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    Análise: Granblue Fantasy Versus

    Granblue Fantasy Versus é baseado numa franquia RPG para telemóveis, criada pela Cygames. Pela primeira nos seus sete anos de história esta evade-se dos pequenos ecrãs dando o salto para outras plataformas, tais como o PC e Playstation 4.

    Nesta encarnação este emerge com um jogo de luta produzido pela Arc System Works, o nome responsável pelas séries Guilty Gear, Blazblue e Dragon Ball FighterZ. Esta empresa esteve também atenta a sua vertente ocidental, não intimidando o jogador, mas sim dando-lhe a conhecer a história base desta franquia, enquanto oferece mecânicas para os fãs de jogos de combate mais tradicionais.

    Granblue Fantasy Versus apresenta conteúdo de muita qualidade até para o jogador solitário. Para começar, temos acesso a um interessante modo RPG, que atua como modo de história no jogo. A empresa esteve de tal forma atenta ao seu maior mercado, que a mesma tem lugar logo imediatamente no final da adaptação anime, enquanto também introduz novos jogadores às suas personagens locais, e momentos importantes ligeiramente decorridos anteriormente, enquanto gradualmente introduz o seu mundo ao jogador.

    Ficamos cheios de vontade em conhecer e aprofundar mais os nossos conhecimentos neste universo apenas com uma breve jornada neste modo. Felizmente existe um glossário incrivelmente detalhado onde são explicados a história, o armamento, locais, enfim todos os elementos da franquia. De louvar a organização e magnitude deste glossário. Acerca da jogabilidade neste “RPG”, as missões apresentam variedade suficiente para manter o nosso interesse. Ao longo da nossa viagem lutaremos contra mobs como goblins, personagens desta série e bosses enormes com dificuldade moderada. Este desenrolar de eventos e mecânicas foi tal forma imenso que parece que estamos a jogar um Dungeon crawler RPG como Odin’s Sphere, especialmente devido ao próximo elemento que vou revelar.

    Tal como o jogo da Atlus, se queremos adquirir o melhor armamento temos bastante que fazer ao longo das suas espetáveis 15 horas de jogo. Além das nossas personagens aumentarem de atributos consoante a experiência recolhida, pelo caminho recolhemos também um sem fim de armamento que pode ser melhorado até ficar de cor dourada através da utilização do dinheiro recolhido dos nossos encontros. Porém, existe ainda outra forma de recolher este armamento, e que de certa forma honra a sua herança gacha.

    Ao recolhermos cristais também existe uma probabilidade (mesmo que mínima) de ser logo um objeto dourado. Basicamente aqui Granblue Fantasy Versus, recorre à sua natureza de jogo de telemóvel, felizmente e para já não existem microtransições. Se estes dois elementos não forem suficientes, o jogador ainda pode tentar conquistar a Babyl para recolher algumas destas recompensas.

    Podemos jogar a solo, na companhia de um amigo seja local ou online, ou optar por uma personagem controlada pelo CPU. Contudo, a adição de outra personagem fez com que o jogo se tornasse demasiado fácil o que pode tirar um pouco a diversão e desafio. Por alto este modo é uma valiosa adição, sendo que por si quase parece um jogo independente do resto do produto, além de ser uma grande porta de entrada para este universo.

    Naturalmente que esta entrega não se singe a um simples RPG, na sua essência estamos diante de um jogo de combate 1 contra 1. No entanto, quando comparado com as já referenciadas séries do estúdio, imediatamente verificamos que não é tão frenético e o seu fluxo é mais lento diria mesmo calculista, já que não existem elementos que incentivem a velocidade tais como Rush Attacks ou Air Combos impostos por outros jogos de combate. A respeito de mecânicas também é mais simples, e muito tradicional. Cada personagem tem três botões de ataque correspondentes a fraco, médio e forte. Além disso, existe um botão para um golpe exclusivo respeitante à personagem controlada, bem como uma barra de ataque especial. Uma característica muito interessante e penso que seja recorrente da sua natureza móvel, com movimentos especiais que podem ser acionados por atalhos. No entanto, estes podem também ser utilizados de forma mais tradicional, eliminando o cooldown imposto pelos atalhos, tornando-se mais devastadores desta forma.

    Cada lutador também possui um auto-combo que consiste uma sequência rápida de ataque fraco, médio e forte, isto se estiver perto do oponente já que neste jogo cada personagem, tem dois ataques por botão, correspondentes, e que se tornam diferentes de acordo com a nossa posição no terreno. Se a nossa personagem se mantiver perto do oponente resultará num ataque corpo a corpo, ao passo que se estivermos mais afastados o ataque será trocado por um projétil ou ataque a longa distância. Este é um sistema interessante, o problema é a sua ambiguidade já que muitas vezes o local dita ações que não queiramos executar. Não é que seja de todo negativo, mas certamente existe uma certa prática até nos habituarmos a esta utilização.

    Na hora de defender, Granblue Fantasy Versus também conta com algumas mecânicas. A primeira é que existem duas maneiras de nos defendermos. Além de mantermos premido o “para trás” do nosso d-pad, podemos usar um botão dedicado para este efeito. Certamente agradará a todos os jogadores já que certas séries de jogos de luta tais como Street Fighter habituaram-nos em manter um botão do direcional para defesa, enquanto outras mais modernas ou casuais como, por exemplo alguns jogos de Dragon Ball, usamos um botão dedicado para esse efeito. Convém salientar que este elemento não cria efeitos negativos, ambos defendem o ataque e descontam um pequeno índice da barra de saúde da personagem no seu impacto. Na totalidade estas foram mecânicas muito interessantes já que não separam o seu público direto enquanto não retiraram competitividade aos veteranos deste género, incentivando um mercado mais casual gradualmente a interessar-se em aprender mais desta arte.

    O jogo apresenta 11 jogadores diferentes, o que não é um grande número quando comparado com outras séries, mas devido à natureza única de cada, não considero um fator negativo. Talvez o único senão aqui é que a Arc System Works, tem disponível já um passe de personagens da temporada, bloqueando o acesso a personalidades como Beelzebub, Narmaya e Zooey a não ser que sejam investidos e comprados pelo jogador.

    Certamente que num jogo de lutas o modo Arcade não podia faltar. É neste que escolhemos a nossa personagem, dificuldade e tentamos levar a nossa personagem à vitoria durante uma sequência de combates. Para o sucesso neste e nos outros modos, o jogo introduz-nos a um modo treino e de missões que atuam como tutoriais. Enquanto um ensina movimentos mais avançados como combos, no outro tentamos colocar na prática o que aprendemos com a nossa personagem.

    À semelhança de outros jogos da Arc System Works, contamos com uns visuais soberbos! Desde personagens a animações tudo está verdadeiramente estupendo, arriscaria mesmo a dizer que é visualmente o jogo mais surpreendente produzido desta empresa, de salientar os excertos animados antes e no final dos combates. As personagens são do mais carismático e ricas em detalhe, parecendo mesmo que estamos a assistir a uma série animada. Os mesmos valores podem ser ditos da sua banda-sonora, além de variada e ambientada, insere-se que nem uma luva em todos os momentos do jogo quer sejam os mais épicos como os mais divertidos.

    Relativamente aos modos online, esperam-nos os tradicionais Ranked matches e online lobbies, onde podemos convidar amigos para umas partidas. O modo Ranked apresentou uma mecânica muito interessante para mudança de escalão. Em cada vitória recolhemos cristais, quando são amealhados 5 a nossa personagem sobe de escalão, ou quando perdemos os 5 desce. Com as discrepâncias que tenho avistado nos jogos mais recentes neste ponto, concordo que este sistema está muito bem implementado. Em suma, os modos online representam o que esperamos encontrar num bom jogo de luta, funcionais, simples e justos.

    O Netcode é bom, mas não diria perfeito, apenas molhando os pés no mesmo não encontrei grandes inconsistências, também pareceu-me robusto isto mesmo jogando com uma ligação WiFi. Tecnicamente está versão apresenta as tradicionais opções gráficas, anti-alising, sombras e resoluções. Esta última atinge como máximo 4k, mas infelizmente o jogo encontra-se barrado a 60fps em todos os modos. Achei interessante a versão PC nem ocultar as suas raízes Playstation 4, sendo que aparece nos menus de alguns modos e elementos como salvar a partida.

    Granblue Fantasy Versus, é mais um jogo imperdível para os amantes de lutas digitais. Embora se trate de uma franquia pouco conhecida no ocidente, mas primando pela sua jogabilidade, história e personagens, certamente chegará aos palcos competitivos. Este é um produto de elevada qualidade, que se junta a elite dos jogos de combate desta empresa e no geral.

    Bruno Reis
    Bruno Reis
    Vindo de vários mundos e projetos, juntou-se à redação do Otakupt em 2020, pronto para informar todos os leitores com a sua experiência nas várias áreas da cultura alternativa. Assistiu de perto ao nascimento dos videojogos em Portugal até à sua atualidade, devora tudo o que seja japonês (menos a gastronomia), mas é também adepto de grandes histórias e personagens sejam essas produzidas em qualquer parte do globo terrestre.

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    João Vítor Nerís
    João Vítor Nerís
    20 , Março , 2020 17:04

    eu já estava interessado nesse jogo, mais agora com essa analise eu não tenho mais duvidas que quero um

    Will
    Will
    26 , Março , 2020 13:39

    Esse jogo ele tem legenda em Pt-br???

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