acompanhar e informar sobre o que de melhor se faz na área do entretenimento gamer.

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    King of Lies
    King of Lies
    13 , Julho , 2020 13:14

    Joguei um pouco da demo disponível na Steam e achei bem legal. Tem uma pegada à la Chrono Trigger, mas com gameplay mais levado para um Zelda.

    Ricardo
    Ricardo
    Reply to  King of Lies
    19 , Julho , 2020 16:27

    Passas um bom tempo em Crosscode. O diretor quis deixar claro as inspirações, como podemos ver no gameplay.

    King of Lies
    King of Lies
    Reply to  Ricardo
    20 , Julho , 2020 13:30

    Gostei mesmo, vou pegar o jogo completo quando estiver com dinheiro sobrando.

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